*Fotos no final do capítulo.
🔫 AVISO: PODEM HAVER ERROS DE DIGITAÇÃO.🔫
Paris, 25 de janeiro de 2017, 18:30
Freya
— Alô, Charlie. — disse assim que a pessoa, do outro lado da linha, atendeu o telefone.
— Freya. Esperava notícias suas. — ele anunciou.
— Consegui, estou dentro. — disparei, sem enrolação.
— Nunca pensei que não conseguiria.
— ele falou. Eu sabia que do outro lado da linha, Charlie estava sorrindo.
— Quando será a cerimônia de iniciação? — perguntou.— Daqui há três dias. — respondi, bebericando mais um pouco do chá de camomila. Hoje era mais um dos dias que eu estava com insônia. Meu corpo ainda estava ligado, por conta da adrenalina da noite.
— Ótimo. Creio que você sabe como proceder. Tenho informações importantes dos meus homens na Rússia, irei repassá-las daqui há uns dias para você. — Charlie falou.
— Okay. — respondi simplesmente. — Até mais, Charlie.
— Até mais, Freya. — ele se despediu, e desligou.
Suspirei, tirando o celular da orelha. Tomei mais um gole de chá, tentando esquentar meu corpo, que estava totalmente frio, devido as correntes frias que passavam por ele.
Eu estava na sacada de meu apartamento há algum tempo. Nunca fui uma apreciadora do céu, nem dos astros, mas estar aqui agora, nessa missão, sozinha, me deixou com uma estranha sensação de solidão.
No entanto, isso não faz o menor sentido. Há anos que eu faço isso. Essa não é a primeira, e nem será a última vez. Passar as noites como hoje, com insônia e solitária, não é algo novo em minha rotina. Por que será que estou me sentindo tão só? Era para eu estar acostumada, não?
Fechei os olhos, e me concentrei. Essa era uma técnica que Charlie me ensinou, quando eu ainda era criança, para quando eu estivesse com medo e sozinha. O objetivo era lembrar dos momentos bons em minha vida, para que eu me sentisse um pouco acalentada, mesmo que seja uma ilusão.
Fiquei alguns instantes, buscando em minha mente algo bom que já tenha acontecido comigo. Procurei em toda a minha memória algo que pudesse ser caracterizado como bom. Porém, nem minhas memórias de infância eram boas. Nada. Eu não tinha nada de bom em minha vida. Nunca tive.
Nenhuma amizade, nenhuma paixão, nenhuma festa de aniversário, nenhuma ida ao circo ou parque de diversões. Absolutamente nada.Chegar a essas conclusões era sempre estranho. Eu já sabia disso, mas refletir sobre, é muito pior.
Despejei o resto de chá pela sacada, muito ciente de que este não é um ato muito bom, e peguei uma das garrafas de uísque na estante.
Observei a noite bem iluminada; senti o vento arrepiar os poros de meu corpo; olhei as estrelas brilhantes e a lua cheia e amarelada. Sorri para o vazio, e virei a garrafa em minha boca, sentindo a bebida aquecer toda a extensão do meu corpo em que ia percorrendo.
Três dias depois
Hoje era o dia da Iniciação. Palavra que, em minha humilde opinião, deveria ser substituída por apresentação. Na verdade, a noite de hoje não passava disso, uma apresentação.
Uma apresentação totalmente desnecessária, eu diria. Mas era uma tradição muito antiga do mundo das máfias, e provavelmente, se estenderia por muitos anos.

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Linhagem
AcciónTrês máfias, um objetivo: controle. Órfã, desde sempre a única realidade de Freya é a máfia na qual ela trabalha. Seguir ordens de seu chefe é tudo o que ela fez. Matar, roubar, torturar e principalmente: jamais se envolver. E ela seguia a risca tai...