• Capítulo 11 •
Eu perdi bons anos ao lado delas por ser um covarde escutar amigos, amigos esses que nem lembram mais de mim.
Continua…
Por Pietra.
Eu admirava muito minha mãe, ela era tão forte e tão linda, seus atos eram sempre bem calculados, meu foco era nunca decepcioná-la. Meu trabalho já estava pronto, minha mãe tinha me ajudado muito, quando ela foi levantar sentiu uma tontura, eu a segurei. - Pietra - Mamis? - Ela estava pálida, um tanto estranha, gritei o Miguel e logo ele apareceu. - Pietra - Ajuda minha mãe! - Minha voz saiu alta demais. - Enzo - “Mama!” - Ele a olhou e mexeu em sua mão, ela o olhou e sorriu fraco. - Miguel - Inês meu amor, olha pra mim! - Ela o olhou. - Miguel - O que você está sentindo? - Ela balbuciou alguma coisa, eu não compreendi. - Enzo - “Mama!” - Ele gritou! - Miguel me olhou. - Miguel - Pietra é melhor ele não ver a mãe assim! - De repente Célia a babá de Enzo apareceu e o pegou, ele não queria sair de perto da nossa mãe, ela ia perdendo pouco a pouco a consciência. - Miguel - Inês! - Ela voltou a abrir os olhos. - Pietra - Mamis, olha pra mim! - Ela me olhou. - Pietra - O que a senhora está sentindo? - Ela não conseguia falar, então a reação do Miguel me assustou, ele correu e pegou a chave do carro e a carteira, voltou até minha mãe e a pegou no colo, eu corri atrás dele, abri a porta do carro. Quando chegamos no hospital ele gritou por ajuda, eu estava assustada demais! - Miguel - Eu volto para te informar sobre sua mãe! - Levaram minha mãe em uma maca, e eu cada vez mais desnorteada, o único que me veio em mente foi ligar para minha madrinha, peguei meu celular e disquei os números. *Ao telefone* - Pietra - Madrinha? - Minha voz saiu mais trêmula que o necessário. - Paula - Oi querida! - Eu não consegui me segurar e chorei ao telefone, ela se assustou. - Paula - O que está acontecendo Pietra? - Eu solucei. - Paula - Pietra, o que está acontecendo? - Tentei respirar fundo. - Pietra - Madrinha, minha mãe ela… - Minha voz embargou. - Paula - Sua mãe o que? Fala? - Ela estava aflita. - Pietra - Minha mãe passou mal em casa, ela não está bem madrinha! - *Fim da ligação*. - Dei a direção do hospital e não demorou muito e ela entrou pela porta. - Paula - Alguma notícia? - Ela me abraçou. - Pietra - Ainda não! - Meu coração estava desesperado, quando Miguel se aproximou, a cara dele não era das melhores, ele nos olhava e nada dizia. - Paula - Fala alguma coisa! - Minha madrinha estava aflita, assim como eu. - Pietra - Fala Miguel! - Ele ergueu o corpo e respirou fundo. - Miguel - Eu sinto muito, mas a Inês ela… - Minha madrinha o olhou. - Paula - Ela o que, Fala Miguel! - Ele chorou de maneira exagerada, minhas pernas estavam bambas. - Miguel - Ela não resistiu! - Minha madrinha caiu sentada e eu nem vi o resto. Ouvi a voz da minha mãe - Inês - Filha, acorda! - Quando abri meus olhos ela estava me olhando, seus olhos estavam vermelhos de chorar, eu a abracei com tanta força. - Pietra - Nunca me deixa? - Ela deu um leve sorriso. - Inês - Eu não vou meu amor! - A voz dela estava estranha. - Pietra - O que houve mamãe? - Ela respirou fundo. - Inês - O vovô ele… - Lágrimas caíram de seus olhos. - Pietra - Ele morreu? - Eu não queria ouvir a resposta. - Inês - Não, mas está muito grave! - Eu a abracei forte, todos nós sabíamos o carinho que minha mãe sente pelo vovô, se eu estava sofrendo, ela sofria o dobro. - Pietra - Ele vai ficar bem! - Ela suspirou. - Inês - Eu espero! - Ela se deitou ao meu lado. - Pietra - Ele vai ficar bem! - Me aconcheguei nela. - Inês - A mamis vai ir até o hospital e ficar com a vovó, você cuida do seu irmão? - Eu suspirei. - Pietra - Claro! - Fiz uma pausa. - Pietra - Qualquer coisa me avise! - Suspiramos juntas - Inês - Sim meu amor! - Ela me abraçou forte!
Por Inês.
Hospital - Sala de Espera
Quando encontrei Lourdes, ela estava chorando baixinho, eu me senti ainda pior, eu também não queria perdê-lo. - Inês - Logo o papai vai voltar pra casa! - Ela suspirou pesado. - Lourdes - Eu não tenho essa certeza, ele me pediu para dizer que te amava muito e os netos dele também! - Meus olhos encheram d'água, eu não podia chorar diante dela. - Inês - Eu e meus filhos também o amamos! - Ela sorriu leve. - Lourdes - Você foi o melhor que nos aconteceu, eu nunca pude ter filhos e então Deus me enviou você! - Ela suspirou. - Lourdes - E com direito a netos maravilhosos! - Eu a abracei. - Inês - Vocês são os meus presentes, eu só tinha a Paula e de repente você, seu marido, e logo depois meus filhos. - Eu respirei fundo. - Inês - Eu só tenho a agradecer, amo vocês como meus pais de verdade! - Lourdes sorriu. - Lourdes - Você é nossa filha de verdade! - Eu a apertei no abraço, nesse momento chegou uma médica. - X - Senhora Lourdes? - Ela se levantou. - Lourdes - Oi doutora Cláudia. - Ela suspirou. - Cláudia - Seu marido deseja lhe ver! - Ela fez uma pausa. - Cláudia - E também uma Inês, se ela chegar pode ir vê-lo também! - Eu a olhei. - Inês - Eu sou a Inês! - Ela me olhou. - Cláudia - Ótimo, podem ir vê-lo, peço que seja breve pois ele está bem debilitado. - Lourdes suspirou pesado. - Lourdes - Claro! - Quando entramos no quarto meu corpo todo se tensou, ele estava com uma cor estranha e cheios de aparelhos, dei graças a Deus por Pietra não estar aqui, nos aproximamos dele lentamente. - Lourdes - Meu amor? - Seu tom de voz foi tão calmo. - Inês - Papai? - Ele abriu os olhos lentamente e nos olhou. - Roger - Meus dois amores aqui comigo! - Sua voz saiu fraca e baixa. - Lourdes - Sim, meu amor! - Ele me olhou, e estendeu mão em minha direção, eu a segurei. - Roger - Minha filha, você foi o nosso sonho impossível de realizar! - Minhas lágrimas caíram, com a mão esquerda sequei meu rosto. - Inês - Eu te amo tanto papai! - Minhas lágrimas eram insistentes. - Roger - E nós amamos você! - Ele buscou ar. - Roger - Eu quero te pedir uma coisa. - Seus olhos estavam fixos nos meus. - Lourdes - Meu amor, poupe suas forças - Ele sorriu. - Roger - Inês minha filha, cuide de sua mãe, por favor? - Lourdes começou a chorar. - Roger - Você me promete? - Ele ainda me encarava com o olhar. - Inês - Prometo! - Seu olhar buscou o de Lourdes. - Roger - Meu amor, eu vou te amar sempre! - Ela soluçou. - Lourdes - Eu também meu amor, você sempre será meu grande amor! - Ele suspirou. - Roger - Filha, obrigado por ter sido minha filha do coração e Lourdes, obrigado por ter sido a mulher que eu pedi a Deus! - Eu não podia chorar. - Inês - Eu quem agradeço por ser esse pai maravilhoso e um avô incrível para os meus filhos! - Ele sorriu de forma lenta. - Lourdes - Não agradeça meu amor, você tem que ficar comigo! - Ela desabou. - Lourdes - Me desculpe. - Eles choraram juntos, então ele sussurrou: “Eu te amarei pra sempre!”. Ele nos deixou. Segurei meu choro e ajudei Lourdes a resolver os trâmites funerários, ela não queria comer nada, minha cabeça doía tanto, Paula chegou no hospital logo depois que avisei, eu não queria deixar Lourdes sozinha, e eu precisava contar para Pietra. Cheguei em casa com Lourdes apoiada em mim, Paula me ajudava a caminhar com ela, demos um calmante pra ela, subi até o quarto de Pietra e ela estava abraçada a Enzo, ambos assistindo desenho. - Inês - Oi meus amores! - Enzo sorriu. - Enzo - “Mama” - Ele engatinhou até mim, e pulou em meu colo. - Inês - Meu pequeno! - Alisei suas costas, Pietra me olhava séria. - Pietra - E o vovô, como está?
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Juntos até o fim
RomanceNo passado Inês era uma menina séria e muito focada em seus estudos, e vivia com sua amiga Paula, essa namorava Jorge. Inês não sabia, mas sua vida seria transformada por um rapaz de sua universidade, Pedro era o nome dele, o garoto irá conquistar e...