Capítulo 14

128 31 18
                                        

🔫AVISO: PODEM HAVER ERROS DE DIGITAÇÃO.🔫

Flashback

Londres, Inglaterra. 30 de março de 1997.

A pequena garotinha estava encantada com o minúsculo passarinho que havia ganhado em seu aniversário de quatro anos, dado por Charlie, cinco dias antes. Mesmo estando a pouco tempo com ele, Freya já o amava. Nos últimos dias, ela mal podia se aguentar em suas aulas. Perguntava a hora a todo momento, e mal podia esperar para ficar admirando o lindo passarinho azul em sua gaiola. Freya não gostava da gaiola. Ela não conseguia entender o porquê de um animal tão livre em sua essência, ter de ficar enclausurado daquela forma. Ela mesmo queria voar! A criança não entendia.

Porém, naquele dia, ao voltar correndo para seu quarto, para ver Capitão, - nome dado por ela ao pequeno animal - Freya não encontrou a gaiola onde seu amiguinho costumava ficar. Desesperada,  procurou por todo o quarto, e quando viu que, de fato, ele não estava lá, saiu em disparava porta à fora.

A garotinha corria a plenos pulmões, já sentindo seu peito fadigar de cansaço, e seus olhos se enchendo de lágrimas.

Sua corrida sessou quando viu a gaiola de Capitão nas mãos de Charlie, que estava parando a olhando, no meio do salão. Freya andou timidamente até ele, secando suas lágrimas, e tentando não olhar para os homens que estavam ali. Ela não gostava deles. Tinham caras de maus, e a assustavam.

— Charlie, por que o senhor pegou o capitão? — Freya perguntou escabreada. — E-eu me assustei. — a menina disse, enquanto encarava seus sapatinhos brancos.

Olhe para mim enquanto fala, Freya. — Charlie exigiu, e a menina, assustada, assim o fez. — Vou ser direto. Irei lhe dar uma ordem, e você irá cumprir, entendeu? — perguntou a encarando. Freya encolheu os ombros, e assentiu nervosamente. Charlie, então, abriu a gaiola. — Pegue o passarinho. — a garota, com cuidado, tirou capitão da gaiola, tomando o máximo de cuidado para não machucá-lo. Ele era tão pequeno e frágil, que qualquer apertão o mataria. — Muito bem, agora quero que você o mate. — Freya arregalou os olhos, e instintivamente deu um passo para trás.

— O-o quê? — ela gaguejou.

— Mate-o. — disse novamente.

— E-u não posso. Não posso. — respondeu, já sentindo as lágrimas aquecerem suas bochechas. — Ele é meu amigo. Eu o amo.

— Mate-o. — Charlie exclamou, sem piedade.

— Não posso. — Freya choramingou, apertando o passarinho contra seu peito.

— Mate-o agora mesmo, Freya. — ele disse impacientemente. Freya tornou a negar, enquanto soluçava. Charlie, sem compaixão, arrancou o animal das mãos de Freya, sob seus protestos, e em segundos, torceu o pescoço do passarinho.

— NÃO! — a criança gritou, sem acreditar. Seu amigo, Capitão, agora estava no chão, totalmente inerte e sem vida. Ela se ajoelhou no chão, e suas pequenas mãozinhas tentaram tocar o corpo do bicho. Porém, um puxão brusco a interrompeu, fazendo a ficar em pé novamente.

— Preste atenção, Freya. — ele disse, a segurando tão firme pelos ombros, que a menina até sentia seus ossos doerem. — Jamais se apegue a algo. Jamais ame alguém, ou alguma coisa. O amor nos enfraquece, e nos destrói. E você não pode ser fraca. Entendeu bem? — o homem perguntou, a olhando severamente.

— Sim, Charlie. — Freya respondeu, em meios aos soluções e as lágrimas que caíam em cascatas pelo seu rosto.

Londres, Inglaterra. 05 de Junho de 2005
                     

LinhagemOnde histórias criam vida. Descubra agora