Esta noite tive uma febre bem forte, não entendia porque eu estava daquele jeito, eu não tinha nada, só febre. Lembro-me que uma vez minha avó havia comentado comigo que teve febre uma vez por saudades de um garoto que ela amou na sua adolescência. Pensei que isso não existia, mas vi que sim, era uma saudade tão forte de Morena que me fazia tremer de frio de tanta febre, febre de saudade.
Dói, a saudade dói e dói mais ainda sentir que não se pode fazer mais nada, que já foram gastas todas "as fichas" no cassino do amor, que todos os meios de provar que eu a amo já foram usadas, todas juras de amor, todas loucuras cabíveis e só dói ficar aqui sem saber o que fazer.
* * *
Eu estava escutando uma música nova de Pablo Alborán estes dias e parecia que aquela letra me descrevia, fiquei em prantos, coloquei a música no último volume e fiquei ali, ouvindo-a. Passou um filme pela minha cabeça, como se aquela música quisesse atacar cada átomo do meu corpo, trazer cada lembrança à tona.
"En Saturno viven los hijos que nunca tuvimos, en Plutón aún se oyen gritos de amor. Y en la Luna gritan a solas tu voz y mi voz pidiendo perdón, cosa que nunca pudimos hacer"("Em Saturno vivem os filhos que nunca tivemos, em Plutão ainda se ouvem gritos de amor. E na Lua gritam a sós tua y minha voz, pedindo perdão, coisa que nunca fizemos")
Cada palavra era como uma faca no coração, como se falasse a realidade e o sentimento de derrota que vinha à tona, as lágrimas que escapavam dos meus olhos a cada estrofe, fazendo-me sentir com força cada coisa citada naquela canção.
A vontade de sair correndo ao encontro de Morena era tão grande que não cabia em mim. Com os olhos inchados, caminhei sem rumo ate a beira do rio da minha cidade e fiquei ali em pela madrugada, olhando o curso da água. Me deitei na grama para olhar as estrelas, me lembrei que uma vez eu disse a ela:
- Quando sentir saudade de mim, olha para o céu, olha para as estrelas e eu estarei te cuidando de onde estiver.
Quem precisava de cuidados desta vez era eu...
Fiquei olhando fixamente para as estrelas e senti como se alguém me abraçasse, foi inexplicável, foi como se ela cuidasse de mim mesmo de longe...
Voltei para casa com a certeza de que de onde estivermos, mesmo distantes, um sempre cuidará do outro.
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O infinito começa com N 🌹
RomansaA história gira em torno de um garoto trans que se apaixona pela mulher de sua vida, essa em questão, o proporciona uma história linda, narrada por ele. Morena é a garota com quem Pedro vive uma história intensa e única, que lhe proporciona picos de...