Aceitar e acreditar

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Depois de tanto roubo e trapaça você provavelmente

acha que eu guardo rancores de você

Mas uh uh, ah não, você está enganada
Porque se não fosse por tudo o que você tentou fazer,

eu não saberia
Como eu sou capaz de sobreviver
Então eu quero dizer obrigada
Porque isso

Me deixou muito mais forte
Me fez trabalhar um pouco mais duro
Me deixou muito mais sábia
Então obrigada por fazer de mim uma lutadora
Me fez aprender um pouco mais rápido
Deixou minha pele um pouco mais espessa
Me deixou muito mais esperta
Então obrigada por fazer de mim uma lutadora

Eu não esperava, todas as facadas pelas minhas costas
Então assim você pôde lucrar em uma boa coisa

antes que eu percebesse o seu jogo.
Eu ouvi que você anda por aí bancando a vítima agora.
Mas nem pense em colocar a culpa em mim.
Porque você cavou sua própria cova

depois de tantas brigas e mentiras, porque você queria me assombrar
mas isso não vai mais funcionar, não mais.
Acabou
Porque se não fosse por toda a sua tortura
Eu não saberia como ser assim agora e como nunca mais fraquejar.
Então eu quero dizer obrigada.

Fighter, Christina Aguilera

— Samanta acorda... acorda marrentinha. – ofegou abrindo os olhos marejados e encolheu-se sem conseguir respirar direito. – Olha para mim e respira. – ela o olhou arfante e se concentrou em imitá-lo até conseguir regularizar a respiração. – Vem aqui. – a trouxe para seus braços e ela foi enquanto permitia que as lágrimas se derramassem expondo todo o vazio e desamparo que os pesadelos a expunham. – Me conta.

— Eu estava vestida de noiva... na mansão dos Braga em Angra dos Reis... caminhava pelo jardim que se estendia e não parecia ter fim, andava e sorria, mas no fundo sabia que havia algo errado. Lá na frente estava Daniela, você e um idoso, primeiramente supus que ele era um padre, mas me encaminhei até ele como se conformada com nosso destino, apenas quando toquei na sua mão me caiu a ficha. Então ele me olhou de um jeito horripilante... sorriu e disse que eu estaria presa a ele pelos próximos anos, que minha juventude e meu corpo eram dele e que todos tinham concordado, inclusive eu mesma que tinha planejado tudo pensando no dinheiro dele. Victor você... você quem estava ali para nos casar e eu tentava te chamar e você não me olhava, quando o fez me olhou com pena e disse que era o que eu sempre havia pedido, um velho otário para me manter.

Ele suspirou e a apertou enquanto ela soluçava presa às imagens perturbadoras do seu pesadelo, se agarrou a ele quando o sentiu se mexer e ele beijou seus cabelos a apertando contra seu corpo até que ela parasse de tremer.

— Parece que não me perdoou completamente, Marrentinha. – ele lamentou.

— Eu sempre esperei, só não me conformo que tenha sido você.

— Ninguém teria o direito e eu também me odeio pelo que fiz, cada vez que a vejo frágil assim me sinto quebrado por dentro, eu sinto que contribui para a realização dos seus medos e para criar mais um trauma em você. – ela ficou completamente em silêncio. – Nunca vou parar de pedir por seu perdão até que consiga me perdoar.

— É por isso?

— É por isso o que? – ele afastou-se a olhando.

— É por culpa que está comigo? Porque sente que errou e precisa corrigir seu erro? Uma espécie de caridade?

— Não, marrentinha. – ele a trouxe para perto com um tom triste e ela fechou os olhos com um soluço. – Estou com você porque desejo isso, porque preciso disso, desde que a toquei naquela dispensa só o que consigo fazer é querer estar com você e quando estou assim me sentir completo como nunca estive. – ele ergueu seu queixo e ela o olhou através das lágrimas – O que faço para que enxergue que estou com você porque é a primeira mulher que me prendeu de verdade? Samanta encontrei em você mais do que pensei que um dia encontraria, confia em mim, por favor.

Série Os irmãos Backar - Amor por preconceito (Victor Ruiz) - livro 4.1Onde histórias criam vida. Descubra agora