Capítulo 14

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A tarde estava acabando quando Elisa, após passar parte do dia ao lado das
crianças e estado com Eugênio no escritório, sentiu saudade de Olívia e resolveu
procurá-la.
Encontrou-a em seu escritório ocupada em examinar alguns projetos.
Aproximou-se emocionada, abraçando-a com carinho. Embora não a pudesse
ver, Olívia parou o que estava fazendo e lembrou-se de Elisa com saudade.
Sentia-se muito só. Lembrou-se de Amaro e pensou: se tudo o que ele lhe
contara fosse verdade mesmo, se Elisa estivesse viva em outro mundo, faria tudo
para comunicar-se com ela. Pensar nisso era confortante, mas, ao mesmo
tempo, como ter certeza de que não estava sendo iludida? As pessoas desejam
tanto rever os que partiram que bem podiam estar fantasiando, para fugir ao
sofrimento do "nunca mais".
Ela era pessoa instruída, prática, habituada desde cedo a enfrentar os
problemas da vida.
Não podia deixar-se envolver por falsas esperanças. Temia ser enganada. No
entanto, Amaro lhe parecera honesto e sincero. Afirmava que a vida continua
depois da morte.
Ficara impressionada com os livros que lera, escritos por pessoas cultas e
sérias, cujas pesquisas haviam comprovado essa teoria. Como saber a verdade?
Se pudesse crer! Falar com Elisa... saber como estava, o que lhe acontecera.
Dizer-lhe que as crianças estavam bem, que podia ficar em paz que ela cuidaria
do bem-estar delas e jamais as abandonaria. Seria tão bom!
Elisa, abraçada a ela, sentia as lágrimas correrem pelas faces. Gostaria de
dizer-lhe que estava ali, que tudo isso era verdade. Que a morte do seu corpo não
a havia privado de continuar existindo. Que era a mesma de sempre, amando os
filhos, a família, entristecida por não poder mais estar cuidando deles como
antes. Que confiava nela e sabia que cuidaria dos seus filhos com amor. Era cruel
poder estar ali e não conseguir fazer-se entender.
— Olívia, estou aqui. Acredite! Amorte não é o fim. Ah! se eu pudesse fazer
alguma coisa para que me visse...
Olívia sentiu-se muito triste. Nunca como naquele instante a lembrança de
Elisa se fizera tão forte.
— Preciso saber a verdade! — pensou ela, agoniada. O telefone tocou, e ela
atendeu:
— Amaro! Estava pensando em você!
— Eu também. Quer jantar comigo esta noite?
— Quero. Precisamos mesmo conversar.
— Aconteceu alguma coisa?
— Nada. É que hoje estou me sentindo particularmente triste. Não consigo
tirar Elisa do pensamento. Você tem o dom de me acalmar. Agradeço haver
ligado.
— Quer que vá buscá-la aí, às seis e meia? Assim teremos mais tempo para
conversar.
— Ótimo. Estarei esperando.
Elisa olhou-a preocupada. Precisava afastar esse Amaro de Olívia. Não era
ele o perigo que Jairo mencionara? Esperou vendo-a guardar as coisas e
arrumar-se cuidadosamente.
Ela continuava bonita e elegante, pensou. Sabia viver e não era boba como
ela que aparentava ser muito mais velha do que era. Por que não lhe dera
ouvidos?
Quando ela desceu, acompanhou-a. Estaria vigilante e afastaria Amaro do
caminho dela de uma vez por todas. Ele chegou e quando entraram no carro,
Elisa acomodou-se no banco traseiro. Aprendera que o primeiro passo era
observar, para depois agir.
Eles conversavam e Olívia desabafara falando da saudade que sentia, da falta
que Elisa lhe fazia, do amor que sentia por ela e do desejo de poder saber se tudo
quanto ele lhe dissera e ela lera nos livros, era verdade.
— A única maneira de saber é experimentar — respondeu ele quando ela se
calou. — A verdade não é patrimônio de ninguém. A sobrevivência do espírito
após a morte pode ser comprovada. Nossos entes queridos que partiram,
continuam vivos em outro lugar.
A comunicação com eles é possível, já tem acontecido. Desde que
respeitemos as condições naturais do processo, podemos obter o mesmo
resultado.
— Desde que me falou isso, não penso em outra coisa. Se isso é verdade, se
Elisa está viva no outro mundo, quero falar com ela, saber como está, o que
aconteceu no dia da sua morte, se foi acidente mesmo, como eu penso. Sei que
onde ela estiver, deve estar muito preocupada com as crianças que ela deixou
sozinhas fechadas em casa, coisa que nunca fez. Acha que poderei falar com
ela?
— Possível é. Mas é preciso saber se ela pode vir até nós, se está bem o
bastante para poder comunicar-se. Se tem permissão para fazê-lo.
— Não podemos evocá-la? Se a chamarmos, ela não viria? Amaro havia
parado o carro em uma rua tranqüila para poderem conversar mais à vontade.
Olhou-a sério e respondeu:
— Não seria bom para ela fazermos isso.
— Por quê?
— Nós não sabemos onde nem como Elisa se encontra. Pode estar em
recuperação em algum lugar sem poder sair. Nesse caso, sentindo nossochamado sem poder atender, sentir-se-ia angustiada, desejaria vir de qualquer
forma, poderia revoltar-se pondo a perder todo trabalho da sua recuperação.
— Amorte não liberta o espírito do sofrimento?
— Amorte liberta do corpo. Os sofrimentos são do espírito que depois de
haver desencarnado, conserva os mesmos sentimentos, as mesmas dificuldades
que tinha em vida. Muda o estado, mas o espírito continua igual.
— Quer dizer que Elisa pode estar sofrendo por causa do acidente?
— Depende de como ela viu o acontecimento. Fisicamente ela não sentiu
nada. Uma morte instantânea como foi a dela, priva o espírito da lucidez naquela
hora. Tudo depende de como ela viu os fatos ao acordar no astral. Se teve calma,
concordou com a orientação dos espíritos socorristas, colocou-se sob a proteção
deles, está bem. Embora possa estar triste, com saudade ou desejosa de ver a
família, com a assistência adequada logo estará recuperada e até em condições
não só de visitar vocês como até de ajudar dentro de suas possibilidades. Isso só
será possível quando ela puder controlar as emoções. Evocá-la poderá contribuir
para que ela se emocione e ponha tudo a perder.
Elisa olhava-o admirada não perdendo nenhuma das suas palavras. Como ele
podia conhecer tudo isso vivendo no mundo? Olívia indagou:
— E se ela se revoltou? Conheço Elisa. Ela era passiva, bondosa, mas quando
queria uma coisa, teimava, e ninguém conseguia demovê-la. Ela não ia se
conformar em deixar as crianças.
— Se ela houver feito isso, poderá estar circulando em volta de vocês,
influenciando seus pensamentos, interferindo em suas
vidas.
— Você acha que ela pode já saber de tudo quanto está acontecendo, ter
visto as crianças?
— É possível.
— Nesse caso, seria fácil falar com ela. Evocá-la não atrapalharia em nada,
ao contrário.
— Como não temos certeza de onde ela está, o mais adequado é esperar que
ela se comunique espontaneamente.
— Como, se ela está invisível a nós?
— Através de um médium. Ele é o canal por onde ela poderá comunicar-se.
— Como conseguir isso?
— Indo ao Centro Espírita. É lá que essas coisas ocorrem de maneira
adequada, com a devida proteção dos espíritos superiores e com bons resultados
para ambas as partes.
— Nesse caso, quando você for, quero ir também. Preciso saber a verdade.
Ouvindo essas palavras, Elisa resolveu interferir. Embora a conversa de
Amaro fosse sugestiva, ela sabia que estava correndo perigo. Jairo a advertira.
Aproximou-se de Amaro, concentrou-se para magnetizá-lo, ao mesmo tempo que lhe dizia:
— Você não vai levá-la a esse lugar. Não permitirei. Se tentar, eu e meus
amigos vamos reagir. Você não vai conseguir.
Amaro sentiu certo mal-estar, enquanto seu corpo arrepiava-se como se
estivesse com febre. Sem se impressionar, ele disse calmo:
— Amanhã à noite poderemos ir.
— Acha que vou conseguir?
— É provável. Tudo depende de como as coisas estão. Elisa, vendo-o
imperturbável, irritou-se e continuou a seu
lado enviando pensamentos fortes na tentativa de influenciá-lo.
— Isso não vai adiantar com ele.
Elisa olhou assustada o homem de meia-idade que se sentara calmamente no
banco traseiro do carro.
— Quem é você? Parece que já o vi em algum lugar.
— Sou o Amílcar. Já nos falamos uma vez, lembra-se?
— Vagamente. O que faz aqui?
— Sou amigo do Amaro. Trabalhamos juntos. Você está perdendo tempo. O
Amaro não vai se deixar envolver pelas suas energias. Está treinado para isso.
— Por isso, ele não estava me atendendo. Por que você veio? O que quer?
— Nada. Trabalho com ele. Sempre que alguém tenta fazer o que você fez,
eu sinto e me aproximo.
— Você é o magnetizador dele?
— Não. Sou o companheiro.
— Veio defendê-lo?
— Não. Ele sabe defender-se muito bem. Você nunca conseguiria perturbá-
lo, por mais que tentasse.
— Ele sentiu minha presença. Estremeceu, teve arrepios.
— Percebeu, mas isso não quer dizer que fez o que você quis. É diferente. Eu
vim só para conversar com você.
— Bem que me avisaram. Vocês chegam mansos, com essa conversinha e
vão
conseguindo nos dominar. Comigo não vai ser assim. Estou protegida.
— Você é livre para fazer o que quiser, mas terá que colher os resultados de
seus atos.
— Você fala como se eu estivesse fazendo alguma coisa errada. Não estou
fazendo nada de mal. Cuido da minha família, o que sempre foi minha
obrigação. Estou procurando ajudar os outros.
— Ajudar os outros não é fácil. Às vezes você pensa que está ajudando e está só complicando.
— Não é meu caso. Felizmente tenho amigos importantes e estou sendo bem orientada.
— Julgar, interferir na vida dos outros nunca deu bons resultados.
— Por quê ? Eu posso distinguir o bem do mal.
— Tem certeza? Quando você estava no mundo, fez o que achava melhor.
Pensou que estava fazendo bem. Pelos resultados, já deve ter percebido o quanto
estava enganada.
Pelo rosto de Elisa passou uma sombra de tristeza:
— Isso aconteceu, porque eu era muito ingênua e não sabia das coisas. Agora
não.
Estou aprendendo. Sou outra pessoa.
— Você é inteligente e poderia estar muito melhor do que está se houvesse
aceitado a proteção dos espíritos superiores. Ao invés de estar se envolvendo com
pessoas desconhecidas, e complicando sua vida, estaria em condições de ajudar
efetivamente sua família. Não é isso o que deseja?
— É. Mas eles não me deixaram fazer o que eu queria. Durante toda vida fui
dependente. Primeiro de Olívia, depois do Eugênio. Agora estou livre. Pela
primeira vez posso fazer o que tenho vontade. Você acha que eu concordaria em
voltar a ser dependente, fazer tudo que eles querem? Depois, não gostei da
conversa. Eles não culpavam o Eugênio pelo que ele fez. Senti-me injuriada. Fui
enganada, desrespeitada, ofendida. Tenho direito a tirar uma desforra.
— Se eu fosse você, esquecia isso e tratava de melhorar suas condições
espirituais.
Você ainda não recuperou nada da memória. Quando isso acontecer, pode vir
a arrepender-se amargamente de sua atitude de agora.
Elisa deu de ombros:
— Bem que Jairo me avisou que vocês tentariam convencer-me a deixar as
coisas como estão. Saiba que não vai conseguir. Não vou entrar na sua conversa.
Sei onde pretende chegar.
Amílcar sorriu levemente:
— Garanto que está perdendo uma boa chance de melhorar sua situação.
Faça como quiser, mas depois, quando estiver em dificuldade, não diga que não
lhe avisei.
— Isso nunca vai acontecer. Tenho amigos influentes e de grande poder.
— Não se iluda com as aparências. A verdade sempre aparece e a desilusão
é um preço amargo. Olívia vai ao Centro Espírita com Amaro. Por que não os acompanha?
— Eu?! De forma alguma. Bem que eu desconfiei, era isso que você queria
com toda essa história e essa fala mansa. Lá eu não piso. E tem mais, impedirei
Olívia de ir. Ela também não irá.
— Não gostaria de conversar com ela?
— Gostaria, mas não lá. Eu sei que vocês estão preparando uma armadilha. Eu seria louca se concordasse.
— Então reconhece que lá estarão espíritos de grande poder, aos quais você
não poderia resistir.
— Eles têm recursos que desconheço.
— Eles têm amor e conhecimento. É isso o que desejam lhe oferecer.
— Não creio. Depois estou muito bem como estou. Não preciso de nada. O
que eu gostaria era de voltar atrás e viver no mundo com minha família. Queria
que nada disso houvesse acontecido. Como é impossível, estou conformada. Só
me resta velar pelos meus filhos e obrigar o Eugênio a cumprir com suas
obrigações de pai.
— Você quer mais do que isso. Você não quer que ele refaça sua vida com
outra pessoa.
— Não quero mesmo. Meus filhos nunca terão uma madrasta.
— Poderia ser uma pessoa boa e cuidar bem deles. Eles necessitam de
atenção e de amor.
— Têm o pai e Olívia.
— Você está com ciúmes. Ainda gosta dele.
— Engana-se. Eu o amava muito, mas agora odeio. Depois do que me fez,
ele não tem o direito de ser feliz. Eu estou aqui, sofrendo por sua culpa, longe dos
meus filhos, sozinha, amargando o meu destino.
— A vingança é um sentimento perverso. Só faz mal. A vida faz tudo certo. O
que lhe aconteceu deve ter uma boa razão, mas que agora você não consegue
perceber. Não acuse ninguém pelos seus problemas. Cada um atrai para si as
experiências de que precisa para aprender a viver. Aceite o que lhe aconteceu e
tente descobrir como atraiu para si esta situação. Pense, medite, aceite e procure
melhorar seus conhecimentos, aprender a viver melhor. Se deseja deixar a
dependência e ser livre, comece por assumir completa responsabilidade pela sua
vida. Esse é o caminho adequado para reencontrar a serenidade e a alegria de
viver.
Enquanto Amílcar falava, uma luz branda saía de seu peito e envolvia Elisa
que baixou a cabeça tocada de funda emoção. De repente, ela sentiu uma
sensação de insegurança como uma criança que houvesse sido apanhada em
falta e não soubesse como proceder.
Lágrimas corriam pelas suas faces.
— Ah! Se eu pudesse voltar a ser feliz! — disse com tristeza.
— Você pode. Nós fomos criados para a felicidade. Se sofremos, é porque
nos desviamos do rumo adequado e nos perdemos nas ilusões. Enfrente
corajosamente seus problemas sem medo. Com a ajuda de Deus, encontrará o
que procura. Comece por acompanhar Olívia ao Centro. Verá que as coisas são
diferentes do que imagina.
De repente, Elisa ouviu a voz de Jairo chamando-a:
— Elisa, reaja! Não se deixe envolver. Saia já daí!
Ela estremeceu e deu um pulo para trás. Sentiu que Jairo a puxava com
força. No mesmo instante, viu-se em outro lugar e ele, indignado, fitando-a disse:
— Que estúpida! Entrou na dele com facilidade. Você é pior que uma
criança. Não pode andar sozinha por aí. Depois de tudo que lhe disse, como pôde
fazer isso?
Trêmula, Elisa não sabia o que responder. Ele prosseguiu:
— Fui avisado do perigo e fiquei o tempo todo tentando me comunicar com
você, mas foi inútil. Precisei largar tudo e vir correndo arrancá-la do domínio
deles. Se Sabino souber, não deixa mais você visitar sua família.
— Ele falava tantas coisas! Disse que vou me arrepender de não querer a
ajuda deles.
— E você ouviu! Que tola! Acho que vou ter que conversar com Sabino.
Senão, qualquer dia destes você vai se meter em apuros. Depois de tudo quanto
fizemos para ajudá-la. Devia se envergonhar. Meia dúzia de palavras e você
cede. Que confiança poderemos ter em você?
Envergonhada, Elisa não sabia o que dizer:
— Não precisa ficar zangado. Não vai acontecer de novo. Eu juro. Eu não ia
deixar vocês. Eu disse que não ia fazer o que ele queria.
— É, mas estava quase cedendo. Se não sou rápido, a esta hora talvez já
estivesse presa nas malhas deles. É isso o que quer?
— Deus me livre!
— Então, cuidado. Faça sempre o que eu disser. Em todo caso, levarei o fato
ao conhecimento de Sabino. Não posso facilitar.
— Não. Por favor... Ele pode me prender, proibir de sair de novo. Me dê mais
uma chance. Eu garanto que não vai se arrepender. Desta vez estou mais esperta.
Não vou me deixar envolver. Agora já sei como eles são perigosos.
Jairo suspirou e ficou pensativo por alguns instantes, depois disse:
— Se eu contar, ele vai mesmo deixar você presa por algum tempo. Não sei,
não. É
muita responsabilidade. E se você fraquejar de novo? Aí eu é que terei que
responder por isso. Sabino é muito bom, ajuda todo mundo, mas é justo. Não
permite falhas.
Quem fraquejar é punido. É a nossa lei.
— Não faça isso. Eu juro que não vou dar mais motivos para ser punida.
— Está bem. Como foi a primeira vez, passa. Você nunca tinha estado com
eles. Mas de agora em diante não terá perdão. Se fraquejar, contarei a Sabino.
— Obrigada, Jairo. Você é meu amigo mesmo. Pode crer que nunca mais
terá nenhum motivo para se aborrecer. E agora o que faremos com Olívia? Ela
parecia disposta a ir ao Centro com Amaro. Eu tentei influenciá-lo, mas ele resistiu. Não consegui senão incomodá-lo um pouco. Já que eu não posso, gostaria que você os impedisse de ir àquele lugar. Olívia está de boa fé, quer falar comigo.
— Se você não for lá, ela não vai conseguir nada.
— Você não vai cuidar de Amaro? Poderíamos chamar reforços e dominá-lo.
— Bem se vê que não conhece nada. Ele está sob proteção
dos seres da luz. Seria perigoso demais.
— Quer dizer que eles têm mais poder do que Sabino?
— Não se trata disso. Sabino prefere não interferir no trabalho deles. Uma guerra não seria proveitosa. O melhor é usar a astúcia e conseguir tudo com diplomacia. Isso é fácil, uma vez que eles não interferem na decisão das pessoas.
Eles falam, tentam convencer e esperam. Nunca obrigam. Só usam a força em casos extremos. E isso não nos convém. Quando eles percebem, nós já conseguimos tudo que queríamos.
Elisa riu satisfeita:
— Quer dizer que vocês são mais espertos.
— Somos. Aí está nossa força.
— Vou voltar e tentar convencer Olívia a não ir com Amaro.
— Por hoje chega. Você tem seu trabalho a fazer. Já esqueceu? Depois seria
perigoso.
Olívia vai ao Centro e se ficar impressionada e acreditar neles, amanhã você
pode colocar a dúvida em sua cabeça, fazendo-a pensar que tudo não passou de ilusão.
Assim, vai conseguir muito mais do que se expor ao perigo.
Elisa concordou satisfeita. Realmente, Jairo sabia das coisas. Fazendo o que
ele dizia, tudo sairia como eles queriam. Disposta a obedecer, Elisa acompanhou o amigo com entusiasmo.

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