🔫 AVISO: PODEM HAVER ERROS DE DIGITAÇÃO.🔫
Freya
França, 21 de Janeiro de 2017, 7:00 horas.
A claridade presente no cômodo do quarto incomodava meu olhos. Bufei irritada e busquei de olhos fechados um travesseiro para poder me proteger da luz. Droga, como assim não havia cortinas naquele quarto?
Irritada, joguei as cobertas para o lado, e levantei a contra gosto mirando a janela com raiva. Daria um jeito nisso ainda hoje.
Agora descansada, pude reparar mais no quarto. E me espantei com a quantidade de detalhes presentes nele. Era claro, em um tom de amarelo, quase pastel. Os móveis vintages, em um tom vivo de vinho. A cama box era grande, e no lugar da cabeceira havia um papel de parede arabesco em tons rosas e vermelhos, com espelhos em ambas as laterais, que iam do rodapé até o teto. Havia criados-mudos em ambos os lados, com uma luminária de ferro em cada um. O guarda-roupa era de madeira maciça, com detalhes bastante trabalhados e clássicos.
No canto do quarto, havia uma penteadeira em tons dourados reluzentes. Um espelho veneziano se destacava, chamando atenção para o local. O acento era uma cadeira giratória vermelha, com algumas bolinhas douradas. E para fechar, uma luminária simples, pendurada na lateral do móvel. Era inegavelmente bonito. O melhor apartamento que já havia ficado em uma missão. Completamente diferente do lugar monocromático e gélido que eu morava. Era Paris.
Após tomar um longo banho, tentando amenizar um pouco das dores ainda presentes em meu corpo, sai do banheiro enrolada em uma toalha, e caminhei rapidamente até uma de minhas malas. Paris era fria demais, e os arrepios que percorriam minha pele eram dolorosos.
Sem muita paciência para me arrumar, como de costume, escolhi uma roupa qualquer e vesti. Ao me olhar no espelho, ri ironicamente. Calça preta rasgada, camiseta preta, um coturno e jaqueta de couro. Clássico.
Se tinha uma coisa que eu teria que mudar nessa missão, era minha total falta de interesse na minha aparência. Havia trazido meio mundo de roupas, a mando de Charlie, que enquanto dava as ordens, frizara umas mil vezes que eu estaria em Paris, e teria que me vestir a altura. Uma coisa desnecessária, na minha opinião, mas que teria que seguir, afinal: ordens são ordens.
Após um longo tempo arrumando minhas roupas no armário do quarto, e colocar todas as informações que tinha numa lousa ali presente, cai na cama cansada. Já passava das onze da manhã, e eu ainda não havia me alimentado. Consequentemente, meu corpo fazia questão de me lembrar deste fato a cada minuto que se passava. Precisava sair urgentemente para comprar comida.
Suspirando, sentei na cama, e pela primeira vez no dia meu olhar caíra sobre uma das paredes do quarto.
Todo o cômodo tinha uma cor amarelada, porém bem clara. Já aquela parede possuía um tom bem mais quente, que se destacava do resto. Qualquer um deduziria que a diferença de cores fora causada por um erro na compra das tintas, ou por distração do pintor, talvez. Mas eu sabia exatamente do que aquilo se tratava. O sorriso ladino em meu rosto provavelmente denunciava aquilo.
Caminhei devagar até a parede, observando qualquer anormalidade ali que denunciasse como abri-la. Dedilhei a parede inteira, até chegar no rodapé. Meu sorriso aumentou ao sentir um pedaço da estrutura sair em minhas mãos, e revelar um pequeno controle remoto.
Testei todas as prováveis senhas, até que após algumas tentativas falhas, finalmente acertei, e observei o painel, que originalmente seria uma parede, deslizar.
O cômodo era todo fechado, sendo apenas iluminado por duas lâmpadas fluorescentes amareladas.
A parede a minha esquerda era totalmente tomada por uma estante onde ali eram mantidos inúmeros apetrechos que eram usados em uma missão, como coldres, munição, pistolas, armas mais pesadas, facas, mapas da cidade, escutas, entre muitas outras coisas.
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Linhagem
AcciónTrês máfias, um objetivo: controle. Órfã, desde sempre a única realidade de Freya é a máfia na qual ela trabalha. Seguir ordens de seu chefe é tudo o que ela fez. Matar, roubar, torturar e principalmente: jamais se envolver. E ela seguia a risca tai...