Capítulo 20 - Sem Revisão

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p.v. Thirío

- Mamãe! Olha o que eu encontrei! – ouvi Bia gritar e quando olhei notei que ela segurava o pequeno cacho de flores que sua mãe havia jogado fora.

Pois é meu anjo, você não vai se livrar de mim tão fácil... pensei sorrindo enquanto olhava meu pequeno filhote entrar correndo em casa chamando pela mãe.

Apesar de querer saber o que Jackelini iria fazer com as flores precisava conversar com os outros sobre o presente da filhote. Tenho certeza que todos iriam querer ajudar. Contrariado me afastei da casa.

Como imaginei encontrei Tchalla e alguns residentes na pequena clareira se divertindo. Eles costumavam se exercitar e como consequência Trisha sempre tinha um residente ou dois para cuidar em seu consultório.

Fiquei sobre um galho próximo os observando. Apesar de um soco aqui e sangue escorrendo ali, eles estavam rindo. Espécies não se divertiam como os humanos. Não importa se nossas lutas eram por diversão ou não, sempre teríamos um osso quebrado e o rosto cheio de sangue.

- Olha quem apareceu hoje. – um dos residentes chamou a atenção dos outros, debochando de mim – Vai lutar Thirío? Ou está ficando domesticado?

- Hoje não pessoal. – respondi descendo da árvore - Quanto a ficar domesticado... - esmurrei uma árvore, fazendo um buraco - Ainda posso te quebrar em mil pedaços.

Os residentes gritaram empolgados batendo as mãos.

- Ele não quer assustar ainda mais a fêmea dele com o rosto machucado. Já basta como é feio! – Tchalla brincou fazendo todos rirem, inclusive eu.

- Preciso de ajuda para fazer o presente de aniversário da Bia. Queria saber se vocês poderiam ajudar. – quando contei o falatório começou.

Todos ficaram animados com meu pedido. Bia é muito querida por todos. A danadinha conseguiu fazer amizade até com os residentes mais improváveis e isso me deixava feliz. Com aquele jeitinho doce e olhar sapeca conquistava qualquer um, isto sem falar no repertório interminável de perguntas.

Expliquei o que pretendia fazer, quando mostrei a foto da cabana, todos ficaram empolgados dizendo onde seria o melhor local para a construção.

Apesar de terem ótimas idéias não queria que ela ficasse longe de mim, pois seria perigoso, afinal Bia iria querer brincar sozinha e eu precisava ficar de olho.

Depois de vasculhamos alguns lugares encontramos uma ótima área perto da minha cabana e começamos a fazer a limpeza do terreno. Agora eu só precisava falar com Slade sobre alguns materiais que seriam necessários. Nós iríamos aproveitar tudo o que pudéssemos da floresta.

Fui para a sede da Reserva e conversei com Slade sobre meus planos. Ele me apresentou a um humano que trabalha com o planejamento de nossas casas aqui na Reserva que iria me ajudar.

Deixei com ele a foto da cabana, ele me prometeu fazer uma planta adequada para a filhote e providenciar os materiais necessários que chegaria em alguns dias, até lá nós iríamos preparar o terreno.

(...)

No final de tarde fui para casa do meu anjo como fazia todos os dias. Encontrei as três brincando no quintal. Gostava de observá-las quando estavam assim... é muito bonito a maneira como elas se relacionam. Jackelini era uma mãe muito carinhosa, como não tive esse carinho quando era pequeno eu ficava olhando e gostava de me imaginar assim com Karen.

- Tazan! – como sempre a filhote correu para meus braços beijando meu rosto.

- Olá filhote. – beijei sua testa e a abracei colocando-a no chão.

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