Epílogo

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Claire.

8 anos depois.


— Thomas!

Meu namorado riu, me empurrando na cama e ficando sobre mim. Estreitei os olhos para ele, mas acabei cedendo quando sua boca tocou a minha e iniciou um beijo. Fechei a tela do notebook e o agarrei firme, sentindo suas mãos apertarem os meus quadris enquanto o envolvia com as minhas pernas. Ele sorriu e mordeu meu lábio, mas era óbvio que meu despertador tinha que tocar.

— Hm, está na hora. — murmurei, tentando me afastar dele. — Thomas, eu tenho que levantar.

— Só mais dois minutos. — sussurrou, voltando a me beijar.

Ri baixo e o puxei pela gola da camisa, então dando impulso e fazendo com que rolássemos na cama. Acabei sentada sobre seu quadril, vendo-o largar minha boca e seguir para o meu pescoço. No mesmo instante, me afastei e me pus de pé, com ele me encarando de uma maneira um tanto revoltada.

— Qual é, Valentine... — estreitei os olhos para ele.

— Pare de me chamar de Valentine!

Parei a frente do espelho, vendo a blusa branca quase cobrir a calcinha preta. Se meu pai entrasse no quarto naquele momento, não haveriam Claire Mendes ou Thomas O'Connor que se salvassem.

— Desculpe, Claire Valentine.

Encarei-o através do reflexo, desafiando-o a repetir a frase, mas Thomas apenas riu e negou com a cabeça, pegando o notebook da cama e colocando-o sobre a escrivaninha. Logo após, ele se aproximou e me tomou pela cintura, roubando um selinho.

— Vou indo. — murmurou, mas me agarrou mais forte e começou a beijar e morder minha bochecha.

— Tá. — ri baixo, tentando empurrá-lo. — Mas vai logo, meu pai não pode nem sonhar que você tá aqui!

— Já entendi, já entendi! — ele fez uma careta, se afastando na direção da janela. — Volto depois para terminarmos a maratona do Star Wars?

— Hmmm, só se depois fizermos a do Homem Aranha. — caminhei até a janela, me inclinando para fora enquanto ele pisava no parapeito.

— Pode ser, mas se disser que o aranha do Andrew é melhor que o do Tobey, vamos ter que terminar.

Estreitei os olhos.

— É claro que eu não direi. — me inclinei mais um pouco, lhe dando um selinho rápido. — Até porque o aranha do Tom ganha dos dois!

Fechei o vidro antes que ele pudesse protestar, e apenas acenei diante da sua cara de surpresa. Por fim, Thomas acabou rindo e acenando de volta, voltando a caminhar pelo telhado. Observei a janela por uns instantes até me tocar de que estava começando a me atrasar, então segui rindo até o banheiro.

Liguei o chuveiro, deixando que a nuvem de vapor tomasse conta do cômodo enquanto eu me despia. Mantive meu olhar fixo no espelho por uns instantes, me prendendo na cicatriz na minha barriga. Não me lembrava bem de Katie, apenas alguns traços e os cabelos escuros, mas houve uma pequena época da minha vida em que ela assombrava a minha cabeça feito um fantasma. Era óbvio que aquilo preocupava os meus pais mais do que qualquer coisa, e após uns anos de terapia e uma incrível atenção redobrada por parte deles, tudo o que me restara dela foram apenas alguns fragmentos inúteis.

Prendi bem meus cabelos e então me enfiei sob o jato d'água, mas ao invés do mesmo me tranquilizar, acabou que saí mais tensa do que quando entrara. Haviam tantas coisas prestes a acontecer naquele dia que eu sequer conseguia focar meus pensamentos em uma só, e isso parecia fazer meu cérebro querer explodir a qualquer instante.

Broken Strings | Shawn Mendes ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora