• Capítulo 7 •

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Capítulo 7 •

Ouviu-se o barulho de um tiro, tudo ficou em um completo silêncio.

Continua…

Por Inês.

Eu não sei como, nem onde eu estava, eu sentia uma dor horrível, tentei me mover mas eu não conseguia. De repente uma mão me tocou o corpo, eu não conseguia ver nada, pois estava escuro.

- X - Inês, Inês, eu disse que você seria minha! - Essa voz. - Inês - Bernardo, cadê o Pedro? - Eu não ligava por mim, eu queria saber do meu amor. - Bernardo - Ele está em um bom lugar! - Como assim? - Inês - Em qual lugar? - Eu gritei, mas Bernardo segurou meu rosto. - Bernardo - Não grita comigo, quer levar outro tapa? - Como eu o odiava. - Inês - Por favor, eu só preciso saber onde ele está? -

Ele se afastou de mim, quando ele acendeu a luz eu estava toda amarrada, aquilo me deu um pavor. O que ele tanto queria comigo?

- Bernardo - Ele já deve estar morto, meu tiro foi certeiro! - Senti que meus olhos congelaram, minha respiração também parou, eu estava estranha. - Inês - Eu odeio você! - Ele não se abalou. - Inês - O que você quer comigo? - Eu temia por sua resposta. - Bernardo - Eu só quero você! -

Eu precisava sair daqui, mas como? Será que se eu fingir aceitar, ele me deixa ir?

- Inês - Tudo bem, me solta antes de tudo? - Ele gargalhou de mim. - Bernardo - Eu só vou te soltar com uma condição. - Ele fez uma pausa. - Bernardo - Que você me dê um beijo? - Confesso que senti muito nojo. - Inês - Está bem! -

Ele devorou a minha boca, eu senti uma repulsa enorme, para a minha sorte ele me soltou como prometeu.

Quando me levantei senti algo estranho, fechei meus olhos, e quando abri me surpreendi com a quantidade de enfermeiros. Graças a Deus foi um sonho. Olhei ao meu redor e a cada segundo eu estava mais confusa, meu corpo doía mais que o comum, senti meus lábios tremerem, eu me sentia fraca, a sensação era estranha e desprazerosa, minha cabeça parecia rodar, meu estômago estava ligeiramente embrulhado, eu precisava de água, fechei meus olhos e não conseguia mais o abrir.

Por Paula.

Eu estava aflita demais, Pedro e Inês em uma cirurgia de risco, eu sei que chorar não ajuda mas, o que eu posso fazer se essa angústia está me matando? Lourdes assim que chegou me deu um abraço, seus olhos estavam vermelhos de chorar, Jorge estava ao lado dela.

- Lourdes - E então, alguma notícia? - Paula - Infelizmente não! -

Depois de uma eternidade o médico se aproximou.

- Doutor - Familiares de Pedro Rios? - Eu me aproximei. - Paula - Aqui doutor, eu sou amiga dele! - Menti, mas era necessário. - Doutor - Eu sou o Doutor Cléber, operei seu amigo. - Ele fez uma pausa. - Cléber - A cirurgia foi um sucesso, retiramos a bala e por sorte não pegou em nem um órgão vital! -

Eu senti um alívio ao saber que Pedro estava bem, mas e minha amiga? E a Inês, como ela está? Será que estava bem? Lourdes também estava preocupada, bom era isso que estava estampado em sua cara.

- Lourdes - Que bom que ele está bem! - Cléber - Ele teve sorte, bom tenho que verificar alguns pacientes, com licença! -

Olhamos juntas para os policiais que entraram, Jorge se aproximou daqueles homens, conversaram alguma coisa e logo Jorge veio até mim.

- Jorge - Eles vieram saber do Pedro e da Inês, e se eles podem falar. - Agora eles aparecem? Fui até eles. - X - Boa noite! - Disse um policial alto. - Paula - Não muito boa, mas o que vocês precisam? - Policial - Nos informaram da tentativa de assassinato. - Eu estava brava. - Paula - E vocês só aparecem agora? - Eu me alterei, eu queria justiça. - Policial - Abaixe o tom senhora, pedimos respeito! - Paula - E eu quero justiça! - Gritei irada, Jorge me segurou. - Jorge - Ela está nervosa, desculpem-na! - Eu estava desesperada mesmo! - Lourdes - Quando vão começar as buscas pelo possível bandido? - O policial a olhou sério. - Policial - Precisamos primeiro falar com quem estava com eles, já pedimos os vídeos das câmeras de segurança do restaurante. - Como eles ainda estavam ali, como? - Policial - Vocês sabem se eles tinham algum inimigo? - Lourdes me olhou e logo para os policiais. - Lourdes - Eu não diria inimigo, mas meu ex funcionário tinha uma paixão doentia pela Inês. - Policial - A senhora tem os dados dele? - Um outro médico se aproximou. - X - Familiares de Inês Rivera? - Meu coração gelou, eu me aproximei do médico. - Paula - Eu sou a irmã dela! - Lourdes estava ao meu lado. - Doutor - A Inês está instável, como a bala à atravessou, o caso é mais delicado. - Minha amiga estava me deixando? Era isso mesmo? - X - A hemorragia já foi cessada, mas não temos certeza que ela sobreviverá. -

Meu coração estava destruído, eu precisava ver a minha amiga.

- Paula - Eu posso vê-la? - O médico ficou sério. - X - Infelizmente não, vamos monitorá-la por 48hs. - Então ela realmente estava mal!

Por Pedro.

Quando acordei estava em um quarto estranho, eu estava com uma agulha no braço, então eu estava em um hospital. Meu corpo estava dolorido, minha garganta estava seca, em minha cabeça só vinha gritos e um sussurro. “Eu te amo”. Essa voz era da Inês, e onde ela está? Coloquei as mãos sobre a cabeça, esse ato me custou a respiração, voltei a mão onde estava de início. Será que ela havia me deixado? Não, a Inês não me faria isso. Paula e Lourdes entraram no meu quarto, ambas se aproximaram de mim.

- Paula - Como se sente? - Eu dei um sorriso leve. - Pedro - Acho que bem! - Lourdes deu um suspiro de alívio. - Lourdes - Ainda bem que está bem! -

Um silêncio estranho se instalou entre nós.

- Pedro - O que vocês me escondem? E cadê a Inês? -

Ambas se olharam, Lourdes assentiu para Paula, e respirou fundo.

- Lourdes - Pedro, a Inês ela.. - A voz dela falhou. - Lourdes - A Inês está sendo monitorada, apenas isso! - Ela era ruim de mentir. - Pedro - Eu quero a verdade! - Dessa vez Paula resolveu falar. - Paula - A Inês de fato está sendo monitorada, mas ela está grave, Pedro! -

Eu falhei, e falhei na primeira oportunidade de protegê-la! Que ódio daquele desgraçado!

- Pedro - Ela está grave como? - Eu precisava saber. - Lourdes - O médico não nos detalhou mais nada. -

Que droga, era pra eu estar morrendo no lugar dela!

- Paula - Você tem que ficar calmo, sua cirurgia foi um sucesso e por sorte nem um órgão vital foi atingido. -

Em outros tempos eu estaria saltitando de alegria por estar  vivo, mas dessa vez não foi o caso.

- Pedro - Eu queria estar ao lugar dela! - Que ódio de mim.

Depois de ficar conversando o médico me revisou e tudo estava ok, as horas passaram e dois policiais entraram em meu quarto.

- Policial - Olá, meu nome é Guilherme, e o dele é Fábio, e estamos averiguando seu caso! -

Que ironia eles estarem ali agora.

- Guilherme - Temos algumas perguntas a fazer. - Eu suspirei.
- Pedro - Claro!  - Fábio - Você poderia nos contar como foi o crime exatamente? - Eu apenas assenti. - Pedro - Eu e minha namorada, estávamos esperando o manobrista trazer meu carro. Quando um carro prata se aproximou, a princípio não sabíamos quem era, até abrir a porta. Então o Bernardo nos apontou a arma, a Inês entrou em minha frente de maneira brusca, mas eu senti que algo me atingiu, a bala a atravessou. -

Minha voz embargou.

- Pedro - Caímos juntos, e o Bernardo fugiu! - Os policiais estavam sérios.

Juntos até o fimOnde histórias criam vida. Descubra agora