9. Maria

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Crânio finalmente voltará para o laboratório depois de uma semana, apesar de em seus pensamentos, a ligação do dia anterior ainda habitava eu subconsciente.

Peggy e Magri haviam ligado para ele. Insistiram que ele ficasse ao lado delas dessa vez e não do lado de Miguel e Calú.

"Pretendo investigar sozinho, não me leve a mal" Crânio disse.

"Só peço que me mantenha informada em todo caso, por favor,". Peggy respondeu.

"... Certo". Resolveu aceitar.

Já havia passado dois dias desde o encontro de Calú, Miguel e Chumbinho com Nicolas. A Divisão de fato havia acontecido. Magrí e Peggy não investigaram, mas queria saber de tudo o que acontecia. Miguel, Calú e Chumbinho estavam envolvidos em algo enquanto Crânio se perguntou quem iria ajudar. Acabou ficando chateado por Miguel e Calú terem descartado sua presença no grupo tão facilmente. Decidiu ajudar as meninas em todo caso atualizando elas sobre tudo que descobrirá sozinho. Não tinha nada contra Peggy. No começo, não gostou da ideia dela entrar para o Karas, mas aquilo era passado. Os Karas não existiam mais.

A pior parte era quem ainda estava lá. Magri. Ah, o que aquela cinco letras eram capazes de fazer na mente de Crânio... Já passara da hora de desistir dela.

—Hey, pelo visto, alguém voltou dos mortos né?— Maria disse sorrindo para Crânio –

Crânio sorriu forçadamente para ela. Desde que e afastou, Maria era a responsável por fazer o projeto andar. Maria era uma das assistentes do parceiro de pesquisa de Crânio, apesar dos dois reconhecerem que ela era muito mais capaz do que vários ali, e que assistente era um posto não digno para ela. Dona do recorde dos calouros, sua nota no exame de admissão foi um 94/100.

Ela possuía uma gigantesca admiração por Crânio, não que isso fosse demasiado inédito no laboratório. Crânio fora o primeiro a tirar 99/100. As expectativas para ele na universidade eram altas e em menos de dois anos ele já havia superado todas elas.

Porém, Crânio reconhecia algo em Maria que a maioria não notava. Sabia muito bem que os olhos dela o seguiam sempre que ia e vinha para a universidade. Eram olhares que o lembrava dos que ele fazia para Magri.

—Bom dia, Maria. — Ele a respondeu quando ela passou –

Crânio se esforçou ao máximo para não pensar no Caso Andrade enquanto trabalhava no seu experimento. Ra ali que a sua atenção deveria estar. Faria a apresentação dele no final do ano, faltavam ainda cinco meses, mas todo cuidado desde ja era pouco. Enquanto escrevia algo na folha ao lado, notou mais uma vez o olhar de Maria. Crânio a observou. Sua pele e seus lábios... Maria era linda, não havia como negar isso. Se não fosse totalmente apaixonado por Magri, talvez...

...Crânio percebeu que perdera a concentração e riu de si mesmo.

—. Desde sempre, as mulheres tiram o nosso foco. — Ele pensou com um sorriso –.

Com o fim das aulas, Crânio caminhou e pensou no que faria. Volta para a asa e trabalhar em seu emprego secreto de detetive particular? Não... Crânio era apaixonado por filmes Noir. Mas aquilo era demasiado solitário. O sol estava se pondo na capital de São Paulo, pintando o céu de laranja e amarelo.

Pensou em chamar Magri para tomar um sorvete e relembrar os velhos tempos... Assim que seguiu sua breve caminhada constatou a garota em uma capa de revista esportiva. Aquilo pareceu calar fundo a sua vontade de chamar pela amiga. Ela era distante.

Os Karas | Cigarros & Moscow Mule.Onde histórias criam vida. Descubra agora