Capítulo 10 • Colares e Hormônios

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— Vocês se lembram de quando éramos pequenos? — Questionou Vitoria a Sam e Dean, recordando sua infância.

— Para você, eu deveria dizer se me lembro de ontem? — O mais velho brincou com a altura da menina, recebendo um gesto mal-criado com a língua em troca.

— Falando sério, era muito bom. — Afirmou ela, sorrindo.

— Era mesmo. — Concordou Sam.

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f l a s h b a c k

(1996 — Dean estava com 17 anos e Sam e Vitoria com 13)

— Hoje a aula foi tão chata! — resmungou Vitoria, revirando os olhos.

— Qual? — perguntou Sam, segurando as alças de sua mochila.

Os dois estavam caminhando até uma árvore, onde costumavam ficar sentados conversando antes e depois da aula.

— A de artes, claro. — Ela disse em tom de desprezo, enrolando um cacho seu.

— Ah, estava mesmo...

— Hey, Sam! — Ela chamou sua atenção, já chegando perto da árvore e sentando ao lado do garoto, ambos retirando as mochilas das costas.

— Sim? — O mais velho a encarou.

— Você acha que o Matt gosta de mim? — Vitoria abriu um sorriso miúdo e envergonhado.

— Não sei, não converso com aquele babaca. — Ele deu de ombros, desviando o olhar.

Pega de surpresa com as palavras rudes de Sam, ela se manteve em silêncio durante algum tempo, até o romper com uma gargalhada alta.

— Do que você está rindo? — O moreno franziu o cenho, tentando disfarçar o ciúme e a adoração pela risada da menor.

— Nada, eu só acho engraçado você e seus apelidos.

— Ah, tá.

— Você está meio estranho hoje, o que aconteceu? — Ela inclinou a cabeça para o lado, indicando curiosidade, e se aproximou mais do melhor amigo.

— Nada — recuou, deglutindo em seco.

— Quem nada é tubarão, Sam. Vai, pode contar. Sou sua melhor amiga, não sou? — Vitoria ergueu as sobrancelhas e deitou a cabeça nas pernas de Sam subitamente, o assustando.

— É...

— Então! Pode falar qualquer coisa para mim, sempre vou estar te ouvindo. Eu conto todos os meus segredos para você, e você sabe disso!

— Eu não sei, não... — Ele suspirou, observando o local a fim de disfarçar a bagunça que estava seus sentimentos e o quão rápido estava seu coração, apesar de sua amiga sempre ser íntima e próxima dele.

— Ah, Sam, por favor! Eu sempre te conto tudo! Você... não confia mais em mim? — Vitoria usou seu truque e fez uma cara triste, sabendo que ele não resistiria.

Ele rapidamente a encarou e gesticulou, desesperado.

— Não, claro que sim! É claro que confio em você!

— Então pode desabafar, meu Sammyzinho.

— Ah, é que meu pai está decepcionado comigo... Você sabe, só porque não consegui atirar no lobisomem.

— Mas isso é normal — apontou ela, juntando as sobrancelhas.

— Não para o meu pai. — O garoto suspirou. — Aquele monstro poderia ter matado meu irmão se meu pai não tirasse a arma da minha mão e atirasse. Tanto que Dean nem veio hoje para escola, está todo arranhado.

Anjos Não Amam;; [em revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora