Alexander a segurava na mão, um simples gesto, porém protetor. Coralliny o olhava curiosa.
Queria saber o que havia além daquela bela aparência que a chamava atenção; do seu olhar misterioso; de seu sorriso tímido; de sua postura ousada.
Pensativa, a mesma bocejou algo incompreensível. Logo, a segurou perto de seu corpo e cobriu sua boca com a mão. O animal ouviu, e assim, ia em direção a eles.
Era um urso grande de pelagem preta, estava sobre suas duas patas os encarando. Alex não se movia, pois ursos podem ter uma péssima visão, mas possuem um excelente olfato e uma ótima audição.
Ele a olhou, e fixaram o olhar um no outro. Os intensos olhos verdes de Alex, e os cintilantes olhos azuis de Coralliny. Até que ele aproximou seus lábios de seu ouvido. Ela sentia seu halito de menta e a respiração ofegante em seu pescoço.- Corra. - sussurrou
Rapidamente, ele pega a flecha e seu arco, e atira no urso. A moça não tirava o olhar do urso machucado. Dava passos para trás, para recuar.
Alexander foi onde o urso ferido e tirou a flecha dele, que tentava fugir. Ele a segurou pelo braço, a levando em passos largos para longe dali.
Ela ainda, olhava para trás. E ele ainda, segurava com força seu braço a puxando.- O que foi?
- Como assim "o que foi"?! Eu disse para correr. O urso ainda pode está atrás de nos.
- Não está.
- Como você sabe?! Você podia ter morrido - Alex se encolhe - , e a culpa seria minha. Sempre é minha, e é minha, foi minha. - ele chora silenciosamente.
Aquela situação fez Alexander entristecer. Ele se culparia muito se algo acontecesse com ela, já que naquele momento era sua responsabilidade.
A morte de sua mãe e não saber como ocorrera, o faz pensar ser culpa sua, já que seu pai nunca o contara. É tão difícil de explicar... é como se faltasse uma parte sua e estivesse morrendo de saudade dela, sem ao menos conhecê-la.
Infelizmente, a época não o permitia que tivesse, no minimo, uma foto de sua mãe, pois não existia fotografia. E as pinturas, eram muito caras naquele tempo, sendo destinada apenas à reis e rainhas.- Você quer me contar? - se ajoelhando próximo a ele - Claro que não é obrigado contar a mim, mas...
- Tudo bem. - Interrompe - É algo besta, porém... - limpa uma lágrima safada que cai em desespero - Desde pequeno, moro na floresta com meu pai. E minha mãe... morreu misteriosamente. Meu pai nunca contou nada sobre ela, apenas que sou muito parecido com ela. - sorri e logo fala a se mesmo: - A única lembrança, que acho ter dela.
- Eu garanto que há uma explicação!
- Não Coralliny, a explicação deve ser eu. Deve ter sido eu que matei minha mãe de algum modo, tenho certeza. E não me culpar pelo que acontecer com você. - E conclui com um sussurro: - Não me perdoaria se algo acontecesse com você, jamais.
- Sabe, eu nunca conheci meus pais, mas a esperança veio átona quando li aquele livro com uma dedicatória para mim. Eu sinto muito pela sua mãe como sinto pela minha, que nunca conheci. Mas, certeza eu tenho, que tudo há uma explicação, e ela iremos descobrir juntos! - Ela segura em sua mão - Confiança, pois tudo que acontecer daqui em diante, sofreremos e viveremos juntos.
- Nossas vidas são incógnitas, pelo visto! - ri e a abraça. - Obrigado!
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Além do Muro
FantasyConta-se a história de uma linda menina que viveu durante seus dezessete anos em um casebre, com um grande muro entorno. A dona da pequena casa, era uma bruxa velha que mantia presa a bela garota, e que se dizia ser a avó de Coralliny. A moça já c...