TOBIAS
Duas semanas se passaram e não contaram nada a garota. Aquela situação já estava começando a me irritar e tive que me afastar o máximo para não ter nenhuma transformação perto dela. Conversei com Perséfone e ela concordou de tentar distraí-la enquanto resolvia alguns assuntos pendentes antes de dedicar meu tempo completamente a ela, já que eu não ia ter mais vida enquanto tivesse conosco. Fiz meu papel e perguntava se precisava ir a algum lugar, para meu alívio nenhuma resposta foi positiva. Meu pai não concordava com minha atitude porém nessa altura eu precisava realmente esfriar a cabeça pelo menos enquanto não contavam a verdade.
– Quando vão dizer a ela? – Perguntei ao meu pai antes da reunião com a alcateia.
– Perséfone está cumprindo um papel que era seu de deixar ela ler o livro e ter curiosidade sobre o assunto. Mas até agora não obteve muito sucesso. – Suspirou.
– Pai, não dá pra esconder isso dela. Ela vai acabar desconfiando de alguma coisa ou ver alguém transformado entrar em pânico e vai ser muito pior.
– Eu sei disso. Preciso colher mais informações e tentar dá um tempo para o luto dela.
– Tempo? Duas semanas já foi o suficiente. Ganhei bem menos quando minha mãe morreu. – Disse irônico.
– Ela foi criada como uma humana, o tempo é maior.
– Não deixo de ser humano, ou pelo menos ter os mesmos sentimentos.
– Chega desse assunto! – Bufou – Sua irmã daqui a pouco está indo viajar e você tem que aceitar cuidar dela.
– A tal missão misteriosa que só Perséfone pode resolver. – Revirei os olhos – No mínimo deveria me dizer o que é.
– Você saberá em breve.
Fomos interrompidos por Diego – o beta –, sua cara não estava das melhores.
–Pedi para o Roberto e Marcelo verificarem a câmera de segurança em um quarteirão próximo da casa de Ariel e adivinhem só quem estava na câmera? – Ele colocou as fotos sobre a mesa e apontou - Dois vampiros. Fiz algumas pesquisas e o covil fica meia hora da casa de Ariel e não houve nenhuma reclamação de ataque nas redondezas, acredito que possam ser eles quem matou os pais dela.
– E quem manda no covil? O chefe deles? – Meu pai perguntou.
– Pedi para pesquisarem quem foi, até agora não obtivemos sucesso, o crápula se esconde muito bem. Durante esses dias fiquei próximo da casa dos Reed e só a polícia estava por perto. Até então só temos essa pista.
–Ninguém deixou algum rastro, um cheiro de vampiro para confirmar se realmente foi um? – Foi minha vez de falar.
– Até então fora da casa eles não deixaram nenhum cheiro. Dentro da casa é impossível de entrar enquanto os policias estiverem por lá. Se realmente for eles, o que é quase certo, esconderam tudo muito bem. Danielle disse que eles são o covil mais organizado e meticuloso da região, por isso o chefe não foi descoberto e por conta do tratado entre nós nunca foi preciso ficar na cola deles.
– Temos que falar com o Nicolau, os feiticeiros sabendo disso podem ajudar já que Ariel é um deles. – Citei o feiticeiro mais poderoso e responsável pelo estado.
– Ele é um cara muito poderoso e pode querer levar Ariel. – Meu pai respondeu.
– E isso não seria bom? Menos uma responsabilidade com alguém que nem lobo é. – Disse trincando os dentes.
– Olívia foi bem clara que nossa alcateia tem que protegê-la e com certeza tem um porquê. Só temos que descobrir.
– Em relação a contar ao Nicolau eu concordo – Diego disse – Ele é o responsável da cidade e deve saber que a garota da profecia está conosco. Quem sabe ele tenha alguma solução e veja vantagem de ajudá-la.
– Ajudar a investigar? Temos lobos o bastante para isso. – Meu pai respondeu não gostando muito do ponto de vista meu e do Diego.
– Ela vai precisar se proteger também. – Eu disse – E com certeza Olívia iria querer que aprendesse dominar a magia. Nicolau poderia ensiná-la, além de usar o feiticeiro para localizar quem matou os Reed.
– É, vendo por esse lado eu concordo com vocês. – Meu pai se deu por vencido. - Diego tente localizar Nicolau e marque uma reunião com ele. Tobias sua irmã vai viajar hoje e preciso que fique tempo integral com Ariel e infelizmente não vai poder ajudar na investigação.
– Mas... - Tentei debater.
– Sem mais!
Perséfone entrou sem bater com os olhos arregalados.
– A garota sumiu!
– O que?! Tem certeza? – Meu pai ficou surpreso mas disfarçou seu semblante imediatamente.
– Sim. Procurei ela em toda parte e o carro dela também não está na garagem. – Ela olhou em seu celular – Eu preciso ir, meu voo partirá daqui a pouco e estou atrasada.
– Ela não fez nenhum comentário que possa ajudar a saber onde ela está? – Eu disse começando a ficar nervoso.
– Sim... ela comentou que iria ter uma festa do escola que estudava, recebeu até a mensagem do melhor amigo.
– Ótimo. Eu vou levar você ao aeroporto, Diego cancele a reunião e procure ela pelo bairro e Tobias vá até a escola. – Meu pai começou a anotar o endereço e entregou para mim. Eu não gostei muito da ideia porém eu estava responsável pela garota. – Tá olhando o que? Pode ir.
Saí correndo em direção ao meu carro. Sabia que Ariel iria dá problemas mais cedo ou mais tarde. Para que ela fugiria sabendo que eu poderia acompanhá-la? Me ofereci mil vezes para isso apesar de eu não querer. Será que alguém atraiu ela até lá para fazer algum mal? Peguei meu carro e comecei a dirigir o mais rápido que pude antes que seja tarde demais.
– Lá vai eu ser algum tipo de super herói. – Revirei os olhos com meu próprio pensamento.
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Vigésimo Quinto
Mystery / ThrillerAriel é uma menina nos seus dezessete anos que foi criada com uma vida normal. Quando seus pais foram assassinados brutalmente, descobre que veio de uma linhagem de feiticeiros muito poderosa que sua falecida mãe tentou esconder. Ela fica sob os cui...