Capítulo 9

3K 102 4
                                    

Daquele dia em diante, começou para Eugênio uma rotina diferente. Saía do escritório às seis e ia buscar Lourdes na saída do trabalho. Ficavam juntos atépouco antes das oito, quando Eugênio a levava para casa e se despedia. Erammomentos de convivência agradável e leve. Junto com ela, ele descontraía-se,
esquecia um pouco os próprios problemas. As coisas não iam bem no trabalho.
Andava sem sorte ultimamente.
Contudo, ao lado da Lourdes, conseguia reaver o bom humor e a
tranqüilidade.
Ele nunca tivera tantos problemas na vida. Era uma fase, pensava, haveria depassar e sua sorte mudar de novo. Gostaria de poder sair com Lourdes à noite, oumesmo em um fim de semana, mas não tinha como. Não queria convidá-la parasair com as crianças.Marina se revoltaria ainda mais. E depois, não queria um envolvimento sério.
Pensou em convidar Olívia para ficar um fim de semana com as crianças.
Ele poderia pretextar uma viagem e ir com a Lourdes. A cada dia ficava maisinteressado em um relacionamento íntimo, mas ela era arredia. Se ele dispusesse
de tempo e pudessem passar uma noite juntos, certamente derrubaria toda suaresistência.Telefonou para Olívia.
— Como vai, Olívia?
— Bem. O que quer?
— Estou precisando fazer uma viagem no próximo fim de semana. Você
poderia ficar em minha casa com as crianças?
— Aonde você vai?
— Trata-se de negócios. O dono de uma empresa de Ribeirão Preto quer queeu vá conhecer seu depósito.
— Por que não vai durante a semana?
— Porque tenho que voltar para casa à noite, esqueceu? E também porque
ele só estará lá no fim de semana.
Silêncio. Depois ela disse
— Vou pensar.
— Como vai pensar? Não pode dar uma resposta agora? Tenho que
providenciar documentos para levar e tudo o mais. Hoje já é terça-feira.
— Preciso ver meus compromissos.
— Fim de semana? Por que me nega este favor? Afinal, tenho feito o que
posso e nunca lhe pedi nada. Se eu não for, posso perder excelente negócio eestou precisando de dinheiro. As despesas aumentaram muito e, infelizmente,
não tenho conseguido bons negócios ultimamente.
— Está bem — disse ela por fim. — Irei. A que horas pretende sair?
— Pretendo ir no sábado bem cedo.
— Está bem. Estarei em sua casa sábado pela manhã.
— Obrigado, Olívia. Sabia que podia contar com você.
Ele desligou o telefone exultante. Finalmente conseguira. Imediatamente
procurou em seus arquivos alguns folhetos de viagem. Precisava traçar um planopara convencer Lourdes a acompanhá-lo.
Não pretendia ir muito distante. O importante era escolher um lindo lugar, umhotel aprazível, romântico. Em sua cabeça, imaginava as cenas de amor queviveria com Lourdes. Estava empolgado. Finalmente, encontrara de novo o
prazer de viver. Aquele seria o fim de semana mais maravilhoso de toda suavida.
Elisa o observava. Que desavergonhado! Mentira sem nenhum pudor! Comose
enganara com Eugênio! Ele era sem caráter. Conseguira enganar Olívia comfacilidade.
Ela precisava fazer alguma coisa. Mas o quê? Não podia permitir que ele
fizesse o que pretendia. Enquanto ela sofria e lutava para ajudá-lo a cuidar dobem-estar da família, ele se divertia com outra. Nem se lembrava mais dela!
Quanta injustiça! Ela que sempre lhe fora fiel, que sempre se dedicara ao seubem-estar, que cuidara pessoalmente de suas roupas, de sua comida. Ele não
sentia nenhuma saudade. Que ingratidão! Mas, agora, tudo seria diferente. Amoça ingênua que ela fora não existia mais. Em seu lugar, estava a mulherenganada, ferida em seus sentimentos. O homem que ela amara nunca existira.
O verdadeiro Eugênio não era capaz de inspirar-lhe os mesmos sentimentos.
Se não fora pelas crianças, não o teria poupado. No entanto, ela precisava delepara cuidar delas.
Olívia também poderia fazer isso. Talvez melhor do que ele. Era bondosa,sincera, amava as crianças. Pela primeira vez, Elisa pensou que a presença deEugênio não era tão necessária assim. A
princípio, seu orgulho desejava vê-lo assumir a família. Agora que ele
assumira, ela começava a achar que isso já não tinha tanta importância.
Ele era um homem sem moral. Que educação poderia dar a seus filhos?
Marina não gostava dele, os outros dois eram muito pequenos, mas quandocrescessem, logo descobririam que espécie de pai era o deles. Ou então, o que
seria ainda pior, acabariam por tornarem-se iguais a ele. Não seria muitoperigosa para as crianças a influência de Eugênio?
Ele que tomasse muito cuidado dali para frente. Ela não teria mais
contemplação. Se continuasse a se portar mal, ela se vingaria. Afinal, ele era oculpado por tudo quanto lhe acontecera. A defesa de seus filhos vinha emprimeiro lugar. Se a presença dele os prejudicasse, ela o afastaria. Olívia cuidaria deles muito bem. O que faria para isso?
Depois resolveria. O importante era impedir essa viagem idiota.
Eugênio planejou tudo, reservou as passagens. Tendo tudo pronto, ficaria maisfácil convencer Lourdes. No fim da tarde, foi esperá-la, como sempre. Elisa oseguiu. Vendo-os entrar em uma confeitaria para um lanche, sentou-se ao ladodeles atenta.
— Será meu primeiro fim de semana livre! Olívia se ofereceu para ficar emcasa com as crianças. Ela sabe que tenho trabalhado demais e preciso me
refazer. Afinal, o que tenho passado não é brincadeira — disse Eugênio.
— Você deve ir mesmo. Precisa aproveitar. Ele hesitou um pouco, depoisrespondeu:
— Sozinho, eu não vou. Quero que vá comigo. Há um lugar maravilhoso e
nós teríamos um belíssimo fim de semana.
Ela ficou um pouco tensa. Sabia o que Eugênio pretendia. Estava apaixonadapor ele, mas não tinha certeza ainda se desejava envolver-se a esse ponto. Suaformação era pelo casamento. Nunca se relacionara com ninguém. Ele aindanão falara sobre suas intenções. Sorriu, tentando dissimular o que sentia.
— Gostaria de ir, mas não posso. Não ficaria bem eu ir para um hotel com
você.
Eugênio emocionou-se:
— O que é que tem? Nós nos amamos! O amor é o mais importante. Você
tem sido para mim como um bálsamo. Depois que perdi Elisa, nunca mais me
relacionei com
ninguém. Pode acreditar. Não tive vontade. Mas você fez-me renascer, criarnovo ânimo. Pensei que pudesse recomeçar minha vida a seu lado, encontrarnovo encanto de viver.
Elisa teve vontade de saltar sobre ele, mas conteve-se. O cinismo de Eugênio,mentindo, a indignava. Se ele não se relacionara com ninguém, foi porque ela oimpedira. E se ele tentasse de novo, não conseguiria nada. Ele nunca mais
conseguiria relacionar-se com uma mulher! Estava acabado.
Eugênio continuava argumentando para convencer Lourdes a acompanhá-lo.
Elisa olhava-os com ar de rancor e desafio.
— Você os odeia, não é mesmo?
Assustada, ela olhou para o homem que se aproximara. Era magro, meia-
idade, pálido e de seus olhos saía um brilho forte que parecia penetrar no maisfundo de seus pensamentos.
— Quem é você? O que quer? — indagou assustada.
— Um amigo. Não quero nada. Estava só observando. Sei que você os odeia.
Gostaria de separá-los, não é mesmo?
— Como sabe?
— Eu sei de muitas coisas. Muito mais do que você poderia entender. — Ele continuava a olhá-la firme nos olhos. — Você sofreu muito. Foi enganada. Tem
toda razão. A vingança é a dignidade dos oprimidos. Você é uma mulher digna.
Sempre foi.
Elisa levantou a cabeça com altivez. Finalmente alguém que a compreendia.
Respondeu confortada:
— É verdade. Mas não fui valorizada por isso. Ao contrário. Fui usada e
jogada fora, como coisa que não serve mais.
— Que horror! Foi ele quem fez isso?
— Foi. É meu marido. Fiz tudo por ele, o ingrato. Eu estava errada. Ele não
merecia.
— É preciso dar-lhe uma lição. Não pode deixá-lo zombar assim dos seus
sentimentos.
— É o que tenho feito. Já o separei da amante e não o deixo relacionar-se
com ninguém.
— É pouco, mas se você se contenta só com isso...
— Eu queria mais, mas não sei como fazer. Nem tudo que desejo, consigo
realizar.
— Se quiser, posso ajudá-la. Sei como fazer certas coisas.
— Verdade? Ele quer levá-la para uma viagem, mas ela tem medo de
entregar-se a essa aventura. Teria um jeito de impedi-lo de ir?
— Meu nome é Sabino. Nunca ouviu falar?
Elisa meneou a cabeça negativamente. Ele continuou:
— Você deve ser nova por estas paragens. Eu sou o justiceiro mais famosodestas redondezas. Não posso ver ninguém sofrer. É preciso acabar com asinjustiças e punir os maus. Formamosum grupo forte e muito unido. Eu sou o chefe. Elisa olhou-o com respeito:
— Você é juiz?
— É como se fosse. Tenho o meu pessoal e juntos lutamos para melhorar omundo e educar as pessoas desonestas. Você foi muito magoada. Se quiser, podejuntar-se a nós.
— Para quê?
— Nos ajudaria a cuidar de outros casos como o seu e, em contrapartida, nósa ajudaríamos a conseguir o que deseja.
—Seria uma troca?
— Claro.
— Não sei... Não o conheço.
— Fiquei penalizado com seu caso. Mas se não quiser, vou-me embora.
— Dê-me um tempo para pensar.
— Está bem. Pense o tempo que quiser. Quando resolver, basta me chamar.
— Como vou saber onde está?
— Não precisa. Pense em mim, e virei até você. Adeus.
Ele desapareceu e Elisa ficou pensativa. Talvez precisasse mesmo de ajuda.Sentia-se sozinha e tinha muitas dúvidas. Com o apoio deles, conheceria outraspessoas como ela e poderia trocar idéias, conversar. Era-lhe penoso não poderfalar com ninguém.
— E então? O que decide? Se você não for, não irei. Sozinho, não. Sonhei
tanto com esse dia e estou começando a perceber que você não sente o mesmoque eu. De certa forma, estou um pouco decepcionado. Não estou preparadopara uma nova desilusão.
Talvez seja mesmo melhor não me prender muito a você. Seu amor por mimnão é tão profundo como eu imaginava — dizia Eugênio com voz triste.
Lourdes, envolvida pela emoção, protestou:
— Não diga isso. Você sabe que eu o amo. Não tem o direito de duvidar.
Sempre o amei, ainda quando renunciei ao seu amor, para que você ficasse aolado da sua família.
— Então prove o que diz. Aceite viajar comigo.
— Está bem — concordou ela por fim. — Seja o que Deus quiser. Eu
também não suporto mais essa situação.
Ali mesmo na confeitaria, Eugênio beijou-a amorosamente nos lábios.
— Vamos sair daqui. Quero apertá-la nos braços e beijá-la muito!
Pagaram a conta e saíram. Elisa, arrasada, continuava seguindo-os.
Viu os beijos, os planos de viagem e não conseguia ocultar o rancor. Só não oagrediu, porque queria saber todos os detalhes. Vendo-o chegar em casa feliz,
visualizando os detalhes da noite que desfrutaria com Lourdes, Elisa não resistiu.Chamou pelo Sabino.
Ele apareceu imediatamente.
— Resolveu? — indagou.
— Sim. Preciso de sua ajuda. Ele não pode fazer essa viagem!
— Muito bem. Venha comigo.
Elisa acompanhou-o. Ele segurou-a pelo braço e logo foram transportadospara outro local. Era um antigo palácio, cheio de símbolos e guardas, comvistosos uniformes.
Vendo-os, todos se curvaram dando-lhes passagem.
— Onde estamos? — indagou Elisa admirada.
— Em minha casa. Sede do nosso grupo.
— Parece um quartel militar.
— E é. Eu sou o chefe da organização. Tenho um exército à disposição.
Entraram em uma sala cheia de armaduras e decoração antiga. Ele sentou-seatrás da escrivaninha lavrada e disse:
— Sente-se. Vamos redigir nosso contrato.
— Contrato?
— Claro. Você vai dizer o que quer, e nós vamos fazer o serviço. Em troca, você se compromete a nos ajudar nos outros casos.
— O que terei que fazer?
— Nada que não possa.
Elisa não se sentia muito à vontade. Havia algo ali que a amedrontava.
Começava a se arrepender do que fizera. Ele não lhe deu tempo para refletir.Disse logo:
— O que deseja que seja feito?
— Não quero que ele viaje com ela. Gostaria de separá-los.
— Quando ele marcou a viagem?
— Sábado cedo.
— É fácil. Mandarei um emissário com você. Ele fará o que é preciso. Agoravocê tem de fazer a iniciação.
— Iniciação? O que é isso?
— O juramento e o batismo para se tornar um dos nossos.
— Sou católica. Preciso fazer isso?
— Claro. Não tem nada a ver com religião. Se se recusar, nada feito. Comovamos participar do seu projeto se não é filiada a nós?
— Está bem.
— Vou mandar preparar tudo. Enquanto isso, você ficará no alojamento, comoutras mulheres.
Elisa foi levada a uma ala do palácio onde havia muitas mulheres. Logo a
cercaram e começaram a fazer perguntas. Eram falantes e solidárias. Elisasentiu-se melhor. Afinal, podia desabafar, contar o que lhe acontecera. Elas, com
certeza, iriam compreender.
No sábado, Eugênio acordou muito cedo. A excitação não o deixava ficar nacama. Já havia arrumado a mala na noite anterior. Comprara um lindo pijama deseda e várias peças de roupa. Aquele seria o melhor fim de semana de sua vida!
Nem por ocasião do seu casamento ficara tão nervoso.
Chegou à conclusão que Lourdes era mais importante para ele do que
supunha. Nunca sentira tanto desejo de estar com uma mulher. Finalmente, elacairia em seus braços!
Claro que ela sabia o que ele desejava e o fato de haver concordado, o enchiade contentamento. Ela o amava! Sabia como ela pensava quanto ao casamento e
resolvera abrir mão de seus sonhos de mulher, para estar com ele! Poderia haverprova maior de amor?
Envaidecido, Eugênio imaginava minuciosamente, em todos os detalhes,como tudo aconteceria. As horas custavam a passar. Ele havia combinado passarpela casa dela às oito e eram sete horas ainda. E Olívia que não chegava?
Prometera estar ali antes das oito.
Olívia chegou quinze para as oito, e finalmente Eugênio, dando um beijo nascrianças, pôde sair. Lourdes desceu logo, e ele saltou do carro, apanhando a mala dela e colocando-a no porta-malas.
Entraram no carro, partiram e logo ganharam a estrada rumo a Serra Negra.
Tudo estava em paz e eles, abraçados, conversavam despreocupados. Não viramque em uma curva do caminho dois vultos entraram no carro. Era Elisa e, dessavez, estava acompanhada de um homem. Ele fora encarregado de impedir que a
viagem se concretizasse.
— O que vai fazer? — indagou Elisa ansiosa.
— Estou aqui para fazer o que você quiser. Um desastre seria bom.
— Não. Isso não.
— Deseja protegê-lo?
— Não é isso. Não gosto de violência. Pode ferir outras pessoas que não têmnada com isso.
— Bem se vê que você é novata. Quem não tem nada com isso, nunca cairia
nessa.
— Só quero que os separe. Que eles não durmam juntos.
— Posso retardar a chegada.
— De que forma?
— Veja.
De repente, o carro começou a falhar. Eugênio admirou-se:
— Engraçado. Parece que tem alguma sujeira no carburador. O carro está
engasgando.
Realmente, ele pisava no acelerador, e o carro não deslanchava.
— Tem alguma coisa. Vamos ver ali naquele posto.
Pararam no posto de gasolina e verificaram todos os detalhes. Não
encontraram nada.Voltaram à estrada e o carro continuava com problemas.
— Não posso compreender. Meu carro é novo, não era para ter esse tipo de
problema!
Preocupado, parava de posto em posto, mas não encontrava nada. Só a custochegaram ao destino, três horas depois.
— E agora? — indagou Elisa. — Apesar de tudo, eles conseguiram chegar.
— Um desastre teria sido melhor. Mas você não quis.
— Precisamos fazer alguma coisa, Jairo. Mas o quê? O outro sorriu com
superioridade.
— Por que se agita? Eu vim e sei o que estou fazendo. Veja só minha classe...
Eugênio apanhara a mala no carro e encaminhava-se para a portaria do
hotel. Jairo aproximou-se dele, colocando as mãos com força sobre seus ombrose dando-lhe uma tremenda rasteira. Eugênio nem percebeu como foi, no mesmo
instante, estava no chão.
Sentiu uma dor forte na perna, tentou levantar-se, mas não conseguiu.
Lourdes, que o seguia, acudiu assustada, e os empregados do hotel também.
— O que foi ?
— Escorreguei, não sei como. Minha perna machucou, está doendo
terrivelmente.
— Cuidado, senhor — disse o gerente do hotel que acudira pressuroso. —
Pode ter fratura.
Abaixou-se apalpando a perna de Eugênio com cuidado.
— Ai! — gemeu ele. — Está doendo muito!
— Não se esforce. Vamos carregá-lo para dentro e chamar um médico.
Deitado no sofá, no living do hotel, Eugênio não se conformava.Era muita falta de sorte! Escorregar logo na chegada! Ele nunca se lembrava
de haver se machucado na vida, nem quando jogava futebol. Tentou levantar-se:
— Vai ver que só luxou. Vamos ver.
A dor o fez deitar-se novamente. Ele não podia. O jeito era esperar pelo
médico. Após o exame, o médico pediu uma radiografia. Suspeitava de fraturamesmo. Foi levado de ambulância ao hospital e lá constatou-se a fratura umpouco acima do tornozelo. Foi medicado, engessado. Eugênio recusou-se a ficarno hospital. Preferia o hotel. O médico concordou, e Lourdes comprometeu-se adar o remédio direitinho.
Aquela noite foi muito diferente do que Eugênio havia imaginado. As dores oincomodavam apesar dos medicamentos, e ele não se conformava. Todos seus
projetos ruíram por terra.
Lourdes tentava confortá-lo:
— Isso não é nada. Logo estará bom.
— Nossa viagem! Sonhei tanto com esta noite! Meu primeiro fim de semanalivre. Não posso compreender. Isso nunca me aconteceu.
— Nossa viagem não começou bem. Seu carro deu problemas, era sinal quenãodeveríamos ter continuado.
— Isso é superstição.
— Quer você queira admitir ou não, o que está acontecendo com você é
produto de energias negativas. Se você não procurar socorro com quem entende,pode acontecer coisa pior.
— Não acredito nessas coisas. Lourdes suspirou:
— Você ainda vai mudar de idéia. Tenho certeza.
— Sou racional. Não posso crer no que diz. Isso é ilusão. Lourdes calou-se.
Mas Elisa, sentada confortavelmente em uma poltrona a um canto, observavacom satisfação.
Afinal, conseguira o que queria. Dali em diante, não precisava mais se
preocupar. Seus amigos eram muito competentes e tinham poder para fazer tudoquanto ela precisasse.

A VERDADE DE CADA UMOnde histórias criam vida. Descubra agora