Cap. 23

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..... a Amy.

Puta merda, que raio fazia ela ali?
Eu virei-me e ele pôs uma manta em cima de mim, para a Amy não ver que eu estava quase nua.

-Finge que estás a dormir.- disse ele.- Eu volto já.

Ele desceu as escadas e abriu a porta. Eu conseguia ver tudo pela janela.
Ouvi á Amy a perguntar ao Hayes porque é que ele estava de boxers e o Hayes respondeu que nós estávamos a dormir e que ela nos tinha acordado.

Comecei a ouvir passos a virem para o andar de cima e então meti-me na cama e fingi que estava a dormir, tal como o Hayes tinha dito, mas, para minha surpresa, era Elizabeth.
Quando percebi que ela não vinha para o quarto do Hayes, decidi espreitar pela porta. E foi aí que percebi que que ela estava a mexer nas coisas do meu quarto.

Depois de abrir todas as gavetas possíveis, Elizabeth tirou um saquinho do bolso e pôs na gaveta da minha mesa de cabeceira.
Quando ela se foi embora, para cumprimentar a Amy, eu fui ao meu quarto e peguei numa sweat gigante para vestir. Mas deu-me a curiosidade e fui abrir a gaveta. Por momentos rezei que aquilo não era o que eu estava a pensar, mas depois percebi que era, era real.

O que estava dentro da gaveta era droga. Como é que eu sabia? Tinha o nome colado ao saquinho e cheirava mesmo a droga. Não percebia o porquê da Elizabeth ter posto aquilo ali. Então peguei e pus debaixo do meu colchão, caso ela fosse procurar.

Mais pela noite, antes do jantar, Elizabeth disse que ia limpar os quartos. Depois de limpar o do Hayes, seguiu para o meu, onde disse que cheirava a algo. Acabou por me chamar a mim e a todos para ver-mos se descobríamos o que estava a deixar aquele odor. A sério Elizabeth? Que jogada de baixo nível. 

Eu fingi que não sabia de nada e fui "á procura" com eles. Depois do Chad e o Nash desistirem, Elizabeth foi abrir a gaveta da minha mesa de cabeceira e ficou espantada por o saco não estar ali. Para ela perceber que eu sabia onde ele estava, fiz um risinho baixo e olhei-lhe nos olhos como se quisesse dizer "já foste velha".

Ela quase que começou a chorar quando percebeu e foi-se embora. Apenas fiquei eu, a Taylor e o Hayes, os dois a olhar para mim enquanto eu tentava não me partir a rir.

-O que é que andas a esconder?- perguntou o Hayes.

-Nada.- disse eu com um sorriso no canto da boca.

-Vá lá, tu nunca fizeste essa cara em frente á Elizabeth. Parece que tens raiva dela.- disse a Taylor.

-Eu não posso contar-vos o que aconteceu. Não agora. E por favor não insistam que ai é que eu não conto mesmo.- disse a olhar para eles.

-Está bem, mas acredita que se não me contares até amanhã á noite, eu pergunto á Elizabeth.- disse a Taylor.

-Tu já devias saber que eu não cai-o nessas tuas ameaças, Taylor.- disse olhando-a nos olhos.- E também ela não te vai contar. Quem criou esta confusão foi ela, por isso.

Ela saiu do meu quarto e o Hayes ficou. Não parava de olhar para mim com aqueles olhos lindos e perfeitos. Eu queria contar-lhe, mesmo, mas não queria criar confusões na família. E aliás, se eu fizesse alguma coisa para me vingar dela, o Hayes iria ser arrastado comigo e provavelmente teria-mos de nos separar, por isso mais valia eu ficar caladinha até ter a certeza de que nada de muito mal pode acontecer.

A única cena que eu não entendia era o porquê dela me ter feito aquilo a mim. Ela até disse que eu era a única namorada do Hayes que ela gostava. A menos que fosse mentira e que ela se esteja a tentar livrar de mim, não faz sentido, mas pronto, a mulher toma as suas decisões.

Nesse momento percebi algo: eu estava a ser má comigo e com os outros. Eu sabia que se esperasse até ao dia seguinte podia ficar pior e haverem mais problemas pelo meio. Eu tinha de lhes contar, e não só á Taylor e ao Hayes, mas sim a todos. Ao jantar era a altura ideal e eu sabia, tinha plena consciência disso, mas por um lado, tinha medo que pensassem que fosse mentira. Mas valia tentar. Eu sabia que a Taylor ia acreditar em mim, e mesmo que fosse só ela, eu aguentava-me com isso.

Chegou a hora de jantar e já todos estavam á mesa. Eu tinha ido ao quarto buscar o saco para lhes contar tudo. Dentro de mim vivia uma rapariga corajosa, que ia conseguir contar o que tinha acontecido. Apenas desci as escadas e fiquei em pé no canto da mesa.

-Eu sei de onde vem o cheiro que vocês sentem no meu quarto.- disse tirando o saco do meu bolso. Quando o pus em cima da mesa todos ficaram com uma cara de espantados.- Mas não fui eu que a pus lá. Foi a Elizabeth. Eu vi-a.

Ficaram todos a olhar para ela enquanto ela se levantava com as lágrimas nos olhos.

-Desculpa querida, mas eu não queria que isto tivesse a ver contigo, mas já não havia mais maneiras.- disse ela já a chorar.

-Maneiras do quê?- perguntei.

-De a mandar embora.- disse apontando para a Taylor.- Ela é o mal desta casa. Desde que ela chegou, todos mudaram. Principalmente o Nash.

-Mãe, nós já tivemos esta conversa.- disse o Nash.

-Tu não entendes querido.- disse ela.- Desde que tu começas-te uma relação com ela, o teu comportamento mudou de rapaz engraçado e divertido que estava cá sempre que era necessário para miúdo mimado que só quer passar tempo com a namorada e a falar de Natureza e o quanto devia-mos preservar tudo o que temos. Eu não digo que seja mau, apenas que tudo mudou. As pessoas já não são as mesmas, tu deixaste tudo por ela, acabaste a tua vida por ela.

-Mãe, eu não acabei com a minha por ela. Eu estou aqui e sabes que faria tudo para ajudar a família.- disse o Nash.

-Não, tu acabaste com a tua vida antiga, aquela em que eras uma pessoa decente e que merecia tudo o que eu te dava. Para mim o meu verdadeiro filho morreu.- disse ela.

Eu não conseguia acreditar que ela tinha dito aquilo ao Nash. Basicamente ela fez com que o Nash sentisse que não tinha mãe. Uma coisa é a mãe morrer, outra coisa era o filho ter morrido para a mãe, a pessoa que sempre cuidou de nós e que fez com que nós tivéssemos tudo o que temos agora.




In love with you//Hayes GrierOnde histórias criam vida. Descubra agora