Capítulo VI

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"Você vai ser feliz, mas antes a vida vai te ensinar a ser forte"

- 2pac

Temari

Arrastavam-me por aquele enorme corredor, tentava soltar meus braços do aperto daqueles brutamontes, mas todas as tentativas eram em vão, os guardas eram bem mais fortes do que eu.

Não me arrependia, nem por um segundo sequer, de ter dito tudo aquilo para aquele principezinho metido, e se pudesse diria muito mais. Parei de pensar sobre isso assim que chegamos a uma grande porta de metal, os guardas a abriu e um rangido alto preencheu o local. Estávamos em uma espécie de corredor com diversas portas de madeira grossas, porém elas não conseguiam esconder os barulhos que vinham por de trás delas. Gritos, choros, preces e pedidos de perdão eram escutados. Fiquei assustada, senti todo o sangue do meu corpo gelar e parar de circular, minha respiração travou e meus pelos se arrepiaram.

Essas eram as câmaras.

Estava apavorada, não tinha noção do que iria acontecer agora, na verdade eu tinha sim, porém isso me assustava, e muito. Paramos em frente de uma porta de madeira e fui jogada lá dentro com brutalidade batendo meu braço esquerdo com força no chão de concreto. Quando ia me levantar um dos guardas me segurou e me levou até a correntes suspensas, presas ao teto, prendeu meus pulsos na algema e saiu fechando a porta. Estava pendurada em uma sala relativamente escura, não havia nenhuma janela para deixar a luz do sol entrar, porém a luz das tochas que iluminavam o lado externo adentrava a sala através da abertura inferior da porta. Era horripilante a sensação que essa sala me trazia, tinha pavor de escuro e a simples ideia de ficar trancada aqui me deixava apavorada.

Tentei relaxar, respirei fundo e decidi olhar em volta para saber mais sobre aonde estava, porém me arrependi. Em uma das paredes havia uma grande estrutura de madeira com ganchos, onde se encontravam diversos tipos de armas penduradas, entre elas facas, chicotes, alguns instrumentos de metal que nunca tinha visto antes na vida e vários outros objetos que eu não fazia ideia para o que serviam, porém eu tinha a absoluta certeza que serviam para machucar, e machucar bastante.

Senti um calafrio subir por minhas costas e engoli em seco.

Talvez não tenha sido uma boa ideia ter enfrentado ele. Tirei esse pensamento da minha cabeça. Eu vou ficar bem... Ao menos eu espero.

Olhei para o outro lado da sala e tentava entender para o que serviria tudo aquilo. Havia uma cadeira com algumas amarras no braço, uma tina de madeira com um líquido ao qual eu supus ser água e por último uma caixa de madeira grande em formato retangular, o que lembrava um caixão com várias pequenas estacas presas nele.

A porta foi aberta, tirando-me das minhas suposições sobre as utilidades daqueles objetos. Olhei em direção a porta e encontrei um homem com um cigarro na boca, seus cabelos eram espetados e ele possuía uma barba um pouco grande para baixo. Não aparentava ser muito velho, talvez uns trinta, trinta e cinco anos, no máximo.

- Então fostes tu que Shikamaru pediu para que eu cuidasse. - Disse ele com uma voz calma e baixa. Não falei nada, apenas continuei o encarando. – Chamo-me Assuma e por esses próximos quatro dias irei... - ele alisou sua barba como se estivesse pensando na palavra certa para falar - bom, irei te fazer companhia e te ensinar certas coisas. - Disse sorrindo perigosamente. Algo me dizia que não iria gostar nem um pouco de ter a companhia daquele homem por esses dias. - vamos esperar o Nara chegar para começarmos a brincadeira.

Ele foi até a parede onde os objetos estavam pendurados e pegou alguns, por alguns quero dizer vários, os colocando em cima de uma mesa e pondo-os em ordem. A cada arma que ele tirava do suporte ele a analisava cuidadosamente e aquilo estava me assustando. Depois de algum tempo a porta novamente foi aberta, porém dessa vez era o tal Shikamaru que tinha entrado e o ver fez meu ódio voltar com força total.

Minha SalvaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora