Malloc

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Segundos após fechar os olhos e dormir, Max foi atingido por uma enxurrada de imagens que até ele mesmo não conhecia. Ele, agora, estava dentro de uma mata. A lua na fase cheia. Havia várias casas de pedra conectadas umas às outras, sobre um terreno nitidamente modelado como escadinhas. Várias pessoas percorriam os becos do topo dessa montanha, como se estivessem fugindo de algo. Algo iluminado e com tom de vermelho. Fogo estava se alastrando por todo o território. Homens e mulheres cobertos por peles fugiam, esperneavam, na esperança de que houvesse uma salvação. Uma mulher foi pega por um ser diferente dos do resto da tribo. Um ser como...

- Boa Tinus, Max Qlembarrr...

Uma voz abafada acionou a audição do Qlember que aos poucos foi antenando o resto dos sentidos do jovem E-xen que já era momento de despertar. O sonho de Max ia se desfazendo conforme seus olhos abriam e a claridade atravessava as íris humanas. Finalmente, como resposta, um novo tipo de imagem substituía as do sonho. Os olhos lacrimejando com a claridade, a visão embaçada foi formando um ser categórico e sorridente. Quando a imagem ficou cem por cento, Max levou um susto. Levantou-se rápido do chão da sala, aloprado.

- Clopen! – Assustou-se. – Eu... Eu... Eu não sabia que essa era sua sala.

- Não precisa me dar explicações, Qlembarrr. Confio em tudo aquilo que a S.O.L.A.R. administra. Inclusive o M.S.E. – Respondeu Clopen sem deixar de exibir seus dentes mal tratados.

- Eu tinha... Eu tinha...

- Já disse que não precisa se explicar. Já sei que deve ter entrado aqui por engano, achando que fosse o globo-moradia do gabinete de Richard Gholdfield. – Clopen disse em tom sarcástico. – Agora, pode ir... Antes que os funcionários desconfiem de você... Aliás, para sair daqui, é só tocar na maçaneta da porta de entrada.

Max dirigiu-se até a porta fechada que havia num dos cantos da sala.

- Ah! E mais uma coisa, Qlembarrr! – Sibilou Clopen. Max olhou para ele previamente de tocar na maçaneta. – Nunca deixe de respirar.

Max tocou na maçaneta, ainda estranhando muito Clopen. Rapidamente, seu corpo foi transferido de volta ao salão central da S.O.L.A.R. Um disco de transporte próximo de onde seu corpo aparecera o deixou estacionado no salão. Max dirigiu-se ao globo-moradia do andar subterrâneo. De volta ao setor do M.S.E., correu apressado até o Salão dos Quartos. Local onde Exilei e Sscot já caminhavam aflitos ao redor da mesa degustadora sem notícias do primo.

- Max! Até que enfim! – Disparou Exilei, mais aliviada ao ver o primo. – Achávamos que você tinha sido pego por alguém!

- Se você não tivesse chegado até a metade da oscilação de Tinus, íamos avisar Dr. X.

- Mas não visaram, avisaram?! – Max temeu que houvessem feito o que Sscot dissera.

- Não. – Respondeu Exilei.

- Ótimo, porque eu preciso contar a vocês o que eu ouvi ontem. – Max mais ansioso do que os próprios primos.

- Famílias Ocultadas?! – Estranhou Exilei, minutos após ela e Sscot ouvirem os relatos do outro Qlember. – Bem... Sabemos que muitos dos seres de TriÚni que regem Qlembernárium adotam o sobrenome... Mas ainda assim é o nosso parentesco também!... Será que são... Nós?!

- Eu não sei. O nome da Organização das Nações do Universo tava na folha, o que mostra que eles podem ter discutido isso na reunião de ontem. – Respondeu o magnetizador de fogo – E vocês não sabem da maior... Ouvi esse tal de Malloc discutindo com Richard sobre a profecia de Veridian. Que falta muito pouco pra que ela chegue a seu ápice.

M.S.E. Series - A Nova Era, Os Guerreiros de TriÚni, O Segredo de VeridianOnde histórias criam vida. Descubra agora