3. Hollywood, bebidas e Teddy Picker.

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Eles se apressaram e se perfilavam em uma fila de fotógrafos. O Suficiente para fazer um jovem astro de cinema se irritar. O motorista do rolls Royce desceu do carro e abriu a porta para Calú descer. Os paparazzi correram como se alguém distribuísse ouro em praça pública.

Se Magri já estava acostumada com os flashes de algumas câmeras em sua direção, Calú já era capaz de distinguir o tipo de flash que cada fotógrafo diferente apontava em direção ao seu rosto. O Belo rapaz, entretanto, tinha um semblante visivelmente irritado e não olhava com afeição para as câmeras. Vestia uma bela jaqueta de couro e calças Jeans rasgadas em seu joelho. A mídia da alta moda dissera que ele adotou para si um visual de rockstar, mesmo sendo um ator. Agora, Calú vivia em Hollywood. Um renomado diretor o convidou para seu filme como coadjuvante depois de seu desempenho em um festival de teatro onde, com mérito, representou o Brasil.

Com isso, o jovem chamou a atenção do mundo do cinema. Seu papel lhe rendeu elogios e uma indicação ao globo de ouro como "Melhor ator coadjuvante". Uma indicação neste nível para seu primeiro filme em Hollywood. O novo queridinho das revistas de fofoca. Um rosto bonito, talento e a mídia ao seu lado. O dinheiro surgiu. Tudo parecia estar moldando as escadas para a vida que Calù sempre sonhara.

Errado. Meses depois de seu nome estar em evidência, Tornou-se comum Calù ler coisas referentes a seu nome e ao nome de sua namorada, Peggy, a filha de um dos ex-presidentes dos Estados unidos em boatos sem perna e cabeça. Calú foi à mídia diversas vezes dizendo que não se importava com boatos que se dirigiam apenas a ele, mas envolver a sua namorada era passar dos limites e que sua paciência tinha limites.

— Calú. – Uma repórter com um sotaque fortíssimo tentava desesperadamente chamar a atenção do jovem ator –

O Mesmo simplesmente atravessou à calçada e adentrou no saguão. Uma tarde inteira tratando de assuntos burocráticos. Finalmente poderia entrar de férias. As gravações de uma dublagem de um novo filme de animação acabaram. Calú trabalhou como diretor da produção. Nem entendia o porque aceitou aquela proposta. Calú pensava em ir para a Europa com Peggy. Dentro de alguns meses, Ela iria desfilar por aquela região. Seria divertido ir para lá mais cedo e fazerem amor em um quarto de hotel de frente para a Torre Eiffel, porém um E-mail alguns dias atrás o tirou totalmente de foco.

Na entrada do saguão, Calú comprou cigarros e uma garrafa de Uísque alemão. Andrade o mataria se soubesse que um de seus filhos se entregará aos vícios que sempre lutou contra a adolescência toda. Era nisso que Calú acreditava. No saguão, uma hóspede e também fã de Calú o parou para bater uma foto com o ator. Sem vontade, Calú acatou o pedido como se fosse obrigado. Subiu para o seu quarto. quinhentos e cinco.

No luxuoso quarto de hóspedes, Calú viu novamente as passagens para a Europa. Dois dias em Portugal, e o resto da viagem por locais como Paris, Veneza e Amsterdã. Acendeu um cigarro e mesmo com a janela fechada -e sabendo muito bem que Peggy detestava cheiro de cigarro em locais fechados- Calú refletiu sobre a vida do amigo detetive.

O Jovem ator não chorou um único dia sequer. Sem sombra de dúvidas, Calú foi o que mais se afastará de Andrade nos últimos anos. Não se preocupou nem um pouco com as coisas que poderia acontecer com o velho amigo no Brasil. A Cerimônia seria dentro de alguns dias. Calú sem perceber acabou comprando duas passagens para o uma rápida visita ao Brasil quando passou perto de uma agência de viagens. Gostava do ar de Los Angeles. A cidade dos Anjos. Estava em dúvida entre contar a Peggy o que acontecera com Andrade ou mostrar as passagens internacionais compradas. Suspirou e ligou a TV.

Na TV, a mídia exaltava o comportamento grosseiro de Calú com os paparazzi. Foi pra isso que o Uísque foi comprado. Ver as opiniões dos outros sobre ele mesmo era difícil. Sóbrio ele não conseguiria. Assistiu a programação dos famosos por mais algumas horas.

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