10. Ameaça

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Calú chegou por volta das onze da noite no hotel.

Enquanto Crânio começava a flertar com Maria, Calú chegava sem expectativas no luxuoso "cinco estrelas" que escolhera passar as semanas com Peggy. Ele constatou alguns paparazzi o esperando. Suspirou fundo, sorriu forçadamente para uma câmera sem flash. Clique.

O Rapaz caminhou devagar pelo saguão. As poucas cabeças se voltaram para ele. A movimentação noturna o fazia ter a liberdade de andar calmamente pelo local. Os únicos olhares que o seguiam eram de alguns funcionários. Possivelmente fãs. Entretanto, o próprio gerente o hotel dissera a Calú que passará ordens para que nenhum deles incomodasse o jovem astro. O astro dos Karas refletiu se iria beber alguma coisa. Chegou a caminhar em direção ao bar do hotel, mas estava cansado demais para isso.

A porta do elevador se abriu e fechou... ou quase. Uma mão impediu que o elevador se fechasse. Era um funcionário.

—Pode entrar Sr.ª MacDermott – Calú escutou. Ele estava encarando a tapeçaria que recobria o ambiente interno do elevador, quando sentiu um perfume familiar –

Peggy MacDermott parou na frente do elevado. O encarou e sorriu levemente. Esperou a porta do elevador se fechar para começar a falar com Calú.

—Vi você na televisão hoje. — Ela não olhava nos olhos dele, mas ainda sim já era algo. Calú sentiu-se aliviado. Foram dois dias nos quais Peggy se limitava a dar um "bom dia" e uma "boa noite" para ele. Ouvir aquilo já era algo –

—A TV engorda, eu sei... — Calú disse tentando uma piada. –.

—Imagina então a tela de cinema... — Peggy riu, porém, ainda não o encarou – Ainda estou zangada. Não pense que me esqueci de como você tem agido...

Calú sorriu, como uma criança que é pega fazendo arte.

—Então, o que você fez? – Ele observava a silhueta de Peggy, que continuava a não olhar para o seu amado -

—Jantei sozinha. – Respondeu de supetão. Uma tentativa (Muito eficaz) de atingir o ator dos Karas -

Calú suspirou com um reconhecível pesar.

—Perdão, amanhã eu prometo...

—Amanhã, eu vou jantar com a Magri. – Ela o cortou. Sorriu. Parecia estar se divertindo -

—Para onde vão?

O Elevador parou no andar do quarto de Peggy. A Mesma suspirou e encarou o namorado. Calú fazia a expressão mais inocente do mundo. Os dois finalmente trocaram olhares. Calú só gostaria de escutar uma única coisa da voz de Peggy naquele momento.

—Gostaria de tomar alguns goles d'água, Sr. Calú?— Ela disse –

O Rapaz sorriu. Conseguira o que queria. Peggy caminhou a sua frente. Calú vinha a poucos passos atrás dela. Examinava-a de cima a baixo. Era realmente apaixonado por aquela mulher.

O quarto que Peggy pegara para ela era tão luxuoso quanto o de Calú, mas não eram exatamente iguais. O Namorado se sentou na cadeira perto das camas e ligou a televisão. A Cadeira era cara e extremamente confortável. Peggy notou quando ele se sentou.

—Você não tem uma dessas no seu quarto, não é? Ela é maravilhosa. – Peggy disse de costas para Calú –

O Mesmo suspira fundo. Batuca os joelhos com os seus polegares e diz em uma voz rouca.

Os Karas | Cigarros & Moscow Mule.Onde histórias criam vida. Descubra agora