6. Inicio, questões e suspeitas.

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Chumbinho insistiu para que seus companheiros trocassem o local da reunião, já que não poderia entrar no bar. A decisão demorou um pouco, Nicolas precisou ligar para os pais do garoto. Por volta do horário combinado todos os Karas estavam no local.

Calú e Peggy chegaram mais tarde do que todos os outros. Usavam bonés e óculos para não associarem seus rostos a uma conversa policial, ou atraírem muitos olhos curiosos. A Qualquer momento poderiam ter fotógrafos no local. Peggy aconselhou a Magri fazer o mesmo e trouxe para a colega óculos escuros.

—Vai ser difícil investigar com metade do nosso grupo perdendo a vantagem do anonimato. — Disse Crânio – Precisamos pensar em alguma maneira de desviar a atenção. Enquanto caçaremos criminosos, Paparazzi caçam vocês.

—Crânio, nós não vamos investigar nada, só quero ter certeza de algumas coisas... — Miguel brincava com os saleiros -

—Miguel, sinceramente, eu acho que você está se forçando não acreditar. - Chumbinho disse por fim, com a cabeça apoiada à mesa. -

As palavras de Chumbinho fizeram Miguel se mover na cadeira. Ele não admitiu. Magrí, Crânio e Peggy o observaram.

Já era um fato subliminarmente entendido por todos, de que o antigo líder dos Karas estava seguindo a risca a doutrina de São Tomé.

—... - Miguel suspirou – Calú, o que pensa sobre tudo isso?

Os olhos se voltaram para o canto direito da mesa, onde Calú olhava a janela. Estava distante desde o momento que chegou. Não falou. Limitou-se a sorrir –Para quem achava digno o seu ato, Crânio não se incluía- e parecia o tempo todo extremamente desconfortável. O dono daquele belo rosto limitou-se a falar. Não olhou nos olhos dos amigos.

—Não me entendam de maneira errada –Começou –Tenho compromissos para cumprir, uma agenda cheia, muita gente atrás de mim... E eu só realmente não me importo com o que veio a acontecer com o...

Era o suficiente para Crânio. O comportamento de Calú o irritava completamente. Ele colocou os cotovelos sobre a mesa e o encarou diretamente.

—Pense com cuidado antes de completar essa frase.. .— Disse Crânio –

Calú continuava a encarar a janela. As palavras de Crânio chegavam até ele e Calú as rebatia com o máximo desdém.

—Típico dessas pessoas que se matam com bebidas e drogas. Hollywood acabou com o Kara que você foi um dia.

Dessa vez, Calú não olhava para a janela.

—... Que m*rda, Crânio. — Calú disse na mesa olhando nos olhos do antigo amigo. Seu rosto zangado era algo novo para vários naquela mesa – Eu não consigo entender como vocês parecem procurar por esse tipo de coisa. Você acha que foi fácil pra mim? Acha que foi fácil pra nós? A Sua tia. O Velho Sol. Isso pra mim são traumas. Não são vitórias. Pare com essa mania idiota de querer caçar criminosos. Entre para polícia se quer fazer isso.

Crânio serrou os punhos.

—Você está me dizendo que não queria que tudo isso tivesse a merecida justiça? Seu...

—E não coloque palavras na minha boca. Está a um passo de ser calado.

Na mesa, todos os olhos se dirigiam aos dois. Peggy olhou para Miguel como se pedisse socorro. Os dois pareciam querer se levantar. O líder dos Karas logo veio ao resgate.

—Tá galera... Já chega. — Miguel disse – Vamos pedir algo pra comer...

Os dois membros evitavam se olhar.

Os Karas | Cigarros & Moscow Mule.Onde histórias criam vida. Descubra agora