lovesickness¨reece bibby

chapter one

" Querido diário,

Não sei ao certo por onde começar ao contar o dia de hoje, já que provavelmente ao final dessa linha o caderno inteiro esteja encharcado por minhas lágrimas, que jorram sem meu consentimento e aprovação, mas talvez colocar esses sentimentos no papel me ajude a também colocá-los em ordem na minha mente...bom, o que de fato aconteceu foi que Tyler só estava comigo para tentar fazer ciúmes na Emma. Crazy, não? Sim, e muito, principalmente se levarmos em conta o fato de que Emma é minha melhor amiga e ficou tão chocada quanto eu ao ouvir essas palavras saírem da boca de Sammy, o melhor amigo de Tyler... e, sinceramente? O Sammy não teria motivo nenhum para mentir sobre isso...e, bom, como era previsto, vou lá pegar meu secador de cabelo para tentar secar essa página."

Guardei meu diário na gaveta da escrivaninha sem nem mesmo buscar um jeito de tentar secar aquelas velhas páginas. Ao contrário de que imaginei, colocar todos os fatos em ordem não ajudou em nada, ou seja, mais uma tentativa falha de tentar amenizar minhas lágrimas...

Quando levantei de minha cadeira, o telefone, que ficava na sala, começou a tocar, buscando um jeito de disfarçar minha voz de choro maravilhosa, fui atender

-Oi?

- Becky, que bom que você atendeu...achei que talvez tivesse ficado brava comigo, apesar de saber que não tenho nada a ver com o que Tyler aprontou.

- Tá tudo bem Emma, eu sei que a culpa não foi sua, aliás, a culpa não foi de ninguém além daquele babaca...

- E como você tá com tudo isso?

-Sinceramente? Péssima...

-Ai amiga...eu vou ir pra sua casa agora.

E dizendo isso desligou o telefone. Quando cheguei em casa, mais cedo, dei graças a deus pelo fato de meus pais estarem trabalhando e eu não ter de enfrentar um milhão de perguntas direcionadas à mim, mas agora a solidão, velha conhecida minha, estava chegando aos poucos, por isso nem argumentei quando Emma disse que chegaria daqui a pouco.

Não demorou muito para a campainha do apartamento tocar e eu dar de cara com uma morena com os braços cheios de comida bem na minha porta. Emma passou por mim como se estivesse carregando um elefante e, depois de deixar tudo em cima de uma bancada que havia perto da entrada do apartamento, minha amiga me deu o abraço mais reconfortante e compreensivo que eu poderia querer e, com minha cara enfiada em seus lisos cabelos, me debulhei em lágrimas pela centésima vez naquele dia.