Lembrada

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Samanta Braga observou o loiro se despedir seguindo os Backar para mais uma reunião e concluiu seu café da manhã. Com um suspiro de prazer ela recolheu os pratos sujos da mesa e seguiu para o balcão.

— Volta a ser princesa, mas continua com espirito de gata borralheira. – Roger brincou debruçado no balcão, Samanta rolou os olhos sorrindo da sua palhaçada e uma das meninas da cozinha recolheu tudo agradecendo e se afastou.

— Que princesa, louco?

— Ouviu Bi? Ela não sabe que voltou a pertencer ao outro lado. – o ruivo fingiu tristeza e só naquele momento Samanta notou Bianca limpando a prateleira do armário personalizado, a mesma riu uma vez e balançou a cabeça.

— Apenas saí da cozinha, continuo sendo funcionária da Space, recebendo ordens dos chefes assim como vocês e recebendo um salário, qual a diferença? – questionou Roger que bufou uma risada e olhou de relance para Bianca que parou de subir as escadas e a fitou incrédula. – O que foi?

— Esquece, o que foi a visita daquela mulher ontem? As pessoas comentam, mas nem precisavam, ela tem dois imensos olhos verdes e uma beleza bem conhecida embora plastificada. É como te ver depois de ter chupado limão. – o ruivo debochou e Samanta acabou rindo.

— Daniela Braga. – murmurou de repente sem humor.

— Essa mesma, Jesus, ainda bem que fiquei daqui mesmo longe da cobra.

— Cobra?

— Não soube? O apelido se espalhou, nem sei quem começou, mas já está na boca do povo aqui dentro, só se fala disso. – ria imaginando exatamente quem havia começado o apelido quando sentiu duas mãos finas em seus ombros. – Olha a outra aí.

— O que está na boca do povo, Roger? – a voz doce de Edna levou Samanta a sorrir sem perceber.

— Ai, credo, quem sou eu para dizer que a progenitora de vocês é chamada de Cobra pelas costas? Eu jamais correria esse risco, meu emprego vale muito. – o ruivo debochou e a morena rolou os olhos ouvindo a irmã caçula rir da palhaçada do bartender.

— Na diretoria também ela é chamada assim, nem imagino quem começou isso. – Edna brincou – Bibi. – a morena acenou ainda concentrada no trabalho. — Desci porque quero tomar meu café, me acompanha, Samanta?

— Eu acompanho, mas já comi. – a acompanhou para a mesa enquanto Roger entrava na cozinha para pegar o café da manhã da ruiva. – Você está enorme. – ajudou a mais nova a se sentar se preocupando com a careta de dor que ela apresentou.

— Hei!

— Nem sei como consegue se manter de pé, mamãe canguru. – provocou sentando-se divertida e observou a ruiva soltar o ar e alisar a imensa barriga de gêmeos com um sorriso. — Não sei como está tão tranquila, eu já estaria louca.

— Vale a pena, irmã.

— Eu sei. – sorriu e a ruiva a chamou para perto, se aproximou pelo estofado e tocou sua barriga sentindo os sobrinhos se mexerem e chutarem e se emocionou como da primeira vez.

— Eles sempre chutam quando escutam a sua voz, titia.

Samanta arfou sem palavras.

— É possível sentir amor por algo que não conhece? – fitava a barriga da caçula enquanto sentia os chutes em sua palma e sorria com os olhos brilhando, já amava tanto os seus sobrinhos que parecia que não cabia em seu peito.

— Sim é possível e esse amor só cresce. – a mais nova respondeu emocionada e tocou sua mão, Samanta a fitou e sorriu observando os olhos iguais aos seus brilhando pelas lágrimas. – Me perdoa, Sam.

Série Os irmãos Backar - Amor por preconceito (Victor Ruiz) - livro 4.1Onde histórias criam vida. Descubra agora