🔫 AVISO: PODEM HAVER ERROS DE DIGITAÇÃO. 🔫
Freya
— Jean, meu genro.
— Vai ver meus olhos não são assim tão incomuns. — respondi. Era verdade não, é? Aposto que existem milhares de pessoas com a mesma cor de olhos que os meus.
Roger coçou a barba, enquanto seu olhar me analisava. Por fim, ele se deu por satisfeito, e suspirou.
— É, você tem razão.
— Tio, já está na hora. — uma voz desconhecida por mim pronunciou. Olhei em direção ao som, e vi duas figuras loiras caminhando em nossa direção. Ambas possuíam cabelos claríssimos, e olhos azuis. A mais esguia, estava usando um vestido prateado, quase transparente, com longos fios de pérolas, que balançavam a cada passo que ela dava. Seu rosto estava sério, e sua postura era extremamente elegante. A outra, carregava um enorme sorriso em seu rosto, o que a fazia muito mais interessante, e amigável. Ao contrário da mulher a seu lado, sua postura era descontraída, quase informal. Ela vestia um vestido vermelho sangue, que contrastava perfeitamente com sua pele.
As irmãs Eleonora e Joanne.
Eleonora.
Meus lábios estavam tremendo, e tive que controlá-los para que um sorriso sádico não saísse de meu rosto.
— Vocês estão lindas, minhas queridas. — Roger falou, beijando cada uma delas com carinho. Joanne não se contentou apenas com um beijo na testa do tio. Sorrindo, jogou os braços ao redor dos ombros dele, e o abraçou por longos segundos. Eleonora a olhou com reprovação, porém a mulher não viu, e se viu, apenas ignorou.
— Meninas, estes são Code, Juan, Augusto, Marcus e Freya. — Roger nos apresentou à elas. Eleonora olhou para os homens com desdém, desprezando os olhares encantados que eles a lançavam. Para mim, o olhar que ela direcionou a mim, faria com que eu me encolhesse num canto, com medo de minha própria sombra. Faria, se eu não fosse quem eu sou. Retribuí seu olhar na mesma intensidade, e com o mesmo deboche. Longos e intensos instantes se passaram, e eu tinha certeza que se alguém jogasse um fósforo ali, tudo iria para os ares.
— Caramba!!! Uma mulher. — me assustei ao Joanne se materializar na minha frente. Ela me encarava com curiosidade, sem falar nada. Me senti como um bicho em exposição em um zoológico. — Prazer, sou Joanne. — disse estendendo a mão. Franzi o cenho, e a apertei. Ela pareceu contente por eu ter feito alguma coisa, visto que eu estava tão parada quanto uma estátua. — Aquela é minha irmã, Eleonora. — falou apontando com a cabeça para a mulher que nos encarava séria. — Não liga, ela é um pouco mal humorada. — confidenciou baixo a mim.
— Joanne! — Eleonora ralhou. Seus lábios estavam em uma linha reta, e seus braços ao lado do corpo, estavam tensos. Ela iria me dar trabalho, eu podia sentir.
— Meninas, por favor! — o tom de voz de Roger era severo, e não deixava brecha para questionamentos. — Está na hora. Fiquem aqui até eu chamá-los. — se direcionou a nós, e saiu juntamente com suas sobrinhas, em direção ao topo da imponente escada. Me encostei na parede, e pude sentir a tensão no ar. Olhei para meus companheiros, e os encontrei quase tremendo de nervoso. Tudo isso era uma novidade para eles, ao contrário de mim. Reprimi a vontade de dizer algo para acalmá-los, e me concentrei nas palavras de Roger, perfeitamente audíveis por conta do microfone.
— Bem-vindos a mais uma de nossas iniciações. — sua voz era imponente, e impunha respeito a todos ali. — Sei que devem estar estranhando o fato de estarmos aqui, neste belíssimo castelo. — "sim, estamos", pensei. — Minha filha, Eugènie, quando era viva, amava História. Tudo que mostrasse o passado, que revivesse coisas e emoções já extintas, eram objeto de admiração de Eugènie. Uma das coisas que ela mais amava, eram castelos. Desde pequenina, ela tinha fascínio por eles. Este aqui, o castelo de Fontainebleau, era seu preferido. Me lembro que ao falar dele, seus olhos brilhavam. — sua voz agora estava embargada. Falar da filha falecida parecia difícil para ele. Por algum motivo, sua tristeza me tocou. — Por isso, o escolhi para comemorar seu aniversário hoje. Se estivesse viva, tenho certeza que ela ficaria imensamente feliz. E onde quer que ela esteja, sei que está contente.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Linhagem
AcciónTrês máfias, um objetivo: controle. Órfã, desde sempre a única realidade de Freya é a máfia na qual ela trabalha. Seguir ordens de seu chefe é tudo o que ela fez. Matar, roubar, torturar e principalmente: jamais se envolver. E ela seguia a risca tai...