ARIEL
Acordei com as mãos amarradas e quase não consigo apoiar para tentar ficar sentada. O local estava em meia luz graças a uma lareira a poucos metros de mim. Minha visão estava um pouco embaçada. Meu coração começou a acelerar e o desespero a tomar meu corpo. Comecei a respirar e inspirar para ver se conseguia me acalmar.
Minha visão começou a ficar melhor e tentei buscar algo ou alguém no pequeno quarto onde eu me encontrava. Nenhum sinal de Tobias. Para minha surpresa eu não estava sozinha. Havia alguém amarrado a uma coluna me encarando com olhos azuis quase sem nenhum brilho. Um rapaz de cabelos loiros e ondulados estavam caindo sobre seu rosto cansado e pálido. Ficamos nos encarando quando ouvi sua voz.
– Pensei que estivesse morta.– Disse com uma certa dificuldade.
– Que lugar é esse?! – Ignorei seu comentário desnecessário.
– Eu não sei. Estou aqui a algum tempo e nunca trouxeram ninguém além de você. Apenas escuto os gritos e os vampiros conversando. Eles me alimentam algumas vezes por dia e de uma em uma hora alguém vem aqui e vê se tenho alguma necessidade de ir ao banheiro.
– E nunca disseram o porque de estar aqui?
O loiro riu pelo nariz e balançou a cabeça.
– Não. Se eu perguntar eles me agridem. Talvez seja alguma rixa com meu pai. – Suspirou – E se te colocaram aqui talvez seja por algum problema parecido com o meu ou pior.
– Logo irão vir me buscar. Não vamos ficar muito tempo aqui, fique tranquilo. – Disse para acalmá-lo. Claramente ele já não tinha mais esperanças de sair dali.
– Meu nome é Rafael. Sou filho de Nicolau, o feiticeiro mais poderoso de Quemésia e até agora não me encontraram. Não tenha tanta certeza de que vão encontrar você. A essa altura talvez achem que eu morri e até pararam de procurar.
Arregalei os olhos com sua declaração.
– E seus poderes?
– Eles tem alguma injeção que conseguiu inibi-los.
– Ninguém desistiu de te encontrar. Inclusive eu ia ajudar quando tivesse pronta. Seu pai estava me ajudando.
– Pronta para que?
– Quando tivesse com meus poderes controlados.
– Você é feiticeira? Eu nunca ouvi falar de você e com certeza teria me lembrado. Meu pai nunca ajudaria um feiticeiro, não faz o perfil dele.
– Ele abriu uma exceção para mim já que estou aprendendo agora. Na verdade, tudo é muito novo para mim.
– Quem é você, afinal?
A porta se abriu revelando Lorenzo. Não o cara que vi pela primeira vez no hospital. Seu rosto estava transformado, sua boca transbordava sangue e seus olhos completamente vermelhos.
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Vigésimo Quinto
Mystery / ThrillerAriel é uma menina nos seus dezessete anos que foi criada com uma vida normal. Quando seus pais foram assassinados brutalmente, descobre que veio de uma linhagem de feiticeiros muito poderosa que sua falecida mãe tentou esconder. Ela fica sob os cui...