Juntos até o fim

• Capítulo 21 •

• Capítulo 21 •

O gosto do beijo de Pedro ainda estava em minha boca, levei a mão em meu lábio, fechei meus olhos e senti novamente o beijo.

Continua…

Por Inês

Tirei o beijo de meus pensamentos e terminei meu banho, eu não tinha esquecido a falta de confiança da minha filha. Me arrumei fui até o quarto da mesma. - Inês - Precisamos conversar! - Ele estava séria. - Pietra - Precisamos mesmo! - Ela se sentou na cama e me encarou. - Pietra - Por que a senhora fez aquela cena ridícula em sua sala? - A voz dela saiu grave. - Inês - Abaixe seu tom mocinha! - Eu respirei fundo. - Inês - Você sabe o quanto me dói ser traída, e eu não esperava isso da minha filha! - Ela abaixou a cabeça. - Inês - Você não me contou do Tarcísio, até seu pai que chegou ontem na sua vida sabia dele e eu não! - Ela quis chorar. - Inês - É bom você não chorar! - Ela levantou a cabeça. - Pietra - Me desculpe, eu pensei que ficaria brava comigo. - Suspiramos juntas. - Inês - Eu brava filha? - Minha voz saiu leve. - Inês - Por isso você não quis me contar o que conversou com o seu pai? - Pietra - Também! - Ela me olhava. - Pietra - Eu não queria te deixar brava, e já tem preocupações demais! - Segurei em sua mão. - Inês - Vocês são as minhas preocupações, eu não gostei de ser a última a saber filha. - Pietra - Me desculpe mãe? - Nos abraçamos. - Inês - Minha resposta é não! - Ela se afastou de mim. - Pietra - Não aprova? - Seus olhos buscavam os meus. - Inês - Esse é o seu castigo, e se me ocultar mais algu.. - A olhei. - Inês - Você já fez alguma coisa mais íntima com o tal Tarcísio? - A cara dela me deixou intrigada. - Pietra - Como assim? - Inês - Você é virgem Pietra? - O rosto dela ficou vermelho. - Pietra - Que pergunta é essa mamãe! - Respirei fundo. - Inês - O que mais você esconde de mim? - Ela me olhou. - Pietra - Só escondi essas duas coisas! - Eu não tinha mais a confiança da minha filha. - Inês - Faz quanto tempo? - Minha voz falhou. - Pietra - 5 meses! - Ela olhou as mãos. - Inês - Você foi ao médico? - Eu estava indignada. - Pietra - A minha madrinha foi comigo! - Me levantei irritada. - Inês - Por que você não me contou? - Gritei. - Pietra - Eu tive medo! - Medo de mim? - Inês - Em que momento eu virei um monstro pra você? - Ela me olhou. - Pietra - Não faz drama mamãe, eu só tive medo da sua reação e.. - Sai do quarto da minha filha sem querer ouvi-la. Entrei no carro e dirigi até o apartamento de Lourdes, o porteiro abriu o portão. Lourdes me serviu um café. - Inês - Obrigada! - Ela se sentou. - Lourdes - O que você tem minha filha? - Sua cara não é das melhores. - Inês - Eu sou uma pessoa confiável? - Perguntei. - Lourdes - Claro que é! - Ela fez uma pausa. - Lourdes - Por quê? - Abaixei o olhar. - Inês - As pessoas me traem e me escondem as coisas, até a minha filha! - Lourdes respirou fundo. - Lourdes - Ela já te contou qu.. - Eu a interrompi. - Inês - Até a senhora sabia? - Me levantei. - Lourdes - Sim, mas eu fui contra ela te esconder! - Ela fez uma pausa. - Lourdes - A vida é dela, eu não posso obrigá-la a contar as coisas! - Lourdes se aproximou de mim. - Lourdes - Não fique chateada, a Pietra quer ser como você, o maior medo dela é te decepcionar. - Vendo por esse lado tem sentido. - Inês - A senhora tem razão! - Respirei fundo. - Lourdes - Ela deve estar achando que te decepcionou, volte pra casa e converse com sua filha! - Lourdes me abraçou, o abraço dela era sempre tão aconchegante. - Inês - Então eu já vou pra casa! - Peguei minha bolsa e voltei para o carro, quando fui abrir a porta senti uma mão envolver meu corpo, eu não queria me desesperar. - X - Você continua maravilhosa! - Que voz nojenta. - Inês - Me solta Bernardo, eu tenho nojo de você! - Ele juntou ainda mais nossos corpos. - Bernardo - Eu não sou tão nojento quanto pensa, hoje você muda de opinião. - O medo tomou conta de mim. - Inês - Me solta! - Comecei a gritar por ajuda, mas na rua não tinha 1 viva alma. - Bernardo - Não grite agora, poupe-se para mais tarde! - Seu tom de voz era malicioso.

Por Pedro.

Eu estava quase chegando em casa, já que a Inês me dispensou mais cedo, vi um cara pressionando uma mulher contra um carro, eu não via a placa pois tinha um outro carro. Ele quase a beijou, ela virou a cabeça e lhe deu um tapa no rosto, na medida em que avançava pude notar que era Inês a mulher, parei o carro e desci correndo na direção deles, para a minha surpresa o homem era o Bernardo, a cena se repetia. - Pedro - Te achei novamente! - Eu não perdi tempo, meu soco foi certeiro, ele tentou me bater, mas não deu certo caímos no chão, lhe dei outro soco. - Bernardo - Como eu quero te matar! - Minha mão doeu com o soco que dei naquele cara, aos poucos ele perdeu a consciência. - Pedro - Eu o matei? - Me levantei aflito, Inês não se movia, olhava para o corpo com desespero. Aquele infeliz ainda vivia, Laura ajudava Inês a se acalmar, eu trouxe um copo com água. - Laura - Tente ficar mais calma. - Inês soluçava aflita. - Inês - E.. Eu quero ir embora! - Ela disse por fim. - Pedro - Primeiro se acalme! - Laura a olhava. - Laura - O Pedro tem razão, se acalme e depois vai. - A cor da Inês não era das melhores. - Inês - A Lourdes mora aqui pertinho, eu vou ficar lá. - Ela se levantou e caiu sentada no sofá, Laura e eu assustamos. - Pedro - Vamos a um hospital? - Eu a olhei. - Inês - Não precisa, foi só uma tontura. - Ela levantou novamente. Quando entramos no apartamento de Lourdes ela ficou me agradecendo, Inês ainda estava pálida, me despedi e voltei pra casa. - Laura - E como ela está? - Suspirei. - Pedro - Não sei.

Por Bernardo.

Meu rosto estava inchado, aquele imbecil do Pedro ainda vai me pagar muito caro. Agora vou ter que esperar outro momento pra pegar a Inês, eu a amo com todas as minhas forças, mas ganhei apenas seu desprezo. Ela vai morrer por mim, quero vê-la pedir misericórdia e dê seu último suspiro em meus braços, vou elaborar melhor meu novo plano.

Por Inês.

Lourdes fazia carinho em minha cabeça, seu jeito mãe era encantador. Ela ligou pra minha casa e avisou que iria ficar por aqui, tomei um calmante e dormi sem perceber. Abri meus olhos e lá estava Lourdes velando meu sono, ela sorriu ao me ver acordar. - Lourdes - Bom dia! - Bom dia? - Inês - Que horas são? - Me sentei na cama de forma brusca, minha cabeça doía horrores! - Lourdes - Agora são 10hs! - Como eu dormi tanto? - Inês - Estou muito atrasada! - Tentei me levantar mas Lourdes não deixou. - Lourdes - Hoje você fica aqui, já avisei a Paula! - A olhei. - Inês - Eu não posso, tenho trabalho a fazer! - Lourdes deu risada. - Lourdes - Hoje você vai ficar descansando!