O nosso infinito particular

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E os anos se passam, o tempo voa, sempre imaginei meu futuro ao lado de Morena. Seria mais ou menos assim: Eu, um velho chato, resmungão, que ficaria lendo todo dia alguma estrofe de um livro de poesias. A convidaria para viajar para algum lugar que ela gostasse, por exemplo no exterior, e lá faria alguma surpresa bem legal, como por exemplo cantaria alguma música que marcou nossa vida, relembraria alguns momentos bons e difíceis(de superação) que vivemos, eu começaria a chorar, claro(porque sou "uma manteiga derretida"), logo em seguida a levaria para jantar em algum lugar bem lindo com vista para uma paisagem inesquecível. No dia seguinte, pela manhã, a convidaria para um piquenique perto de uma cachoeira e a presentearia com um lindo buquê de rosas vermelhas. A daria um beijo na testa e olhando em seus olhos diria: "Obrigado por sempre estar aqui, por ser meu infinito".

Essas cenas se reproduzem na minha mente e me fazem lembrar que a vida é tão curta e o tempo tão ligeiro. Num piscar de olhos já se passaram 20 anos, já se aparecem as marcas do tempo na alma e no corpo. Quando se vê já é tarde demais para começar a escrever aquele livro que tanto adiou, porque já não importa mais falar sobre poesia, os tempos são outros, os poetas se foram e as rosas são esquecidas no jardim ou arrancadas para o "bem me quer, mal me quer", o seu valor já não é o mesmo e o valor do alguém que tanto te quis bem só está exposto em fotografias e cartas espalhadas pela sala de estar, porque o tempo a levou com a sua regra da tal "morte".

Por isso prefiro curtir ao máximo o hoje e nunca me arrependo de ter escrito um capítulo mais intenso e direto no meu livro, ou ter tentado mais um pouco para conseguir realizar meus sonhos e objetivos, não, porque sou passageiro, só estou nesta vida de visita como todos. Então para que alimentar o orgulho, o medo ou esconder o que sente? Não valerá a pena, só trará um arrependimento no futuro.

Contudo, meu buquê de rosas vermelhas representaria o amor, o sangue(a dor), o caos, as guerras travadas em nossas vidas, os obstáculos e nossas superações.

Cada rosa uma alegria, cada espinho uma superação, um obstáculo enfrentado e o laço de fita envolto no buquê seria a representação de que o conjunto se forma nós, que nós juntos somos fortes e juntos somos o infinito, o nosso infinito particular.

O infinito começa com N 🌹Onde histórias criam vida. Descubra agora