Capítulo 9 • Sapatilha Assassina

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Já haviam se passado dois dias desde a morte de Pam, e Sam e Vic estavam sozinhos num motel em Colorado. Eles estavam sentados no sofá colados um no outro, no fim da tarde, com a cabeça de Vitoria repousando no ombro do mais velho. Ambos estavam assistindo a um filme na televisão, com o braço de Sam envolvendo o corpo da morena, enquanto enrolava algumas mechas do seu cabelo cacheado.

— Sam, posso te fazer uma pergunta? — Questionou Vitoria, um pouco séria.

— Além dessa, você quer dizer? — Retrucou Sam, brincando.

—Promete que não vai mentir pra mim?

— Prometo.

— Eu não quero me fazer de curiosa, na verdade é por preocupação mesmo... — O começo de sua frase já preocupou Sam. — O que Pam disse a você antes de falecer?

Sam levou um choque, pego completamente desprevenido com a pergunta. Ele não sabia o que responder, deixando apenas o silêncio responder por um tempo.

— Sammy, você prometeu...

Ele suspirou profundamente, fechando suas pálpebras. Mesmo após abrir os olhos, eles pareciam perdidos, necessitados de qualquer orientação. Era como um garoto indefeso e exposto, completamente vulnerável, tão cabisbaixo.

— Era sobre os meus poderes psíquicos. Eu juro, eu não vou fazer o que ela havia dito sobre mim, eu juro que não vou machucar ninguém. — Seus olhos marejaram, mas Sam tentava segurar as lágrimas a todo custo. — Por favor, não fique com medo, eu só...

— Tudo bem, Sam. Se não quiser falar sobre isso, eu entendo. Me perdoe por tocar nesse assunto.

O moreno a encarou com os olhos transbordando, agradecendo sem palavras, e ao mesmo tempo com mais de mil em seu olhar.

— Eu te amo tanto. — Disse ele, abraçando-a. — Por favor, nunca vá embora. Por favor.

Vitoria sorriu, fechando seus olhos e acariciando o cabelo de Sam, que libertou o pranto ao unir seu corpo com o da menor.

— Não sei como você consegue pensar em coisas tão... impossíveis. Eu vou sempre estar do seu lado, não importa quando, não importa onde, não importa o que estiver acontecendo. Sempre vai poder contar comigo.

Eles desfizeram o contato, e Vitoria notou a expressão ainda envergonhada e caída de Sam, o que a fez suspirar. Ela colocou ambas as mãos na face do mais alto, a acariciando e sorrindo, o que lhe fez chamar atenção e olhar para seu rosto, ainda chorando. Ela limpou suas lágrimas e o beijou, deitando novamente em seu ombro, e ele, fazendo o mesmo sobre a cabeça da morena, pôde finalmente ficar mais em paz, apesar de ter a ciência de que ele nunca deixaria cem por cento de se sentir culpado.

• • •

— Já decidiu o que vai pedir? —  Dean perguntou à Lais segurando um dos cardápios em suas mãos, ainda indeciso sobre seu pedido.

— Acho que sim. — Respondeu ela, conferindo os pratos disponíveis na folha. A morena continuou: — Acho que vou querer um macarrão de queijo parmesão queimado e de sobremesa um Petit Gateau de chocolate.

Dean arregalou seus olhos, surpreso com a rápida decisão da mulher, que se encontrava sorrindo diante da reação dele. Para disfarçar tal admiração, o loiro deu um sorriso de lado, olhando para baixo. Chamou um garçom fazendo um gest e o funcionário se aproximou da mesa educadamente.

— O que os senhores vão querer? — Indagou o garçom, com um simpático sorriso brincando em seus lábios enquanto segurava um simples bloco de notas.

Anjos Não Amam;; [em revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora