Juntos até o fim

• Capítulo 19 •

• Capítulo 19 •

Desliguei o celular e Inês ainda me olhava. - Inês - Parabéns Pedro!

Continua…

Por Pedro.

- Inês - Parabéns Pedro! - A olhei sem jeito. - Pedro - Obrigado! - Me sentei e a olhei, em seu braço havia algumas marcas. - Inês - O que você tanto me olha? - Fiquei sem graça. - Pedro - Me desculpe, mas seu braço ele.. - Ela me interrompeu. - Inês - Minha vida pessoal não é da sua conta! - Me levantei. - Pedro - Eu não sou obrigado a te aturar! - Ela não se moveu. - Inês - Você está despedido! - Ela deu um sorriso de canto, sendo direta. - Inês - Aproveita sua demissão e curte a gravidez de um filho seu! - Como eu fui burro. - Pedro - Por favor me desculpe? - Fiz uma pausa. - Pedro - Eu preciso ainda mais desse emprego. - Ela me olhou vitoriosa. - Inês - Implora por ele! - Ela se levantou. - Inês - De joelho! - Engoli em seco, mas era necessário, me ajoelhei diante de seus lindos e fascinantes olhos. - Pedro - Por favor Inês! - Juntei minhas mãos e a olhei. - Inês - Pra você é “senhora” Inês! - Abaixei meu olhar por alguns instantes, mas logo voltei a olhá-la. - Pedro - Por favor senhora Inês, eu preciso muito ficar no emprego! - Ela deu risada. - Inês - Levante-se! - Me ordenou. - Inês - Não me convenceu, agora passe no rh e pegue suas coisas! - “Como ela pôde ter ficado tão cruel?” - Perguntei a mim mesmo. - Pedro - Tudo bem, você me fará uma carta de recomendação? - Perguntei. - Inês - Claro, só que vou dizer o quão curioso é! - Seu sorriso brilhava. - Pedro - Você não pode! - Ela sorriu me olhando. - Inês - Não só posso, como devo! - “Que filha da mãe!” - Me irritei. - Pedro - Faz o que quiser! - Quando eu ia sair ela gargalhou. - Inês - Como você é ridículo Pedro, eu estou apenas brincando! - Ela gosta de brincar? Bom saber! Me aproximei rápido dela, a peguei no colo e a sentei na mesa com brutalidade, lhe beijei o pescoço, fui abaixando o zíper de seu vestido, o clima estava tenso e quente ao mesmo tempo. De repente ela começou a rir muito alto. - Inês - Não brinque com fogo Pedro, se começar não vai querer parar! - Meu queixo caiu, ela não cai mais na minha, me afastei dela. - Pedro - Você mudou quando? - Ela desceu da mesa e me olhou. - Inês - Eu mudei no dia em que você me humilhou como mulher! - Suas palavras foram firmes. - Inês - E eu sou muito grata a você, hoje eu não sou mais uma boba e ingênua, como antes! - Ela sorriu. - Inês - Vamos voltar ao trabalho. - Eu estava atordoado, ela ficou ainda melhor com o passar do tempo. Não vou mentir, eu realmente queria tê-la em meus braços de novo, sua pele ainda era macia e cheirosa, senti que meu corpo reagiu aos meus pensamentos. - Inês - Pode fechando meu vestido, ninguém mandou você abrir. - Ela disse séria, me aproximei e juntei seu corpo ao meu. -Inês - Não seja canalha consigo mesmo, eu sou uma mulher livre, agora você. - Ela fez uma pausa. - Inês - Vai ser pai e tudo mais! - O que eu estava fazendo? - Pedro - Você tem razão, e eu amo a minha namorada. - Eu a provoquei. - Inês - Percebesse! - A voz dela saiu em meio ao sorriso, como eu queria fazê-la minha! - Pedro - Enfim, vamos ao trabalho. - Peguei os documentos e os analisei. - Inês - Enquanto você olha isso, vou ver as coisas que faltam! - Ela foi para um lado distante do meu, seu jeito era estranho, talvez tristeza, fui até ela. - Pedro - O que você tem? - Ela me olhou. - Pedro - Eu sei que não é da minha conta, mas você não está bem. - Seu olhar era forte. - Inês - Eu não estou bem mesmo, mas vou ficar. - Sua voz saiu suave. - Pedro - Eu sei que errei, mas eu me preocupo com você. - Inês - Engraçado você dizer isso, eu escutei essa frase de sua boca a alguns anos atrás e olha o que aconteceu. - Ela tinha razão, fui um babaca no passado. - Pedro - Você tem razão, eu fui muito canalha. - Inês - Foi um ridículo, isso sim. - Eu suspirei. - Pedro - Como eu posso me retratar? - Ela me olhou. - Inês - Já passou, e eu não quero uma retratação. - Suspirei. - Pedro - Deixa eu te explicar como foi tudo? - Inês - Está bem Pedro, mas não hoje. - Respirei fundo. - Pedro - Quando você quiser!

Por Inês

Mais uma vez eu cheguei em casa tarde, tomei banho e fui até o quarto do meu filho, Enzo dormia como um anjo, dei um beijo em sua bochecha e o peguei em meu colo, caminhei a passos lentos até meu quarto, a chupeta o deixava ainda mais fofo. Eu queria sentir seu cheirinho, seu calorzinho em meus braços, deitei com cuidado e o aconcheguei em meu braço, ele acordou e me olhou. - Enzo - “Mama.” - Ele procurou meu peito, estava com fome, amamentar sempre foi um momento único pra mim. Acariciei seu rostinho com cuidado, ele dormiu novamente, fiquei atenta a ele, Pietra entrou no quarto e se juntou a nós. - Pietra - Como a senhora está? - Disse baixo. - Inês - Estou bem! - Ela olhou as mãos. - Pietra - O meu pai ele.. - Minha filha buscou palavras para não me ferir. - Pietra - Ele vai ser pai de novo! - Eu dei um leve sorriso. - Inês - Eu já sabia filha. - Pietra me olhava surpresa. - Inês - Não adianta fazer essa cara, eu trabalho com ele. - Pietra deu risada, logo tampou a boca. - Pietra - Eu tinha esquecido. - Suspirei. - Inês - Eu percebi. - Pietra - E como a senhora está com essa notícia? - A olhei. - Inês - Normal! - Pietra - Sério? - O que ela queria? - Inês - Claro que sim! - Resolvi continuar. - Inês - Eu só estaria com alguma coisa, se eu fosse a grávida! - Dei risada da careta que ela fez. - Pietra - Ai mamis! - Ela fez um coque no cabelo. - Inês - E você, como está com essa novidade? - Ela suspirou. - Pietra - Ah, eu estou feliz, mais um irmão. - Ela me olhou sem jeito. - Pietra - Eu ainda lembro da Bruninha! - Seu tom de voz foi baixo. - Inês - Eu sei que lembra. - Fiz uma pausa. - Inês - Ela nunca sairá do nosso coração. - Lágrimas molharam meu rosto. - Pietra - Ela era tão lindinha e fofa. - Lembrei de um passado doloroso, Bruna era a gêmea do Enzo. Minha complicação no parto gerou um problema nela e em mim. Eu procurei tantas células pra salvá-la, fui falha, aproveitei cada dia dela com carinho. Quando ela me deixou não me doeu da maneira que imaginei, ela sofreu tanto com a doença que a morte foi o seu descanso. Sequei minhas lágrimas da maneira que pude, já que Enzo deitou sobre mim, Pietra me abraçou e ficamos os três juntinhos.