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TOBIAS

Estacionei a lata velha e vi Nicolau saindo em seguida. Olhei na área superior e pude avistar Ariel indo até seu (nosso) quarto. Não sei o porque mas acabei sorrindo com esse pensamento.

Tenho que amostrá-la a foto do pilantra para ver se reconhece.

Segui até o escritório do meu pai, quando abri não o avistei. Fui até a sala superior nos fundos da casa onde toda a alcateia fazem as reuniões e consegui achá-lo porém ele não estava sozinho. Diego estava presente e para minha surpresa Natasha se encontrava ao lado dele.

Natasha é uma detetive de uma organização. Meu pai ajudou a família dela que se meteu em uma encrenca com alguns agiotas. No fim a família se tornou próxima da minha e acabamos passando a adolescência inteiras juntos com algumas aventuras. Começamos a ter um relacionamento íntimo pouco tempo depois, mas nada sério, até ela fazer faculdade e estar nessa vida de investigação. Tivemos alguns encontros nesse período porém ela andava muito ocupada e não a via a muito tempo.

Meu pai junto com Perséfone brincavam comigo dizendo que talvez ela seria minha companheira. Sinceramente, odiava quando eles diziam isso. Eu tinha um carinho imenso por ela por termos crescido juntos e apesar de termos alguns momentos eu nunca consegui sentir nada além de desejo carnal.

Ela de fato ainda estava mais linda. Seu cabelos loiros estavam mais cumpridos, seus olhos azuis sustentavam um olhar firme, decidido e corajoso diferente da boba apaixonada que acompanhei ao longo dos anos. Seu corpo teve certas mudanças e sua maçã do rosto estava mais rosada além de suas sardas darem um detalhe único. Quando ela descobriu sobre nós ficou com um certo medo porém logo aceitou a ideia um tempo depois.

Ao me ver me deu um sorriso discreto segurando em suas mãos diversas pastas e envelopes.

 – Natasha... – Comecei a dizer – O que está fazendo aqui?

Ela abriu a boca para responder quando meu pai interrompeu.

– Liguei para ela alguns dias atrás explicando o caso da Ariel e pedi para pegar alguns arquivos da polícia dos quais a Danielle não conseguiu. Por fim, ela obteve sucesso e Diego avisou que descobriu algo na cidade e decidimos esperar você para saber se é relevante com o que Natasha trouxe.

 – Tomara que eu não perca meu emprego por isso – Ela se pronunciou – Quanto tempo, Tobias.

– É, faz tempo. – Foi o que disse tentando soar indiferente apesar da minha reação a poucos minutos atrás.

 – O que encontrou, afinal?– Diego disse.

 – Eu vi o líder dos vampiros sentando em um banco na calçada da rua lendo seu jornal tranquilamente a pouca distância da escola de Ariel. É muito estranho ele ter toda essa audácia e estar tão exposto assim. Acredito que o torne o suspeito principal por ter dois vampiros na gravação ao derredor da casa dos Reed no dia que foram assassinados e não teria motivo nenhum para ele estar na cidade. – Amostrei para todos os presentes as fotos que eu tirei na tela do celular.

Meu pai ouviu atentamente e vi seu semblante impressionado.  Diego ergueu as sobrancelhas e retirou seu telefone do bolso e começou a fazer algumas ligações se afastando dali.

 – Esse não é só um líder qualquer. Ele é um dos vampiros mais velhos, forte e considero o mais inteligente. O cara é como uma sombra que quase ninguém vê e estar vivo para contar. – Meu pai estava dizendo claramente impressionado – Ele nunca apareceu a luz do dia dessa forma. Alguma coisa muito estranha está acontecendo. Mais tarde fale com Ariel para ver se ela reconhece-o mas não diga nada sobre nossas especulações.

Vigésimo QuintoOnde histórias criam vida. Descubra agora