02 - Travel

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"Quem diz que eu não posso ser livre?
De tudo aquilo que eu costumava ser
Reescrever minha história
Quem diz que eu não posso ser livre?"
(WHO SAYS - JOHN MAYER)

Evelyn Ferreira
São Paulo, 14 de Setembro de 2017 Quinta-Feira; 02:23 PM

- Evelyn. - Sandra apareceu na porta da minha sala, me fazendo tomar um susto.

Eu estava bastante concentrada no novo projeto de decoração de um apartamento em Santos . A vista era linda e as cores principais que os donos escolheram não estavam a favorecendo. Estava bem difícil combinar tudo. Levantei minha cabeça, dando um pulinho com os olhos arregadados, o que a fez soltar um risinho.

- Desculpe, eu não queria te assustar.

- Não, está tudo bem. - Eu ri e me levantei lhe dando um beijinho no rosto. Tinha um tempinho que eu não a via.

Minha rotina andava sendo de casa para trabalho, do trabalho para casa. O apartamento estava tão vazio, e sempre me sentia estranha quando entrava lá. Bruno essa semana estava ficando no novo apartamento alugado de Alex, e Claire sempre aparecia vez ou outra para me fazer companhia. Estávamos olhando alguns hotéis para nos hospedar e já tínhamos feito o pedido do visto. Nós haviamos mandando nosso pedido de férias para o RH e estavamos esperando a resposta de Charlie. São duas funcionárias saindo de férias no mesmo mês e ao mesmo tempo,  ainda não sabia se ele iria autorizar.

- O que devo a honra?

Sandra era secretária de Charles, e sempre nos demos muito bem. Mas era raro ela vir até minha sala. Ela trabalhava no andar superior, e só nos víamos raramente no relógio de ponto.

- Charles quer falar com você e pediu para te chamar, eu liguei mas seu telefone não estava chamando. Resolvi vir até aqui.

- Ah, me desculpe - Eu havia tirado o telefone do gancho, porque Alex não parava de me atormentar.

Depois que meu advogado entrou em contato com o dele dizendo que eu não queria nenhuma parte do que me era de direito quando nos divorciarmos, ele entrou em crise dizendo que nos casamos com comunhão de bens, e que metade do que era dele agora me pertencia e queria que eu não abrisse mão disso.

Parece que ele se esqueceu que me casei com ele por amor, eu não estava interessada no seu dinheiro e na vida boa que ele poderia me dar. Se eu não pudesse o ter, então eu não queria nada que o pertencesse.

- Estava fora do gancho. Ele não parava de tocar, Alex não para de me atormentar e estava atrapalhando minha concentração no trabalho. Mas eu posso ir agora, ele está me esperando?

- Sim, vamos? - afirmei com a cabeça, e peguei meu celular na mesa a acompanhando. - Fiquei sabendo sobre seu divorcio, eu sinto muito.

- Ficou? -  ela assentiu - Não precisa sentir, acho que não era pra ser. - dei de ombros entrando no elevador.

- Vocês eram um lindo casal, mas tenho certeza que você encontrará outra pessoa para te fazer feliz. - e esse era o problema da humanidade, para todos você só seria feliz quando tivesse um pessoa ao seu lado.

- Ah Deus te ouça. - nós sorrimos uma para outra, aquela empresa era feita de fofoqueiros e a pior coisa de escutar, eram a que mais repetiam - Mas no momento estou correndo de homens, quero um tempo para mim antes de voltar embarcar em alguma relação.

- Ah eu entendo, e você faz bem. Homem trás muita dor de cabeça. - nós rimos.

O elevador chegou ao andar e nós saímos andando até a porta dupla.

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