Capítulo IX

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You take the breath right out of me
You left a hole where my heart should be
You got to fight just to make it through
Cause I will be the death of you
Breaking Benjamin (Breath)

Tenten

- Quantas vezes mais terei que lhe dizer?! - Gritou Neji acertando um tapa em meu rosto - Chame-me de Mestre, nunca fale meu nome por essa boca imunda!
Acalme-se, não revide. Respira
Abaixei a cabeça e juntei minhas mãos em meu colo. Elas tremiam. Eu tinha raiva dele, não entedia o motivo pelo qual ele me tratava tal mal assim.
- Perdão, não era minha intenção irrita-lo, Mestre. -Falei com a voz meia falha.
Segurava a vontade de chorar na frente dele. O que eu mais queria agora era me encolher nessa cama e desaparecer.
- Perfeito, agora faças o que mandei.
Ainda de cabeça baixa levantei da cama e caminhei até onde ele estava, ajoelhei-me a sua frente e juntei toda a coragem que ainda me restava para fazer isso. Eu sabia que ele queria apenas me humilhar. Eu sabia que ele apenas queria mostrar que era superior a mim. Mas eu já não aguentava mais tudo isso.
Eu estava nua, ajoelhada e submissa a Neji que vestia seu traje real, com tecidos finos e caros. Seus cabelos estavam soltos e eu tinha certeza que em seus lábios um sorriso de escarnio manchava aquela face dura e imponente. Respirei fundo, eu já não tinha mais nenhuma dignidade. Segurando o choro eu me baixei ainda mais, apoiando minhas mãos no chão, ficando de quatro em sua frente, totalmente exposta.
Meus cabelos caíram sobre meu rosto, tampando as lagrimas que escorriam por ele.
Eu só queria morrer.

Olhe bem para mim. Ao menos uma vez tente enxergar algo além do que desejas. Eu estou definhando aos poucos por suas mãos, não adianta o quanto eu tente mostrar que não estou bem, tu sempre fazes de novo, de novo e de novo. Tornou-se um ciclo sem fim e vicioso onde você sempre tem o que quer e eu sempre acabo humilhada.

- Tu ficas tão bonita nessa posição - divagou o príncipe andando ao meu redor - uma verdadeira puta submissa.
Fechei minhas mãos em punhos e engoli qualquer xingamento que pudesse falar. Seus pés entraram em meu campo de visão e pouco tempo depois senti um forte puxão nos meus cabelos, forçando minha cabeça para cima, fazendo-me deparar com um belo par de olhos perolados, porém o que tinham de belos tinham de cruéis e fatais. Ele estava agachado em minha frente com um sorriso de canto.
- Tens sorte sabia? Muitas outras mulheres querem estar no seu lugar, deveria se sentir honrada.
- Não existe honra nisso - disse com a voz embargada -eu sou apenas um brinquedo em tuas mãos, sirvo para aquecer tua cama e satisfazer teu enorme ego. Tu não passas de um ser prepotente e mimado que nunca deve ter escutado um não. Mas para tudo se tem uma primeira vez. A minha vida não te pertence, minha dignidade não te pertence, meu corpo não te pertence e eu não te pertenço, aprenda a conviver com esse fato. Faças o que quiser, mas nada mudará isso.
- Tu ficas bem melhor com a boca fechada - falou apertando com mais força meus cabelos, fazendo-me soltar um pequeno gemido de dor - não adiantas usar esses discursos comigo. Se eu falo que és minha é porque és e ponto final. Não há nada que possa fazer a respeito disso. Aprenda você a conviver com esse fato - disse irônico - e para provar o meu ponto de vista eu quero que fique de quatro na minha cama, com as pernas bem abertas, toda exposta para mim.
Ele soltou meus cabelos e ficou esperando que eu fizesse o que tinha mandado. Levantei e evitei olhar em sua direção. Não importava o que eu fizesse, não importava o quanto tentasse, ele sempre ia conseguir o que queria, por bem ou por mal. E agora eu não estava disposta a apanhar dele, então por mais humilhante que seja decidi que por hora era melhor fazer o que ele pedia.
Tinha prometido para as meninas que iria tentar o máximo possível não arrumar nenhuma confusão com ele. O que me dava forças para continuar era saber que em pouco tempo eu iria sair desse lugar, recomeçar minha vida bem longe daqui e nunca mais iria ter que passar por isso novamente, nunca mais iria ouvir falar de Hyuuga Neji e estaria livre, finalmente.
Aproximei-me da cabeceira da cama de casal e fiquei na posição que ele tinha falado. Senti suas mãos passando por meu corpo, chegando até minhas nádegas e ali acertando um tapa, não chegou a doer, mas pelo susto acabei dando um pequeno pulo e arfando um pouco.
-Quero que se toque. - Arregalei meus olhos. Eu nunca tinha feito isso. -Ande logo.
-Eu nunca fiz isso - admiti com a voz baixa e morrendo de vergonha
-Então eu irei dizer o que irá fazer e você obedecera
Escutei o barulho de algo sendo arrastado e olhei por cima do meu ombro para a direção do barulho. Neji estava nu sentado em uma cadeira bem atrás de mim. Por mais que eu o odeie não posso negar que ele tinha um físico excepcional e que era muito bonito. Virei meu rosto rapidamente antes que ele percebesse que eu o olhava.
-Com uma de suas mãos você irá se estimular, fazendo movimentos circulares - falou ele, fiz o que ele tinha mandado. Estava morrendo de vergonha de fazer isso com ele me olhando, porém parei de pensar nisso assim que uma sensação muito boa passou por meu corpo. Minha intimidade estava esquentando e segurei a vontade de gemer. - Abra um pouco mais suas pernas e empine mais a sua bunda, aumente a intensidade dos movimentos e não quero que segure seus gemidos.
Eu queria xinga-lo, era muito constrangedor passar por isso, mas relaxei e segui as ordens que ele me dava, como uma verdadeira puta submissa. Gemi baixo, afundei meu rosto no travesseiro e me permiti gemer livremente, afinal sairia abafado. Alternei os movimentos, mas só aquilo não estava mais me satisfazendo e Neji não permitia que eu me tocasse mais fundo.
Estava tão concentrada no que fazia que não percebi quando ele se aproximou, só o fiz quando seu membro roçou em minha entrada, sobre meus dedos, fazendo-me arfar e involuntariamente empinar mais em sua direção. Seu dorso cobriu minhas costas e sua boca foi até meu pescoço o marcando com força do começo a base, sua língua quente passeava por minha pele como se tivesse me provando e por mais que eu odiasse admitir aquilo estava me levando à loucura.
Eu queria mais.
- Eu irei te foder tanto que no final tu não lembraras teu próprio nome - falou mordendo minha orelha e acertando outro tapa em minha bunda, esse com mais força me fazendo gemer. Eu estava extasiada.
Tirou minha mão que continuava a me excitar e substituiu por seus dedos, ele colocou dois de uma vez dentro de mim, fazendo-me soltar um pequeno grito. Sua boca começou a descer por minha coluna, raspando seus dentes em minha pele e logo depois mordendo para lamber em seguida. A tortura continuou até que ele chegasse a minha intimidade, onde sem aviso nem nada ele começou a chupar com força e intensificou os movimentos. Não tinha mais nenhum pudor, abri mais minhas pernas e me afundei no prazer e na luxuria que ele estava me proporcionando. Diferente das outras vezes, onde eu era obrigada a fazer algo para que ele sentisse prazer, eu estava perdida em sensações. Senti meu baixo ventre aquecer e logo depois um forte orgasmo me atingiu, fazendo minhas pernas ficarem bambas e minha visão embaçada. Cai na cama e ele me virou, ainda estava perdida em meio ao orgasmo, mas quando ele me beijou eu o retribui. Suas mãos seguraram minhas pernas e as encaixou em seu quadril, enlacei ela da melhor forma possível e minhas mãos foram até sua a nuca, o aproximando mais ainda de mim, o beijo se intensificou e puxei seu cabelo com um pouco de força quando ele apertou meu seio. Separamo-nos ofegantes e olhei dentro de seus olhos. Desejo. Era isso que eles me mostravam. Sua face sempre tão dura e despida de emoções estava vermelha e soada, seu peito subia e descia de forma irregular, seus cabelos estavam um caos e por mais louco que possa parecer ele estava mais bonito dessa forma. Ainda olhando naquelas duas luas pude perceber outra coisa, pode ser imaginação minha, mas juro ter visto carinho neles. Ele quebrou nosso contato visual, levando sua boca até aos meus seios, começando a chupa-los. Puxei seus cabelos os bagunçando ainda mais. Eu queria ele entre as minhas pernas, preenchendo-me o quanto antes. Nunca tinha sentido essa necessidade antes.
Quando ele terminou levantou um pouco seu rosto e me olhou, um sorriso indecente surgiu e minha vagina se contraiu.
- Diga que me quer dentro de você - falou levando uma mão até a minha bunda a massageando, enquanto a outra o matinha levantado, sem que caísse por cima de mim, encaixou seu membro na minha entrada fazendo movimentos que imitavam uma penetração. - Diga que quer que eu te foda, diga que quer ser arrobada por mim. - Sua voz era fria como gelo, mas aquilo me deixou ainda mais extasiada.
- Eu quero que me foda - ele novamente simulou uma penetração fazendo com que o resto saísse em um gemido - quero que me arrombe, por favor.
Mal tinha acabado de falar e ele me invadiu, minha boca se abriu em um "o" perfeito, sem que nenhum som saísse dela, minhas mãos agarraram com força o lençol da cama.
Suas estocas eram firmes e precisas, fazendo-me gemer alto. Depois de um tempo ele aumentou a velocidade e antes que eu pudesse evitar saiu.
-Neji - falei em meio aos gemidos. Meu corpo se retesou um pouco quando ele olhou para mim. Ele não gostava de quando o chamava pelo nome. Era agora que ele iria me punir
- Repita - sua voz saiu em um pequeno rosnado
-Ne-ji - falei gaguejando, tanto pelo medo quando pelo prazer.
Seus olhos pareciam que iam me devorar.
- Que se foda toda essa merda - disse ele avançando sobre mim e me beijando. Tentei acompanhar o ritmo que ele impunha. Meu coração acelerou e uma sensação maravilhosa tomou conta de mim. Seus movimentos ficaram ainda mais rápidos e fortes e pela segunda vez naquela noite havia gozado. Depois de um tempo foi à vez dele e seus movimentos diminuíram. Ele tombou por cima de mim e rolou para o lado.
Aos poucos fui me recuperando e um forte rubor me atingiu. Por Deus, que vergonha! Eu nunca tinha agido daquela forma antes.
Virei e fiquei de costas para ele. Mais tempo se passou e sentei na cama. Agora vinha a parte que ele me humilhava e me jogava nua no meio do corredor. Uma vontade incontrolável de chorar tomou conta de mim. O que está acontecendo comigo?
Senti braços em volta dos meus ombros e me assustei dando um pulo para a frente, mas ele me manteve firme no lugar.
-Fique aqui esta noite - falou
Olhei assustada para ele. Tinha algo de errado acontecendo.
- Desculpa, eu não queria deixa-lo com raiva - falei com a voz meia embargada.
- Do que estás falando? - Perguntou me virando de frente para ele.
- Tu estás bravo comigo por tê-lo chamado pelo nome, mas não era minha intenção Mestre, eu só...
- Não estou bravo contigo - falou me cortando e limpando uma lagrima que tinha escorrido dos meus olhos sem nem que eu percebesse. - Da onde tirastes essa ideia?
- Se não estás bravo porque quer que eu passe essa noite aqui? - Perguntei desconfiada. Quem não ficaria?
- Quero acordar ao seu lado amanhã - falou dando de ombros, como se fosse algo normal.
Algo muito estranho estava acontecendo. Onde estavam os gritos? Os xingamentos? Os tapas? Esse não era o Neji que esteve comigo durante todos esses meses.
- Mestre, perdão, mas...
- Não me chame de Mestre - falou serio
- Mas tu disseste que não queria que uma boca imunda como a minha pronunciasse seu nome - falei relembrando-me do episódio de mais cedo.
- Esqueças o lhe disse antes, chama-me pelo nome. Certo, Tenten?
Concordei com a cabeça. Ainda não sabia como reagir a essa reviravolta. Isto não era normala, nem um pouco normal.
- Porque isso agora? - Falei virando para o lado não conseguindo mais encara-lo - onde estão as ofensas? Porque não me expulsas logo desse quarto como sempre faz!?
- Porque eu faço o que quero e no momento apenas quero que se deite comigo e fique aqui. Podes fazer isso?
- Posso - disse meio incerta.
- Ótimo - disse me puxando com ele me fazendo deitar ao seu lado na cama -agora fique quieta que estou cansado.
Estava de costas para ele, porém ele me abraçava por trás, fazendo com que nossos corpos que ainda estavam nus se tocassem, um calor muito bem-vindo e confortável fazia-se presente devido nossos corpos, fazendo o frio na noite se dissipar um pouco, sua mão que repousava em minha cintura me segurava possessivamente. Em algum momento ele nos cobriu, mas mal percebi quando foi. Meus olhos estavam pesados de sono, o cansaço finalmente havia me consumido. Dormi enquanto Neji acariciava meu cabelo e falava algo, mas não escutei o que ele falava, eu apenas dormi como não conseguia fazer a muito tempo.

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