Marrenta

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Eu sou apenas um garoto novo
Um estranho nesta cidade
Onde está toda a diversão?
Quem vai mostrar o lugar para este estranho?
Eu preciso de uma mulher safada
Eu preciso de uma garota safada
Será que tem alguma mulher nesta terra deserta
que me faça sentir como um homem de verdade?

Young Lust, Pink Floyd

Victor não entendeu por que Samanta simplesmente lhe deu as costas e não o ajudou, não que fossem melhores amigos, no entanto pela fama dela de se entregar a qualquer um, ele achou mesmo que ela não se importava com trivialidades como idade e situação civil.

Deu de ombros, era divertido conversar com a Braga, mas não eram mesmo amigos, não sabia por que havia pedido algo a ela. Não, ele sabia sim. Verdade fosse dita Genevieve o encantara como poucas mulheres o fizeram.

Estava na Space até Guilherme fazer um show porque Irina havia dançado com um cantor famoso, como sempre ele ficou encarregado de levar Camila e sentiu-se realmente mal durante o caminho a vendo segurar as lágrimas. A deixou no hotel e ficou vagando pelas ruas sem ter o que fazer até que um pub lhe chamou a atenção e embora tarde resolveu comer e observar as pessoas.

Estava fazendo seu pedido quando a viu e sua noite de repente parecia muito mais interessante. Genevieve não tinha vinte e cinco anos como ele, mas era viva, jovial e leve como poucas conseguiam ser, ela girava na pista rindo muito junto a um grupo de amigos heterogêneos. Tinha os cabelos castanhos despontando nos ombros e um rosto cumprido e de traços femininos e marcantes, lábios avermelhados, olhos claros e corpo de modelo com tudo no lugar. Talvez sua beleza chamasse a atenção do Ruiz, mas foi sua risada, seu ar relaxado e seu desprendimento com o mundo ao redor que o deixou interessado.

Ela o viu a olhando e o puxou para a pista, dançaram como loucos sem medo do que os outros pensariam, conversavam entre risadas e ele não se importou nem mesmo quando ela colocou algum comprimido na bebida que compartilhavam. Não havia pretensão entre os dois, apenas aconteceu, seus corpos se aproximaram, ele se aproximou e ela permitiu o beijo, depois disso se beijaram a noite toda, ele não se cansava daqueles lábios. Subiram para o estúdio de Leonard em grupo, haviam pelo menos quatro homens e três mulheres no meio, mas Victor não parou para ver o que faziam, porque o sexo com a francesa foi incrível e as risadas e gemidos por todo o estúdio apenas aumentava a excitação.

Naquela manhã ele não recordava muito, mas no decorrer do dia as lembranças vieram e ele sorria sem parar sempre que lembrava daquela noite. O sexo, as risadas, as loucuras, a falta de pudor. Genevieve se entregava ao prazer, ao momento, para ela não tinha hora, lugar, cor, sexo ou limites, era alguém livre, feliz, leve, sem medos.

Não tinha se dado conta que começava a se cansar da mesmice, não até aquela noite. Sempre levou mulheres lindas para a cama e não media esforços para que saíssem plenamente saciadas e satisfeitas, mas há algum tempo ele começava a perder o tesão por aquela vida. Se havia algo que seu pai o havia ensinado em relação a sentimentos era que um dia nem todo prazer do mundo compensaria uma casa vazia para qual voltar e Victor sempre soube que ele tinha razão.

Não acreditava que havia encontrado sua cara metade, mas seu corpo e sua mente ansiavam pela leveza, pelas risadas e momentos que aquela mulher o ofereceu, nenhuma havia lhe oferecido uma fuga da mesmice e havia experimentado algo diferente.

— Hei, amigo! – chamou Jonathan quando o viu recostado ao lado da porta da sala de reuniões, ele aparentemente trocava mensagens e ergueu os olhos quando o viu. Victor parou a sua frente com uma certa curiosidade. – Queria tirar uma dúvida.

— Bom dia para você também, Victor. – o Backar guardou o aparelho.

— Trocando mensagens românticas? – não deixou a oportunidade passar.

Série Os irmãos Backar - Amor por preconceito (Victor Ruiz) - livro 4.1Onde histórias criam vida. Descubra agora