M.S.E. Series - A Nova Era, Os Guerreiros de TriÚni, O Segredo de Veridian

O Mistério Revelado

Na manhã seguinte, Max acordou com a cabeça ainda latejando um pouco. Seus tímpanos ainda chiavam o zumbido do motor do ônibus espacial da noite passada. Agora, o garoto mais Human-E-xen dos E-xens havia substituído seu campo de antigravidade e língua de banho por cama, colchão, e edredom que não limpava. A família dos Qlembers não morava mais numa casa. Desde que aquele incêndio dois anos atrás, a invasão dos Z-xens, arriscou a vida do filho, o casal John e Muriell resolveu trocá-la por um apartamento bem longe do bairro. Um local onde pelo menos Z-xens e seres argilosos de outros planetas não achassem Max tão facilmente. Resultado: Max e os pais foram parar num apartamentozinho no outro extremo da avenida que corta Deep Step ao meio. Era um lugar ótimo para morar, contando com uma vista privilegiada e sendo mais próximo ainda do trabalho dos pais. O casal podia dormir uns minutinhos a mais, nos dias de semana. Em contrapartida, o filho Qlember Jordano teria de usar o ônibus municipal para chegar a St. Notre Dame que ficara ainda mais distante. Rotina essa que demoraria mais alguns anos para que pudesse ser mudada. St. Notre Dame continuava como o local onde Max Qlember estudava enquanto não houvesse Z-xens invadindo museus ou estabelecimentos no geral, atormentando humanos, ou farejando as pedras mais valiosas do universo conhecido escondidas em alguma região da própria Terra.

O celular do Qlember despertou no baú acoplado à cabeceira da cama. Max, sem abrir os olhos direito, desativou-o. Eram seis da manhã. O ônibus municipal chegaria as sete na parada próxima ao prédio. Ele levantou, tomou banho, se arrumou, preparou um café com leite, frutas e pão com margarina. Comeu rápido. Os pais de Max se levantavam quando o garoto abria a porta de entrada do apartamento. O Qlember ajeitou a mochila nas costas e chispou.

Na parada, o ônibus que Max pegaria não demorou muito a aparecer. No que ele pegou o ônibus, percorreu a avenida de Deep Step até o décimo primeiro quarteirão. O quarteirão da escola. Max desceu na parada em frente ao St. Notre Dame e atravessou a rua de duas vias para enfim ser acalorado pelos porteiros que só o permitiriam sair da escola no meio-dia. Os porteiros de Notre Dame deram um oi franzido a Max e o mesmo correspondeu com um que quase não saiu direito. Max caminhou pelos corredores extensos até a sala 1202. Quando entrou, a sala já estava cheia de gente. Foi quando uma voz conhecida por ele o fez parar e olhar pra trás.

- Max!... Que surpresa!... Devem ter sido férias e tanto pra você ter saído cinco dias antes de terminar as aulas. Como foi ficar um mês inteiro no Pantanal? – Uma garota de cabelos cacheados e com um tom de pele pardo um tanto empalidecido acalorou Max num abraço inesperado. O encantamento, no entanto, logo foi se perdendo. Principalmente na medida em que a jovem ia falando e mostrando que era apenas...

- Brunette!... Puxa. Foi... Hum... Foi... Legal. – Max com jeito de que estivesse tentando achar algum meio de escapar daquele assunto.

- Legal?!... Tem mesmo certeza de que foi pro Pantanal do Brasil? – Brunette perguntou. Ficara desconfiada com a feição do Qlember.

- Não!... Claro que tenho certeza de que fui pro Pantanal. Os alagados... As matas... As cobras do tamanho de um bonde! Você tinha que ver! Parecia que estávamos participando duma sequência do filme da cobra gigante assassina. Eu só... Não tive tempo de pensar sobre se foi bom ou não... Bem... Foi bem legal... Mas, e você?... Como passou as férias? – Max foi se encaminhando pra uma das carteiras vagas no outro canto da sala. Brunette o acompanhou.

- A mesma coisa de sempre. Visitar os avós. Vovó Aster ganhou um computador novo dos meus tios e, sabe como é... Nós netos temos que ficar ensinando a eles como se mexe... Pensassem nisso antes de dar o computador... Mas foi legal também. – Ela disse. – A propósito... Já viu o novo trabalho de história que o professor deixou pra fazermos no sistema acadêmico?