VI - À primeira vez

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   Coralliny corre floresta adentro, passando entre as árvores, que secas e sem folhas pela estação, a arranhavam o rosto profundamente e rasgavam o seu vestido. Havia neve por toda a parte esbranquicendo a paisagem, a descolorindo.
   Alexander, ainda por perto, viu algo correndo atrás, não muito próximo de se. Pensando ser um servo ou algum outro animal, mas que pudesse o alimentar, com seu arco e flecha atirou.
   O servo, era Coralliny que nem percebera a fecha que quase a atingira. Estava muito assustada, confusa, estonteante,e principalmente, ferida. A neve fofa que cobria o chão, a prejudicava em andar, mas do mesmo modo, estando exausta, corria.
   Porém, talvez pela situação em que ela estava, desmaiou. Desmaiou caindo, felizmente, em neve fofa. Alex, pensando ter acertado no servo foi verificar.
   Se admirou pela cena que havia visto: a bela garota de pele branca com arranhões avermelhados a sangrar; o vestido branco de fores pretas e coloridas todo rasgado aos trapos; o rosto estava com marcas roxas das mãos da bruxa; observou que ela havia perdido um dos sapatos, mas não deu atenção; o seu cabelo dourado brilhava como se fosse a única a reluzir no branco.
   A sua amada estava debruçada no chão, sem consciência. E Alexander, parado sem fazer nada. Apenas admirando a beleza que aquele "fenômeno da natureza" havia lhe dado. Até que havia percebido que a mesma estava gravemente ferida.
   Quase seminua, com apenas retalhos do vestido. Alexander à carrega em seus braços fortes de ombros largos. Ela estava tremendo de frio, e como a cabana de seu pai estava longe, decidiu ficar no acampamento simples que havia feito.A cobriu com lençóis e peles de animais, que a aqueciriam.
   Limpava as feridas e arranhões do corpo da garota desacordada. Troca a roupa rasgada em que ela estava por roupas que roubou da vila próxima. E a deixou descansar.
   No outro dia, finalmente acordara. Ele, sempre a olha-la, viu seus olhos abrirem e mostrar aqueles dois lagos límpidos que chamam de iris.
   Ela logo abriu os olhos e o viu cortando uma madeira com sua adaga. Era um desconhecido, mas não sentia tanto medo pois pelos vistos, havia a ajudado.

   - Você deve estar com fome. Por favor, não sinta medo de mim. E desculpa por não ter nada a oferecer de melhor no café da manhã, mas só temos pão e leite para... - Alex queima o dedo ao pegar na panela que esquentava o leite - Ai!

   Alexander coloca o dedo na boca, e após na neve para esfriar. Carolliny pergunta gentilmente se ele esta bem. Respondendo com um "sim".
   A primeira comunicação entre eles, terminou em rizada. Coralliny ria da situação, pois em meio a tudo que está e estaria a vivenciar, não havia muito motivo para se alegrar.
   De um modo, Alex não gostou. Mas deu-lhe o leite com pão. E Coralliny comeu.Tentando se levantar, Coralliny rangeu de dor ao se movimentar. Logo Alexander foi a acudir. Seus olhares entrelaçaram, e o silêncio da floresta residia.
   Ele a deitou para repousar um pouco. Em forma de agradecimento ela falou:

   - Obrigado. Coralliny, meu nome é Coralliny!

   O doce som de sua voz ecoou em seus ouvidos. O nome era lindo, combinava com a mesma de bela aparência.
   Coralliny, um nome que num iria esquecer, mas de mesmo modo, o destino não o deixaria.

"Coralliny, um belo nome como a mesma que o carrega, Coralliny!"

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