Eu tenho noção da merda que fiz, a verdade é que não sei como consertar, estou perdido, confuso melhor dizendo. É que..., nunca me mantive interessado na mesma mulher depois de tê-la levado para cama, nunca me importei, entende? Elas são distrações passageiras, mas não houve nada de passageiro entre nós, por algum tempo achei que era amizade, mas como ser amigo de uma mulher que te faz enxergar o mundo de cabeça para baixo? Eu estou confuso–
Victor apertou no botão observando a mensagem ser totalmente apagada, deixou o celular ao seu lado no sofá e esfregou o rosto com as mãos. Correu os dedos longos através das mechas douradas e recostou-se no sofá do seu apartamento no condomínio, mirou o teto e suspirou.
A campainha foi tocada e ele se levantou retirando o paletó, se livrou da gravata e com a blusa aberta os primeiros botões caminhou até a porta e a abriu. Recostado na porta Guilherme acenou uma vez, mas os olhos do loiro estavam em sua mãe, talvez esperando que ela estivesse desapontada como todos os seus amigos.
E ela estava.
— Eu vou voltar para a boate. – seu irmão avisou dando um beijo na mãe e se afastando pelo corredor, o Ruiz mirou os olhos azuis perspicazes da mulher a sua frente e segurou a maçaneta enquanto com a mão livre coçava os cabelos da nuca.
— Mãe...
Parou sem saber o que dizer para se explicar, mas no fundo sabia que não precisava, não com Fernanda. Ela abriu os braços e Victor se aproximou a abraçando com alívio, quando ela deixou a mão fina e elegante sobre seus cabelos ele se sentiu um garotinho novamente.
— Eu senti que precisava de mim e peguei o primeiro voo comercial. – ele a ouviu esclarecer com a voz macia enquanto acariciava seus cabelos. – Apenas não sei se vim consolá-lo ou lhe puxar a orelha. – ele se afastou e ela tocou seu rosto com um sorriso sensível. – Talvez um pouco dos dois.
— Eu fiz merda, dona Fernanda.
— Me acompanhe até o sofá, quero ouvir direito sobre isso. – ele lhe deu passagem e aceitou a bolsa média de mão que ela carregava, fechou a porta e deixou a bolsa sobre uma cadeira enquanto se sentavam no sofá. – Não me diga que se envolveu com uma mulher casada mais uma vez.
Ele sorriu sem que isso mudasse seus olhos.
— Não, dessa vez não houve mulher casada, não fui pego com uma mulher comprometida e nem há nenhum processo sendo aberto em meu nome. – ela abriu a boca e ele continuou – E nenhum cara caçando minha cabeça, não que eu saiba.
— Deveria se envergonhar, menino.
— Eu estou, mas dessa vez não tem nada a ver com adultério. – suspirou inclinando-se e apoiando os braços nas pernas. – Eu sempre me orgulhei por ser um homem de bons julgamentos e por acreditar nas pessoas e dessa vez não apenas dei ouvidos a outra pessoa como fui contra tudo que me ensinou.
— Está indo bem, continue.
— Conhece o filho dos Giordani? – virou-se para a elegante senhora.
— Hm. – ela apertou os lábios.
— Ele apareceu na Space sábado e começou a falar muita coisa sobre uma mulher que eu estou interessado, ele decorreu um discurso longo sobre a índole dela, sobre coisas que ela fazia e com quem, falou tanta coisa. Eu perdi a cabeça, eu... – levou a mão a parte de trás do pescoço – Eu falei muita coisa para ela, muita e o pior que fiz isso aos berros. – virou-se para Fernanda Ruiz que o mirava com sua postura reta e elegante. – Na frente da boate cheia.
Fez-se silêncio enquanto ela analisava sua confissão, ele suspirou pegando o celular e brincando com o mesmo entre as mãos, sabia que a senhora mineira seria justa em seu julgamento, ela sempre era.
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Série Os irmãos Backar - Amor por preconceito (Victor Ruiz) - livro 4.1
Romance***Spin off da série os irmãos Backar*** Victor Ruiz nunca teve medo de se apaixonar e se entregar a alguém, no entanto enquanto a flecha do cupido não o acerta ele leva a vida intensamente sem preocupar-se em decorar os nomes das suas parcei...