Três dias se passaram após o ataque de Shot no centro de Deep Step. Nada mais estava dando problemas para o Qlember, embora já tivesse avisado o primo Sscot que voltaria mais cedo à Platinum e ficaria de molho por lá até o primeiro jogo de Biobaladxket, o campeonato tão esperado. Os dois primeiros dias seguintes à corrida e saltos pelos arranha-céus do centro foram vapti-vupti, com o tanto que Max obrigou-se a pensar em relação aos testes e trabalhos do término do semestre escolar. Seus colegas nem suspeitaram de nada quando viram alguns cortes na camiseta do uniforme e sentiram o aroma enjoativo de menta no moletom do Qlember e trazido do tonel de lixo orgânico sobre o qual caíra.
As aulas longas também iam tão normais quanto os colegas e professores da escola. Em meio aos estudos, Max teve dois cafés da manhã formidáveis. Muriell ainda experimentou as sobras de geleia de Cocotale trazida do sistema TriÚni pelo filho e quase espinafrou tudo pra fora após a terceira colherada. O paladar humano de Muriell não era acostumado com aquele nível de acidez, e muito menos seu estômago que pareceu ter sido atingido por uma baldada de soda caustica. Tudo foi excepcionalmente tranquilo na rotina dos Qlembers, com exceção do antepenúltimo dia de ano letivo, quando as coisas voltaram a ficar inesperadamente agitadas.
Max, como sempre, desejara um boa noite à sua mãe, fechara a porta de seu quarto e literalmente capotara na cama. Naquela bendita noite, Muriell também não se esquivou de dormir cedo. Mania que tinha quando alguma coisa alimentícia revirava o estômago. De acordo com os nutricionistas E-xens da S.O.L.A.R., a geleia de Cocotale ainda continha um tipo de açúcar ausente no planeta dos humanos e consequentemente desconhecido do sistema digestório do pessoal: a Potrinóse.
Mas quando apagou a luz do cômodo, o jovem Human-E-xen regido por Sagitário na Terra percebeu pela fresta debaixo da porta do quarto que a luz da sala ainda estava ligada. Foi lá, então, apagá-la. Chegando no cômodo, a fresta da janela engolindo a brisa fresquinha vinda de fora. Preferiu, não vendo um problemão com isso, deixar a janela daquele jeito. Durante os anos de vida convivendo com os pais, Max puxara um pouco do pavor a ácaros e bactérias da mãe. Cômodo ventilado, cômodo saudável, um dos principais provérbios da mãe do garoto.
Os meteorologistas da TV local previam mais camadas de ar polares nos próximos meses que antecediam o verão. A cama onde Max dormia, empilhada de cobertores, da mesma forma como estivera no início do semestre. A porta do corredor era mais chata quando o vento conseguia se infiltrar dentro do apartamento, cruzar o corredor dos quartos e fazê-la ranger bastante. Perturbava até os vizinhos de cima. Sorte dos Qlembers Jordanos de que o vizinho louco do andar de cima costumava ter turnos de trabalho só depois das vinte e duas horas.
Ali pela uma da manhã, mãe e filho no flat já alcançavam o segundo sono. Nada zumbia. O vento soprava comportado. O relógio da cozinha badalava o ponteiro fracamente por causa da pilha bem usada. Um montinho de terra vindo da brisa puxada pela janela da sala ia se acumulando próximo a um dos sofás. Meia hora depois, os vidros já batiam com mais intensidade. O mesmo punhado de terra trazido para dentro tornou a se concentrar mais e em poucos minutos chegou ao seu ápice. Foi subindo, agitou-se feito um tornadinho e veio a formar uma cabeça, par de braços sustentando mãos frias abrigadas por luvas até a metade dos dedos, pernas finas, e um abdômen e quadril vestindo maltrapilhas de roupas advindas do planeta mais fechado de TriÚni Litrum. Esperando o momento certo para dar o bote, o Z-xen imitou um lagarto com os olhos fixados no chão. Após um tempo, seus primeiros passos fizeram pressão sobre o assoalho do cômodo. Max abriu os olhos depressa. Alguma coisa o despertara, e não era Muriell que agora roncava feito um trator no quarto ao lado.
O jovem levantou devagar, evitando o mínimo de barulho, e foi até o roupeiro. Abriu-o. A Crof estacionada ao lado de suas roupas caídas dos cabides. A lâmina do armamento logo perdeu o fio na região em que o Qlember a pegou. Max abriu a porta do quarto. Apesar da escuridão, sala e corredor bem iluminados pelos postes da rua e a lua. Max caminhou apreensivo. A sala no mesmo estado de antes de dormir. Max ficou um tempo estudando o ambiente. Após um tempo, as suspeitas acabaram caindo sobre uma das cortinas com uma sombra menos proporcional a da outra em relação a claridade. Max aproximou-se dela. No instante em que a tocou, puxou-a para o lado. Lá estava! O Z-xen e Max acavalaram suas expadas um contra o outro.
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M.S.E. Series - A Nova Era, Os Guerreiros de TriÚni, O Segredo de Veridian
Teen FictionNovos surpresas e mistérios aguardam o novo trio de Guerreiros Influenciáveis de TriÚni nessa sequência da trilogia "M.S.E.". Um novo legado é anunciado, e Max, Sscot, e Exilei precisam combatê-lo ao mesmo tempo em que as traições na Organização pes...