Hoje está quente , o feriado promete. Preciso ir à praia colocar os pés na água
Ficar em casa, nunca muda.
O que piorou? Tudo!
Faz mais de três meses estou na automutilação na cabeça, uso agora o alicate de unhas corto aos poucos o couro cabeludo , dói um pouco e sai o sangue.
Não é visível aos olhos de ninguém.
Agora vou tentar esconder das pessoas que me rodeiam.
Como tem o ditado " O que os olhos não vêem o coração não sente e o preconceito acaba.
Hoje me cortei muito, a cabeça está toda dolorida e claro as unhas do mesmo jeito.
Eu não sei o que acontece comigo.
Mas a dor volta do nada. Voltei ser dona de casa, trabalhar fora e pedir ajuda aos filhos, para arrumar a cozinha.
E mesmo quando volto se tem qualquer coisa suja na pia, pronto. É o que preciso para lavar tudo e começar a me machucar.
Não é legal, meu filho mais novo está percebendo e tentando me tirar do fundo do poço.
Como está complicado entender o que eu sinto, o que eu quero e preciso.
Eu sei que eu preciso de muita ajuda psiquiatra.
Falta pouco para eu passar ao médico.
E mesmo com tudo isso estou tentando aos poucos sair das sombras, parar de sentir essa dor. Não pensem que isso é frescura , não é, tentar tirar a própria vida com a faca por duas vezes também não é chamar atenção, e nem estou me achando a coitadinha.
Simplesmente eu sinto uma dor não explicável e insuportável.
Mas amanhã já é outro dia.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sangrando aos poucos
Kurgu OlmayanHistória baseada em fatos e ficção. Automutilação tem de várias formas, e como lidar com esse problema é o que Eu estou tentando descobrir. Temos um lado negro, mas e quando esse lado negro é imposto a você? O quê você faria realmente? Cai numa esc...