II - Bela como anjo

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"A felicidade é pura,

e a canção ajuda a alegrar o dia.

Às vezes penso se há saída,
neste vasto mundo de injustiças
que um dia quero me libertar..."

A canção da bela voz estava em sua cabeça, pensava enquanto almoçava com seu pai. Era pouca comida, apenas uma sopa e um pão. E, apenas isso que comeriam até que conseguissem uma cassa ou até o pão acabar.
O pai de Alexander não tinha muito a oferecer ao filho como gostaria, apena seu conhecimento como caçador. Foi um motivo de virem morar na floresta: onde há cassa suficiente, como servos, veados e porcos selvagens.

Mas a perda da mãe de Alex significou muito para ele, principalmente seu pai, pois foi sua primeira paixão mesmo tendo se casado outra vez. Essa mulher que se casara, era muito gananciosa. E aproveitou a sensível situação do homem bondoso para tirar-lhe tudo que tinha.
E assim, Alexander cresceu: sem mãe, com muitos problemas e, com apenas seu pai e a floresta de companhia. Pois desde o falecimento de Mirian, sua mãe, nunca mais voltaram para a cidade.
Além disso, Alex, que no meio de tanta dificuldade, ousava roubar comida ou remédios que necessitavam, mas sem seu pai saber. Podemos também, nomeá-lo como profissional, por roubar sem que a vítima perceba.
Ao terminarem o almoço, Alex e seu pai foram cassar. Enquanto o seu pai foi em direção ao contraria à dele, aproveitou e foi à casa da cantora, porém desta vez levou uma escada. Pois para ver essa pessoa de voz encantadora, é preciso subir o alto muro.
Ao chegar do longo caminho pela floresta, pôs a escada apoiada no muro, e surpreende-se por ser muito pequena ao comparar. Sobe ansioso, ainda a ouvir sua bela melodia.
Olha e admira a garota de belos cabelos, de face angelical, e aparência encantadora. Seus últimos versos saia pelos seus lábios, e o sono a invadia. Até adormecer, em um sono leve como uma nuvem.

"Ela é um anjo"

Pensa, mas sem querer, fala em voz alta. E levemente, Coralliny levanta olhar, mas antes que o veja, a velha senhora entra e rapidamente a moça levanta-se do gramado em que estava deitada.

- Boa tarde, vó. Seja bem-vinda. Como foi a viajem?- fala de cabeça baixa.

- É, foi boa. Mas espero que não tenha tentado fugido. - fala a velha de aparência jovem, com voz firme - Pois se tentou, irei acabar com esse lixo que chama de jardim.

Ao virar, no objetivo de continuar o seu caminho para adentrar na casa, é interrompida pelos gemidos de fome de Coralliny:

- Por favor, vó. Me dê um pouco de comida. Desde que a senhora viajou eu não como. Estou faminta. - Levanta olhar, onde foi possível ver seus olhos azuis. Eram como dois lagos de águas cristalinas, onde é possível ver os seus mais profundos sonhos.

- Porque? Bruno deve ter algum motivo. Você deve ter aprontado alguma. - A velha grita o nome do empregado e vigia que logo aparece.

Diz ser o motivo de ter a deixado sem alimento, por ter cantado durante todo o dia. E assim, a velha aceita a desculpa e concorda com o motivo e sai.
A coitada da menina, já estava muito pálida pela falta de nutrientes, embora sua pele seja muito branca como a pele de uma boneca de porcelana. Coralliny, logo cai de joelho e desmaia.
Seus cabelos dourados e brilhantes que parecem ouro, não eram longos, mas do tamanho que vai até às costas.
Estavam bagunçados e espalhados no chão. As suas maçãs do rosto eram de cor rosada.

"Parece ser um anjo caído".

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