11. Eu quero ela;

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Britney Butler

O som que vinha do rádio soava baixinho acompanhado do barulho do pneu rolando no asfalto. Os pingos da chuva começaram a preencher o pára-brisas do carro e, aos poucos, esta foi se intensificando. Descansei a minha cabeça no vidro da porta e fechei meus olhos desejando acordar e ver que nada do que aconteceu tinha sido real.

– Britney... – Ia ignorá-lo mas rapidamente abri meus olhos quando senti sua mão descansar na minha perna. Retirei-a na hora e logo ouvi seu suspiro.

– Se eu pudesse, voltaria no tempo e faria tudo de maneira diferente.

– Mas infelizmente não podes, Justin. – Cruzei meus braços e não levei meu olhar até ele o resto do caminho.

Quando senti o carro parar, vi que estávamos em sua casa o que me fez revirar os olhos antes de abrir a porta. Entrei naquela enorme e já bem conhecida casa e logo pequenos flashsbacks começaram a surgir na minha mente me fazendo engolir a seco.

– Será que podemos conversar civilizadamente? – A sua voz soou atrás de mim. Rodei meus calcanhares, vendo que Justin estava a uma distância considerável e, mesmo sabendo que ele estava somente respeitando o espaço que eu lhe pedira, meu coração doía. – Eu prometo que não irei tentar nenhuma aproximação. Que irei ser totalmente transparente com minhas palavras e depois de tudo você decide se irá querer continuar afastada, como se nada entre nós dois tivesse acontecido, ou se irá voltar pra mim. Onde deveria estar agora pois sem você eu me sinto um nada. – Meus olhos marejados estavam quase impossibilitando de o ver mas logo funguei e limpei os cantos dos olhos. Ia falar mas um trovão soou me fazendo dar um pulo e praguejar mentalmente.

– Será que podemos deixar para amanhã, Justin? Já está tarde e eu estou cansada. Preciso descansar. – Estava me sentindo realmente cansada e uma dorzinha de cabeça começava a surgir.

– Se sente bem? – Caminhou para mais perto de mim. – Estás pálida.

– É só cansaço. Preciso realmente de descansar. – Notei que ele ia protestar mas dei conta que desistiu devido suspiro que soltou antes de assentir. – Eu vou chamar um táxi.

– Não. – Rapidamente ergui o meu olhar, encarando-o confusa. – Está fazendo um temporal lá fora. Não vou te deixar sair. É perigoso, Britney. – Abracei-me a mim própria e apertei os olhos quando soou outro trovão. – Fica à vontade. Sobe, toma um duche e descansa lá no meu quarto. Deixemos para amanhã esta conversa. – Assenti conformada e caminhei para a escadaria. Quando cheguei no topo olhei para baixo e vi Justin no barzinho preparando uma bebida. Whisky sempre seria o seu refúgio.

Após um breve duche tomado, segui para o closet vendo ainda ali algumas peças de roupas minhas misturadas com as dele, o que me fez suspirar. Passei as pontas dos meus dedos pelas suas camisas ali expostas e depois agarrei numa, inspirando o cheiro do Justin. Vesti a mesma seguindo depois para o quarto, me ajeitando na cama para dormir.

– Desculpe. – Falou assim que entrou no quarto. – Só irei tomar um duche e pegar uma cueca box. Prometo que serei rápido para que possa descansar. – Assenti fraco vendo-o, logo depois, seguir pro banheiro.

Me acomodei e suspirei assim que fechei meus olhos, deixando seu cheiro impregnado no travesseiro me consumir. Mas, rapidamente, apertei os lençóis quando outro trovão soou. Desde sempre fora um dos meus maiores medos e minha solução pra isso sempre fora dormir. Meu corpo estava cansado mas, infelizmente, eu acho que não iria conseguir dormir tão cedo.

Abri meus olhos e, instantaneamente, estes pararam na porta entreaberta do banheiro, do qual saía o barulho da água do chuveiro caindo. Percorri o resto do quarto e no momento minha mente fora dominada por lembranças. Por todos os momentos que passamos aqui neste quarto. Nesta casa. Durante todo o tempo em que estivemos juntos.

Hold OnOnde histórias criam vida. Descubra agora