IV - Um livro, talvez, uma verdade

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"Conhecer aquela pessoa,
e dizer que a ama é fácil.
Difícil é demonstrar
que sente mesmo, algo por ela"

P.V.V.

  Aos seus dezessete anos, as suas tentativas de fugir daquela "prisão" não sescaram. Mesmo sendo a sua avó, o modo como a trata é comparável a uma qualquer que não conhece e não faz nem uma questão de conhecer. A manda limpar cada ponto da casa, desde o sótão ao porão.

  Em uma destas faxinas, ao estar arrumando e organizando sótão empoeirado, sujo e cheio de ratos, como castigo de sua avó por ter a desobedecido, encontrou um livro. Não um simples livro.
  O livro que a levaria ao seu destino, que a aguardava à tempos. Sua capa era esplendorosa, mesmo estando coberto de toda poeira. Havia uma coroa perfeitamente, desenhada sobre ela, onde pequenos diamantes verdes e azuis estavam sobre ela.

  Desceu do sótão escuro e fechado escondidamente, e foi ao seu jardim charo e bonito, onde a luz do sol clareava perfeitamente o ambiente.
  Coralliny pode agora ver, cada detalhe daquele belo e grosso livro sem a poeira. Havia uma dedicatória:

"Para a nossa bela princesinha:

Coralliny, a princesa

onde nada no mundo a poderá impedir"

  Lágrimas do rosto desciam. Como uma flor de lótus, a esperança brotava na possibilidade de que seus pais estejam vivos. Mesmo que soubesse que não, a consciência lhe persistia.
  Desesperou-se, todos esses anos foi iludida pela perda de seus pais. Agora sim, ela teria como sair pois tem um objetivo: encontrar seus pais, só não se sabe como sairia ou como encontraria-os.

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