Capítulo 9

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PARTE II: CORRER OU MORRER

🔫AVISO: PODEM HAVER ERROS DE DIGITAÇÃO.🔫

Damian

O gosto da cerveja estava impregnado em minha boca, juntamente com o sabor de menta do cigarro que eu havia fumado anteriormente. As luzes coloridas, e o som ligado no máximo deixavam meu cérebro entorpecido. Senti uma mão deslizar por minhas costas, e me virei para a mulher que estava do meu lado. Era ruiva, e extremamente bonita. Suas roupas coladas, e curtas a deixava irresistível para qualquer um.

—Gabrielle. —a cumprimentei com um aceno de cabeça, enquanto virava um gole de minha cerveja. Suas mãos agora se encontravam na parte da frente de meu corpo, percorrendo meu peitoral. O frio da noite e seus toques já tão conhecidos disparavam leves arrepios por minha pele.

—Senti sua falta, Damian. Você não me procurou mais. —Ela disse fazendo biquinho. A olhei indiferente e dei de ombros.

—Estive ocupado, me desculpe. —apesar de ser inconveniente muitas vezes, Gabrielle fazia parte de minha vida.

—Ocupado com aquela vadia, não é mesmo? —respirei fundo, contendo meu mau humor, e a encarei.

—Por favor, Gab, já resolvemos isso.

— Não, não resolvemos. Você simplesmente me largou para ficar com aquela loira insuportável. — olhei ao redor, procurando o olhar inquisidor de Roger, porém ele estava concentrado em alguma outra coisa.

— Para de falar sobre a Eleonora, você sabe muito bem que Roger a idolatra. — disse a olhando. Roger amava as sobrinhas. Tanto Eleonora, quanto Joanne eram suas vidas. Acho que ele via nelas a neta que nunca pode conhecer. Abri a boca para falar mais alguma coisa para Gabrielle, no entanto, desviei minha atenção da ruiva ao ver um Bugatti emergindo da multidão. Ouvi alguns assobios dos caras ao redor. Passei os olhos nos rostos ali presentes, e logo soube quem acabava de chegar.

Quando Freya saiu do carro, todos fizeram silêncio. Ao caminhar em nossa direção, ela parecia uma felina. Seu corpo torneado estava marcado pelo vestido vermelho revelador, que mesmo com o sobretudo, se destacava. Seu cabelo preso naquelas tranças, me faziam ter pensamentos nem um pouco inocentes. Seus olhos de gato estavam mais claros que o normal, e isso a deixava mais peculiar que de costume. Quando ela passou a língua pelos lábios, senti meu corpo inteiro acender. Sem julgamentos, se estivessem vendo o mesmo que eu, talvez não teriam tanto autocontrole quanto estou tendo agora.

— Está atrasada. — falei sem pensar, e franzi o cenho estranhando meu próprio comportamento. Acho que tenho algo contra ela. Deve ser a desconfiança. Freya apenas sorriu debochada, me olhando com, o que eu supus ser, um leve desprezo. Creio que ela também tem algo contra mim.

— Eu sei. — ela disse simplesmente. Oliver apareceu do seu lado, trazendo duas latas de cerveja nas mãos e um sorriso deslavado no rosto. Eu daria tudo para arrancá-lo de lá.

— Para você! — ele disse entregando uma das latas para Freya, que aceitou de prontidão. Oliver a olhava de um jeito malicioso e nada discreto. Apertei a lata de cerveja que estava em minha mão, concentrando minha raiva naquele pedaço de metal. Gabrielle ainda continuava parada do meu lado, e observava desconfiada a cena. Depois, direcionou seu olhar para Freya, e uma carranca de nojo se formou em sua expressão.

— Quem é você? — Gabrielle perguntou, a olhando com desprezo.

— Freya. — ela respondeu desinteressada, antes de tomar um longo gole de sua bebida, sem nem sequer olhar para Gab.

— Ah é? — a ruiva perguntou, cruzando os braços. Revirei os olhos mentalmente. Impressionante como ela sempre tinha que causar tumulto. — Olha aqui, fofa. Não pensa que é especial só porque chegou agora. Você já pegou o trem andando, não vai sentar na janelinha. — ela disse, e praticamente se pendurou em meu pescoço, olhando para Freya como se fosse uma fera.

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