Capítulo 49

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P.O.V-Simon

 Estou de fato e gravata, quem diria. Todos à minha volta estão a dançar ao som da música que um D.J está a passar ou a beberem do ponche, enquanto eu estou apenas ali a ver aquele baile super animado, onde no meio a minha melhor amiga está a dançar divertida com o Matteo. 

 Pois é, o tempo passa mesmo a correr. Já é sábado. 

 Passa pouco das dez e este baile já estava a arrasar, conseguia sentir o clima de festa em todo o lugar que por ali ia. Este ano aparentemente alugaram uma quinta de forma que todos pudessem aproveitar e divertir-se ao máximo, porém eu estou apenas à porta do celeiro, onde a festa decorre em alta, entre o interior e o exterior, onde as estrelas brilham reluzentes no céu, reias, enquanto no interior luzem a luminosidade de uma fonte artificial.

 Já todos sabem que vou partir amanhã, foi por isso que vim parar aqui, a este baile que nem sequer era meu. Todas as raparigas estavam extremamente bonitas. Quando fui buscar a Luna até demorei a reconhecê-la, mas realmente não conseguia parar de me sentir deprimido, de sentir que me faltava algo. E o pior é que sei o que é.

 Este baile é de todos os finalistas, todos aqueles que acabaram o secundário e a Âmbar fazia parte deles. A rapariga que cá não está, é a única que não consigo parar de pensar, de imaginar como é que ela estaria vestida neste exato momento, porque mesmo ignorando, mesmo me desprezando, tudo o que queria era que ela estivesse aqui... Agora, Mas em vez disso está em Londres com a Sharon numa "viagem de negócios".

 Um dia depois da Luna me ter telefonado a procurar pela loira, o Alfredo conseguiu contactar a senhora Sharon e esta contou-lhe que ela tinha tido uma urgência de última hora para resolver em Londres e aproveitou para levar a Âmbar, para depois resolverem os assuntos sobre a sua faculdade em Paris. Ou seja, enquanto eu estou aqui a sofrer feito um parvo por ela e tudo o que ela me fez, ela está a seguir uma vida de princesa rodeada de shopping's, dinheiro e rapazes ingleses como ela sempre quis.

 Depois de terça as únicas pessoas que continuaram a tentar telefonar-lhe foi a Delfina e a Jazmín que insistiam em querer desculpar-se e explicar-se à loira, mas esta está constantemente a desligar-lhes as chamadas, deixando-as tristes e deprimidas.

 Por acaso essa é outra das razões de eu estar aqui hoje. A Jazmín insistiu que não tinha par e que ficaria muito feliz se eu fosse o dela e, como sempre, não consegui dizer que não.

 - Simon! Simon! -chamou-me ela.

 Desviei o olhar das estrelas de volta para o interior do celeiro e vi uma Jazmín toda empraltada a sorrir-me super animada com dois copos de ponche na mão. Sorri-lhe e aceitei um dos copos que ela me estendeu.

 - Meu Deus! Esta festa está fantástica. -riu-se a Jazmín- Não queres voltar a dançar?

 - Talvez daqui a bocado. -forcei um pequeno sorriso, bebericando do ponche.

 O seu sorriso desfez-se um pouco e ela aproximou-se mais de mim, pousando-me uma mão no peito.

 - Sabes, Simon? Tu tens um enorme coração. -sorriu-me ela carinhosa- Mas estás a sofrer sem qualquer necessidade, sabes disso não sabes?

 - O que queres dizer? -interroguei curioso, bebendo o resto do ponche num só gole.

 - A Delfina contou-me. -admitiu ela, deixando a sua mão cair junto ao seu corpo- Eu sei que gostavas mesmo da Âmbar.

 Desviei o olhar desconfortável. A Delfina tornou-se uma grande amiga nestes tempos e às vezes diz coisas que eu gostava que não dissesse, mas sempre tem razão e não podia contrariar o que ela afirma.

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