Capítulo 7

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🔫AVISO: PODEM HAVER ERROS DE DIGITAÇÃO.🔫

Freya
 

— Quem será o próximo? — Damian perguntou mais vaidoso e relaxado que o normal. 

Enquanto olhava para o grupo de pessoas à sua frente, se preocupou em secar o suor que escorria por sua testa, atitude que prendeu excessivamente minha atenção, devo confessar. O homem estava com as mãos na cintura, ato esse que deixava seus braços grandes e rijos em evidência. A regata branca, antes escondida pela jaqueta, ressaltava seu peitoral suado; as bochechas estavam coradas, devido ao esforço realizado, e ele estava gostoso pra caramba. Não me julguem, eu não sou cega.

Estávamos agora numa sala menor que a anterior, onde estava disposto no meio do cômodo, um pequeno ringue de luta. Damian foi o primeiro a subir nele, e assim que o fez, desafiou um dos homens. E mesmo depois de vários rounds, ele ainda continuava ali. E a cada vitória sua, gritos e aplausos rompiam no ar.

— Eu. — olhei para a direção que a voz vinha, e me deparei com um homem tão alto quanto Damian, forte e com longos cabelos loiros presos em um rabo de cavalo. Ele já havia tirado seu casaco, e vestia uma camisa preta de algodão, extremamente colada em seu corpo. O loiro encarava o adversário com um ar de ironia, e seus braços cruzados o deixava mais desafiador do que o normal.

Estava difícil ser mulher, e hétero aqui.

O homem, já em cima do ringue, sustentava seu olhar desafiador, o que fez com que Damian balançasse a cabeça e um sorriso carregado de deboche surgisse em seus lábios, antes de dar início ao combate. Então tudo aconteceu muito rápido.

O loiro cerrou os punhos e partiu para cima de Damian, pronto para desferir um soco potente em sua face; porém quando o outro já estava muito próximo, Damian deu dois passos para o lado e avançou para cima dele, acertando com força seu antebraço no rosto do homem. Com a força do golpe inesperado, ele caiu imediatamente no chão do octógono. Os gritos que irromperam o ar foram imediatos, juntamente com assovios e risadas animadas. Aquilo parecia mais um almoço de domingo, daqueles estilo filmes americanos, onde os homens se reuniam para jogar baralho, e apostavam uma caixa de cerveja como prêmio de jogo.

— Foi mal, cara. —  Damian disse, um sorrisinho de ironia brincava em seu rosto, mostrando que de arrependido, ele não tinha nada.

Os homens riam ao redor, e o loiro envergonhado e raivoso, recolhia seus cacos e saía do ringue.

— Nada mal, Bratva. — Oliver, no canto da sala gritou, se referindo a, até então, impecável atuação de Damian.

— Por que você não tenta também, Oliver? — Damian provocou — Tem medo de perder, não é mesmo? — Oliver rio alto, e caminhou a passos lentos até a beirada do ringue.

— Não seja presunçoso, você sabe que não teria chance comigo. —  Oliver sorriu, porém sua expressão não era tão amigável quanto deveria. — Acabaria com a bosta da sua dignidade. — ele disse muito raivoso. Algo estava muito fora do lugar. O rosto de Damian se contorceu em uma carranca raivosa, e seus pulsos estavam cerrados. Ele estava pronto para explodir a cara de Oliver num golpe só. Alguma coisa me dizia que esse conflito todo tinha muito a ver com o fato de Oliver ter se aliado a Charlie contra os Délperier.

Ao meu lado, Raul observava tudo com as sobrancelhas franzidas, em um claro sinal de preocupação. Seu corpo parecia mais magro e franzino mediante a todos aqueles homens musculosos e suados.

— Nunca conheci alguém tão teimoso e competitivo quanto esses dois. — Raul cochichou para mim, porém eu não estava mais ouvindo.

— Eu quero tentar. — gritei olhando para os dois homens, que se encaravam como se estivessem prestes a se matarem.

— Deixa pra lá. — Raul resmungou mais uma vez.

— Como? —  Damian perguntou surpreso. Qual é? Pensei que depois do que havia acontecido com Code, eles iriam finalmente se tocar de que eu não estava ali para brincadeiras.

— Você ouviu. —  respondi sem paciência. — Todos já tentaram, agora é minha vez.

Ele me olhou por longos instantes, avaliando alguma coisa em mim que eu não era capaz de dizer. Droga de olhar. Eu definitivamente odiava aquele olhar.

— Certo. — disse por fim.

Tirei minha jaqueta, que antes aquecia meu corpo, e a entreguei para Raul segurar, deixando exposta minha regata preta, que mal cobria meu umbigo. Caminhei devagar até o ringue, e ao subir, pude ouvir os assobios vindos da "plateia". Olhei-os com uma expressão fechada, o que os calou imediatamente.

— Ok...— Damian disse levantando os punhos, se colocando em posição de ataque. — Vamos acabar logo com isso.

Levantei meus pulsos, imitando sua posição, e afastei minhas pernas, apoiando o peso de meu corpo na parte traseira. Damian esperou que eu fizesse o primeiro movimento, porém apenas dei um pequeno sorriso ladino, carregado de maldade, e o chamei com meu dedo indicador.

O homem sorriu sorrateiro, mas logo retornou a sua posição séria e compenetrada. Tomando a iniciativa, ele partiu para cima de mim, disparando um soco em minha direção, porém o bloqueei com meu cotovelo. Ele espreitou os olhos, e tentou mais um soco, que eu novamente bloqueei. Damian bufou irritado, e tive vontade de rir de sua pressa e impaciência.

Antes que ele avançasse novamente, joguei meu corpo para trás, usei uma das pernas como apoio, e girei, acertando seu diafragma. Damian engasgou com a dor, e cambaleou para trás, baixando sua guarda.

 Aproveitei a oportunidade, e parti para cima dele, disparando chutes violentos contra sua perna esquerda. Chutei uma, duas vezes, até que Damian resolveu se defender.

Quando eu ia disparar meu terceiro chute, Damian segurou minha perna, e me puxou com força para o corpo dele. Ele segurou na base de minha coxa, e começou a girar, enquanto me segurava, tentando me desequilibrar. Praguejei mentalmente minha distração, e resolvi reverter a situação. Enrolei minha perna livre ao redor da cintura dele, saindo totalmente do chão.  O homem me encarou confuso, porém não o dei tempo para pensar. Sorri uma última vez para Damian; nossos rostos estavam próximos e eu podia sentir seu hálito batendo contra minha face. Joguei meu tronco totalmente para trás, mantendo minhas pernas em sua cintura, e apoiei minhas mãos no chão; alavanquei minhas pernas para cima, e puxei o corpo de Damian em direção ao chão.

Seu corpo corpo caiu com um baque alto no piso. Levantei cambaleante e o encarei. Damian se levantava com dificuldade, seus ombros estavam tensionados. Ele estava com raiva. Eu sabia disso sem nem ao menos olhar em seu rosto.

Quando ele se virou, ainda sem se levantar, eu pude constatar exatamente isso. Seus olhos pareciam carregar um vulcão neles. Seus lábios estavam em linha reta, inexpressivos.

Limpei o suor que escorria por meu rosto, e me aproximei  dele. Estiquei minha mão em sua direção, oferecendo meu apoio. Nossos olhos se encontraram, e eu estremeci levemente com a inspeção que ele fez sobre mim. Senti seu toque em minha mão, e o puxei para cima.

— Você foi bem. — ele disse simplesmente, sem quebrar o contato visual. Nossos olhares travavam uma batalha muda; eu não sabia o que ele queria achar em mim, o que ele tanto procurava todas as vezes que me observava da mesma forma que agora. No entanto, alguma coisa em mim se incomodava sempre que eu me tornava objeto de seu olhar.

— Você também não foi nada mal. — disse simplesmente, só então me dando conta que ainda estávamos de mãos nadas. Soltei rapidamente sua mão, e saí do ringue, sendo ovacionada por uma série de vozes animadas. Caminhei em direção a Raul, e tomei meu casaco de seus braços. 

Me virei, e estremeci ao notar que Damian ainda me encarava.

O dia não podia ficar mais estranho.

Oi, minhas lindas. Mais um capítulo pra vcs❤ ta curtinho, mas tudo bem. Espero que gostem❤😙

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