Capítulo 10

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🔫 AVISO: PODEM HAVER ERROS DE DIGITAÇÃO.🔫

ANTERIORMENTE

— Garota...— disse rindo. — Isso foi porreta.

Balancei a cabeça negativamente, e a apoiei no banco. Um sorrisinho escapou de meus lábios, e olhei para ele.

— É...isso foi. 

Parte I

Respirei fundo, sentindo as batidas de meu coração se acalmarem, e saí do carro. Code fez o mesmo.

Do lado de fora, a multidão estava ensandecida. Um aglomerado se formou ao redor de meu carro, e as pessoas me olhavam admiradas. Elas acompanharam tudo dos  grandes telões que havia ali. De repente, as pessoas à minha frente começaram a abrir espaço, e pude finalmente enxergar Sam, ao lado de seu carro, me olhando de uma forma quase arrependida. 

Como em um estalo, toda a excitação da adrenalina, deu lugar à raiva. Senti todo meu corpo se aquecer, e pude jurar que mais um pouco, e eu entraria em combustão.

Caminhei a passos largos até ele, mal ouvindo os chamados de Roger em algum lugar dali. Meu sangue estava fervendo. Sam ergueu as mãos desesperado, e balançou a cabeça repetidas vezes.

— Freya... e-eu sinto muito. M-me desculpe — ele gaguejou, e a medida que me aproximava, ele se desesperava mais. Porém, eu não estava nem aí.

Agarrei-o pelo tecido da jaqueta, e o joguei com força sobre a lataria de seu carro. Com um pouco de dificuldade, peguei a arma, usada várias vezes essa noite, no coldre firme em minha coxa. O corpo de Sam paralisou ao sentir o cano da arma fincado em sua têmpora.

— Freya, se acalme. — ouvi a voz de Roger mais próximo de mim dessa vez. Porém, apenas ignorei.

— Repete! — pedi entredentes para Sam. Meu rosto estava próximo ao dele, e eu podia sentir o medo exalando pelos poros de seu corpo. — REPETE! — ordenei, cravando a arma em sua cabeça.

— O quê? — ele perguntou, mas diferente do que imaginei, o seu tom era de puro deboche. Franzi as sobrancelhas, e o olhei com raiva — Repetir o quê? Que você é uma vadia?— Sam disse, e soltou um riso esganiçado. — Pois bem... — replicou — Você é uma vadiazinha.

Ao ouvi-lo, me senti como uma arma carregada, que acabara de ser acionada. Mudei a posição do revólver em minha mão, e bati com força a coronha contra seu rosto. Sam grunhiu alto, devido a dor. Sorri ao ver o grosso fio de sangue escorrer por seu nariz.

Contudo, eu não estava satisfeita. Acalmar meu ódio só seria possível, quando os miolos de Sam estivessem espalhados por todo o capô do carro.

— Me bater não muda o fato de você só estar aqui por ser uma puta. — ele retrucou baixo, mas ainda assim, perfeitamente audível.

Eu ia explodir, e podia sentir isso. Sam acabara de puxar no pino da granada, e não sobraria nem sombra dele. Meu dedo estava no gatilho, e em segundos eu o apertaria. Sem dó, sem remorso. Apenas o apertaria.

Olhei nos olhos de Sam, e pude ver a morte estampada em suas íris escuras. Aquele olhar se assemelhava a todos os outros que eu havia visto.
Esse olhar de morte, eu conhecia bem. Todas as pessoas que eu havia matado, antes de irem, me olharam daquela forma.

No instante, porém, em que eu apertaria o gatilho, senti uma mão forte rodear minha cintura e me puxar para longe do corpo de Sam.

Confusa, respirei fundo, sentindo uma eletricidade estranha percorrer meu corpo.

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