Parte 46

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Pov Lua

-LUCY. -Verônica gritou correndo até as duas que estavam deitadas no chão. -Lucy, Lucy, fala comigo. -Sacudiu Lucy.

Estávamos todos paralisados no mesmo lugar, sem mover nenhum músculo. Lucy se mexeu levantando lentamente e balançando a cabeça em sinal negativo como se estivesse tentando se auto acordar.

A expressão na cara de Verônica ao olhar para Halsey, já sentenciava o fim.

-Hay, Hay, não. -Lucy disse meio grogue. -Droga, Vero. -Olhou para Verônica que continuava intacta.

Lucy se levantou e se virou para nós arregalando os olhos, todos colocaram a mão na boca quando vimos sua blusa encharcada de sangue, agora sabíamos quem havia tomado o tiro.

(...)

O barulho das sirenes dos carros da Polícia e da ambulância se faziam presentes ali, levando o corpo da Halsey na maca. Disseram que ela ainda estava respirando e tinha chances de sobreviver. Lucy recebeu milhões de perguntas e Vero pediu para que eles fizessem isso outra hora e deixasse com ela pois ela havia visto tudo.

Me pergunto quando Lucy entrou, porque eu não me lembro. Provavelmente ela sabia que Halsey iria fazer merda e decidiu estar por perto.

-Vamos, vou te levar pra casar. -Puxei Camila para o carro.

O caminho inteir foi em silêncio, eu só conseguia ouvir a respiração descompassada de Camila, provavelmente ela iria ter pesadelos essa noite, e eu iria dar um jeito, mas ela ia ter que esquecer essa cena, pelo menos até a noite acabar.

Estacionei o carro no estacionamento do prédio e ajudei Camila sair do carro.

Subimos ao nosso andar ainda silenciosamente, abri a porta e Camila se arrastou até o sofá, sentando e olhando para o teto. Fechei a porta, joguei as chaves na mesinha de centro e sentei ao seu lado. Logo senti seu corpo abraçar o meu e o primeiro soluço surgir.

Eu sabia que ela queria chorar, ela só precisava estar em casa pra fazer isso. Puxei seu corpo para o meu colo e à segurei como um bebê recém nascido. Camila escondeu seu rosto na curva do meu pescoço e chorou, chorou como se não houvesse amanhã.

Fechei os olhos e respirei fundo, essa noite seria difícil, e eu ficaria ao seu lado, não importa o que aconteça.

(...)

Já era de madrugada quando acordei ouvindo alguns soluços, abri os olhos e fui abordada pela luz forte do banheiro. Levantei lentamente e caminhei até lá.

-Camz?Você está bem?. -Perguntei parando na porta.

Camila estava ajoelhada próximo ao vaso sanitário, pisquei os olhos lentamente e me aproximei.

-Camz. -Ela ergueu a mão como um pedido que eu parasse.

-Não chegue perto Laur. -Reprimi os lábios quando vi ela vomitando.

Me agachei ao seu lado e segurei o seu cabelo, ela me olhou atravessado e eu soltei um sorriso fraco enquanto acariciava a linha da sua coluna.

Ela se levantou e me levantei junto com ela, me apoiei no balcão que tinha próximo a pia vendo-à apertar o botão da caixa e evitando me olhar.

Ela se virou ficando de costas e ouvi seu choro novamente. Respirei fundo e me aproximei abraçando seu corpo fino. Seus ombros tremiam e eu não conseguia entender o que estava acontecendo ali.

-Amor, me fala o que houve. -Acariciei seus cabelos e ela negou. -Confia em mim, eu não vou te julgar. -Ela respirou fundo.

-Só me ajuda a tomar banho, eu te conto depois. -Assenti e beijei seu ombro.

Ela se virou fitando o chão, segurei a barra da sua blusa e à puxei para cima, só então pude perceber o quão ela estava magra, um pouco mais do que o normal.

-Você não tem se alimentado corretamente?. -Perguntei e ela me olhou rapidamente e não me respondeu.

Abri os botões do seu short e o desci, nesse momento eu não conseguia sentir nem um pingo de malícia, eu só conseguia sentir pena do meu neném, eu queria cuidar dela, da forma que ela merece.

Tirei sua lingerie deixando-à completamente nua e abri o box puxando-à para dentro. Liguei o chuveiro e à coloquei embaixo dele.

Seus cabelos moldaram-se ao lado do seu rosto e ela abriu os olhos finalmente para me fitar, sorri passando segurança e ela fungou se virando de costas.

Respirei fundo e saí do box deixando-à um pouco sozinha e fui pegar seu roupão. Quando voltei, Camila estava com a cabeça na parede e os braços também, a água do chuveiro batia nas suas costas deixando-à arrepiada.

Entrei no box e desliguei o registro do chuveiro ouvindo seus resmungos de que estava bom. Ajudei-à a se secar e coloquei o roupão puxando-à para a pia. Escovei seus dentes enquanto suas mãos brincavam com a barra da minha camiseta.

Ao terminar, puxei-à para a cama, colocando-à sentada no meio das minhas pernas. Penteei seu cabelo da forma que ela sempre penteia antes de dormir, dei um beijo no topo da sua cabeça e à puxei para perto dos travesseiros aninhando-à nos meus braços.

-É...Lauren?. -Fiz um som nasal. -Vou dormir de roupão?. -Fechei os olhos com força e me levantei.

-Desculpa, eu tinha esquecido dessa parte. -Pela primeira vez ela soltou um riso fraco.

Fui até o closet, peguei os nossos pijamas, vesti o meu e fui até ela que abriu um sorriso enorme.

-Você está linda meu unicórnio. -Sorri.

-Este é o seu, vista. -Entreguei junto com sua lingerie. -Estou ridícula. -Disse olhando para mim.

-Hum. -À olhei dos pés à cabeça. -Você está maravilhosa meu dragão. -Ela soltou um riso jogando as mexas do cabelo para frente e para trás novamente. -Veja. -Comecei a pular na cama. -Eu sou um unicórnio, e estou apaixonada por um dragão. -Ela soltou uma gargalhada. -Você é linda. -Parei de pular e pulei no chão chegando próximo à ela.

-Você que é linda, e perfeita, e gostosa. -Soltei um riso e abracei sua cintura.

-Eu te amo Camz.

-Eu já não sei o que eu sinto por você Lauren, amar é pouco demais para o que eu sinto. -Abri um sorriso e me inclinei selando nossos lábios.

-É amor. -Ela soltou um sorriso e me beijou.

-Então eu te amo, porque te amo, e te amo. -Sorri e puxei seu corpo para mais perto.

Estava Escrito(CAMREN)Onde histórias criam vida. Descubra agora