XIV - Patinando no gelo

12 4 0
                                    

  Seu olhar brilhava de admiração. Mas ao dar seu primeiro passo, escorregou no chão de gelo. Patinando no gelo, Alexander ria de seu tombo, e a ajudou a levantar.
  Ainda escorregando levantou-se, mas apoiando suas mãos em seus ombros. Ela olhava para baixo com medo de cair, e Alex a olhava rir. E admirava seu olhar sonhador.
  Pegou em seu queixo delicadamente, e ergueu seu rosto para vê-lo melhor.

  - Erga sua cabeça e postura. E apenas, - a solta - deslize.

  Ele patinava com seus sapatos como um lindo bailarino. E ela o tentava imitava. Ele estava sendo tão... delicado, ao deslizar sobre o gelo.
  Coralliny tentava, mas tinha medo de cair, mesmo que de qualquer forma ele iria a segurar.
  Ainda patinavam. Logo chegaram à cidade, também congelada. Tudo estava congelado. O chão onde patinavam, as casas, objetos, animais, e pessoas. Tudo.
  Coralliny se aproxima de uma pessoa congelada. Parecia que no momento estava tentando fugir não do feitiço mas da casa, que pelo visto, pegava fogo.
  A garota olha nos olhos da mulher enfeitiçada. No fundo deles ainda é possível ver esperança.
  Não sabe como, mas uma lágrima cai em sua mão. Parece que ela a pede socorro e ela sussurra:

  - Não se preocupe, eu irei ajuda-los. Vamos conseguir.

  - Coralliny! - Alex a chama - Com quem você está falando? Vamos, o castelo está perto.

  E foram até chegar ao portão de entrada do castelo. Estranhamente, estava entreaberto como se estivessem os esperando.
  Eles entram, um salão muito espaçoso, onde encontram um lindo espelho com belos detalhe de ouro. Este não estava congelado.
  Alexander e Coralliny se encontravam em frente ao espelho, com os olhos presos a ele. Magicamente o vidro começou a mexer como uma bela lagoa cristalina, e poderiam ver:

Havia uma mulher muito bonita de cabelos dourados deitada em sua cama. Estava muito fraca. Tinha acabado de dar a luz uma linda menina, a mesma que a parteira trazia. Ao arredor, havia muitas empregadas trocando panos e a ajudando. O rei era seu marido, e acariciava seus cabelos, enquanto a rainha a olhava com um brilho nos olhos mas tristeza no coração. A criança já havia completado um ano de idade e o reino estava em paz. Pouco tempo depois, a marquês veio lhe pedi desculpas. O que antes pensava está tudo ocorrendo bem, terminou em tragédia com a morte da rainha por envenenamento. Todos já sabiam quem fez esta tragédia. Todo reino estava em luto. E o rei triste, tão deprimido que não conseguia nem cuidar ou olhar para filha de cabelos dourados como a mãe que o fazia lembrava da mesma. Assim os empregados, mordomos e serviçais, cuidaram da criança. Mas ela foi sequestrada pela mesma que matou sua mãe. Foram dois anos de luto. Tempo suficiente para que a assassina toma-se o trono e destrui-se todo o reino, já que o rei estava debilitado. Ela lançada feitiços. Era uma bruxa. Havia casas pegando fogo, até que... O espelho mostrou um pai inocente que tentava escapar, como os poucos que conseguiram fugir dos feitiços da bruxa. Mas sua casa estava em chamas, e seu filho ainda estava dentro da casa. O pai se desesperou. Quem iria salvar seu filho? Até que uma mulher entrou na casa correndo e em seus braços trouxe a pequena criança chorando. O pai agradecido foi para a saída do reino fugindo com seu filho, mas sem olhar para trás não percebeu que aquela mulher que os ajudara, havia sido congelada pelo feitiço da bruxa.

  Assim, o espelho começou a embaçar, e já não se conseguia ver mais nada pelo espelho, apenas os seus reflexos. Lágrimas não vistas por Coralliny, desciam pela face de Alexander lentamente, para que ele sentisse a dor de chorar.
  Ele se virou para esconder sua vergonha, e Coralliny seguiu as paredes como se elas a estivessem a chamando.

Além do MuroOnde histórias criam vida. Descubra agora