08. Distância;

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Britney Butler

Sentia minhas mãos tremerem e as pernas bambas. Era muita informação para um único dia. As lágrimas que eu insistia em prender se acumulavam cada vez mais em meus olhos. Eu estava desesperada.

– Babe, onde estás? – Sua voz foi quase que como uma ordem e fez com que minhas lágrimas fossem começando a ser libertadas. – Minha mãe ligou e disse que passaria aqui ainda hoje. Você não se incomoda com isso, não é? – A sua voz ia aumentando à medida em que se aproximava. Não consegui segurar e um soluço escapou na minha boca. – Britney, estás a ouvir? – Parou na porta do closet. – Hey, está tudo bem? – Se aproximou assim que me viu com as mãos no rosto. – O que aconteceu? – Vi de canto de olho que iria me tocar então logo me afastei.

– Não toca em mim! – Peguei na calça a vestindo rapidamente e coloquei uma blusa qualquer.

– O que está acontecendo, Britney? Você está tremendo. – Perguntou se fingindo de preocupado e ri da cara dele.

– Para de fingir! Para! Chega de mentiras. – Falei alto. – Eu descobri tudo, Justin. Não precisas mais fingir. Vai lá para a empresa comer a sua secretária e me deixa. – A esta altura eu já não conseguia segurar as lágrimas.

Vesti a blusa rapidamente e tentei sair só que ele não deixou, segurando em meus braços.

– Britney... – Falou manso. – Não é nada do que você está pensando...

– Oh, sério? – Perguntei ironicamente. – Então todos aqueles documentos e fotos ali também não são nada do que eu estou pensando? Não queira me fazer de idiota mais uma vez, Justin! – Suspirei. – Eu não acredito que você fez isso. – Neguei. Vi ele desviar o olhar para onde eu apontei e foi aí que eu aproveitei pra sair correndo.

Desci as escadas rapidamente e antes de sair peguei minha bolsa que eu tinha deixado no sofá no dia anterior. Quando abri a porta principal ouvi Justin chamar meu nome o que me fez apressar o passo e apertar a bolsa contra mim.

Eu estava lavada em lágrimas e me sentia atordoada. Meu coração doia tanto que se pudesse, eu o arrancaria para que esta dor que se estava tornando insuportável parasse. Eu fui tão idiota por me entregar novamente a alguém.

Passei pelos portões e os seguranças presentes me olhavam com uma expressão de interrogação mas eu somente apressei ainda mais o passo e não olhei para trás. Os chamados de Justin ecoavam dentro da minha cabeça a fazendo latejar. Eu não quero mais ouvir sua voz.

Comecei a correr quando vi um ônibus ao final da rua. Entrei rapidamente e as portas logo se fecharam. Me acomodei em um lugar junto da janela soltando os soluços que prendia. Olhei para trás e vi Justin chutar o ar e logo depois puxar seus fios de cabelo quando o ônibus se começou a movimentar. Eu não acredito que ele apenas me usou para seu benefício. Apertei os meus olhos e as lágrimas desciam em abundância. Eu só queria chegar em casa o mais rápido possível.

Procurei meu celular na minha bolsa mas logo me praguejei lembrando que o deixei no criado mudo. A minha vida é uma desgraça.

Depois de um bom tempo naquele ônibus, sai na paragem a três quarteirões de minha casa. Algumas pessoas que passavam por mim me olhavam torto, talvez pela minha vestimenta mas eu nem estava ligando. Uma BMW parou junto a mim me fazendo apertar ainda mais meu corpo e apressar o passo. Mas parei assim que reconheci a voz de quem chamava meu nome.

Quando viu meu estado, me deixei ser abraçada e mais lágrimas desciam pelo meu rosto. Christian não percebia nada do que estava acontecendo mas também não questionou pois notou que eu precisava de um tempo pra me acalmar primeiro, então somente me colocou no banco do carona e saiu catando pneu.

Hold OnOnde histórias criam vida. Descubra agora