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Assim que Theo finalizou o pedido, respondi com o coração cheio de certeza:

-Sim, eu aceito.

Ele deslizou o anel pelo meu dedo, selando nossa decisão. Olhando em seus olhos, sei que serei muito feliz vivendo ao lado do homem que eu amo.

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Enquanto espero Theo buscar-me para o trabalho, sento-me nas escadas da entrada da minha casa e fico olhando para o meu anel de noivado. Ele é lindo. Penso no quanto gostaria de compartilhar esse momento com meus pais e irmãos. Tenho certeza que Maya diria que parece um "anel de princesa". Ah, Maya... Como eu gostaria de te dar a vida de princesa que você merece, minha pequena.
Despertando-me dos meus pensamentos, Theo aparece na minha frente:

-Ei, baby!

-Ah... Oi!

Ele se senta do meu lado, me dá um beijo rápido e diz:

-Tem uma coisa que quero que você saiba. Lembra de quando peguei o número de seus pais?

-Sim, me lembro.

-Fiz isso porque, antes de te pedir em casamento, queria a permissão deles apesar da distância.

Sorrio e seguro suas mãos. Digo:

-Ah, meu amor, isso é lindo!

Theo pega o seu celular e pergunta:

-Quer contar para eles que aceitou o pedido?

-Claro!

Ele me entrega o celular e disco o número dos meus pais que já decorei. Aguardo ansiosamente que eles atendam.

-Alô?

Reconheço a voz da minha mãe.

-Oi mãe!

-Olá, querida! Que bom ouvir sua voz! Como você está? Novidades?

Pelo seu tom de voz curioso percebo que ela anseia saber se o pedido já aconteceu. Imagino que ela tenha se controlado muito para não me contar sobre o pedido e nem perguntar nada antes da hora. Começo a contar para ela sobre como o pedido foi feito. Digo que aceitei e que amo Theo. Entre lágrimas, minha mãe fala:

-Minha filha, estou tão feliz por você! Gostaria de estar do seu lado nesse momento! Também, queria conhecer melhor o Theo. Sei que você não é mais minha garotinha, você é uma mulher agora mas, não consigo evitar a vontade de querer sempre te proteger. Se vocês se amam e estão felizes, é isso que importa! Theo é um homem de sorte por te ter e sei que ele sabe disso!

Me emociono ao ouvir as palavras de minha mãe. Em seguida, o telefone é passado para o meu pai. Conto novamente sobre o pedido mas, a reação dele é um pouco menos empolgada:

-Parabéns, filha.

-Obrigado mas, está tudo bem?

-Sim, só que eu nunca imaginei minha filha se casando dessa forma: em outro país, longe da família e com um sujeito que eu só conheço por telefone.

-Pai, as coisas nem sempre acontecem da forma que nós planejamos. Principalmente, o amor. Não podemos escolher e nem padronizar a forma como vai acontecer. Simplesmente acontece.

-Quem diria, minha filha cresceu tão rápido e agora está falando de amor comigo. Queria te abraçar. Eu amo você, Kris.

-Eu também, pai.

-Estou feliz por você estar feliz.

Rimos. Meu coração sente um alívio ao saber que ele apenas está com as preocupações normais de um pai. Pergunto:

-Como está a situação em Belta?

Ele dá um longo suspiro e responde:

-Infelizmente, surgiram uns rebeldes que estão gerando mais ataques.

-Como assim? Rebeldes?

-Sim, pessoas daqui mesmo de Belta, se cansaram da situação, se rebelaram e se juntaram para lutar contra as tropas que estão por aqui. Tudo isso aumentou ainda mais o caos em que estamos.

-Isso é loucura! Vocês estão sendo cuidadosos não é? Estão protegidos?

-Estamos bem, não se preocupe. Não deixo mais ninguém sair de casa porque não há como, a situação lá fora está horrível. Não sei por quanto tempo conseguiremos ficar seguros aqui no abrigo.

-Pai, o que eu faço? Tenho que ajudar vocês!

-Filha, mantenha a calma, você já fez tudo o que poderia fazer. Vamos ficar bem.

-Eu te ligo mais tarde, pai. Tenho que ir trabalhar. Por favor, tomem cuidado.

O telefone é desligado. As más notícias roubam parte da minha felicidade. Se a guerra causou tanto estrago em nossas vidas, não consigo imaginar o que uma rebelião fará.
Theo me abraça e diz:

-Vamos meu amor, temos que ir para o trabalho.

-Sim, vamos. Já nos atrasei demais.

-Podemos começar a planejar nosso casamento, minha linda noiva.

-Verdade, temos tantas coisas para decidir, amor.

Entramos no carro, eu ligo o rádio e deixo tocando uma música romântica. Conversamos sobre nosso casamento. Rimos, nos acariciamos e nossa felicidade parece inquebrável.
Olho pela janela do carro e vejo uma menininha correndo. Lembro-me de Maya. Lembro de minha família correndo perigo.
Dois sentimentos tão opostos tomam conta de mim: felicidade e tristeza.

Permanecer ou partirOnde histórias criam vida. Descubra agora