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. . . 13 Anos De Idade . . .

Esse era o meu caminho, durante a semana, de casa para a escola e da escola para casa, bom, esse era o caminho sempre que eu queria ir para o centro da cidade. Um caminho longo, mas do qual eu já estava acostumada em fazer, e também não é como se eu fosse me cansar fazendo esse percurso.

Eu não me sentia muito à vontade com os outros dentro do espaço confinado de um pequeno ônibus escolar, principalmente quando implicavam comigo, o que acontece sempre. Quando se é uma garota quieta e que não se mete em confusões, você se torna um alvo enorme para o resto da escola.

Smallville não é uma cidade tão grande quanto as metrópolis ao seu redor, mas a fazenda Kent – que é onde eu moro com minha mãe, quando ela está em casa, e com minha avó paterna – fica longe do centro da cidade que é onde fica a escola.

Eu poderia usar a minha velocidade, como já usei muitas vezes, e ir correndo para casa – seria mais rápido, menos tedioso e eu chegaria bem antes que o ônibus passasse por lá –, mas se alguém me visse, eu estaria em um grande problema com minha mãe e avó. Apesar de que eu acho impossível que alguém me veja quando eu corro, porque quando uso minha super velocidade pareço ser apenas um borão – pelo menos Kara quando usa a super velocidade parece com um borão.

O ônibus amarelo escolar, que faz uma parte do trajeto da escola para o interior de Smallville, passa por mim no início da ponte que corta o único rio que tem na cidade.

– Coma poeira, sua estranha! – uma das "garotas populares" da escola gritou colocando a cabeça para fora do veículo.

Não liguei muito para o que ela havia falado, apenas pensei que seria um pouco difícil 'comer poeira' quando se está em um asfalto. Talvez a beleza dessa "garota popular", da qual eu não me dou nem ao trabalho de lembrar o nome, tenha ofuscado sua inteligência.

Acompanhei o ônibus com o olhar.

Parecia haver algo de errado com o barulho, para minha audição, alto demais das rodas do veículo, mas eu não conseguia saber exatamente o que estava errado.

Até que quando o ônibus passava no meio da ponte, mais ou menos, vi as rodas traseiras se soltarem do eixo e o pequeno ônibus perder o controle, passando pela mureta de concreto de proteção da ponte e cair no rio abaixo.

Será que isso vai acontecer com todos nós?

Meu pai passou por isso, exatamente na mesma ponte e quase do mesmo jeito, a única diferença é que ele estava dentro do ônibus.

Sem pensar muito no que eu estava por fazer, e sem pensar em consequências futuras para mim mesma, soltei a mochila no lado do asfalto e pulei no rio. Nem pensei em ligar para a polícia ou para os bombeiros, minha mente estava apenas nos gritos de socorro de todos dentro do ônibus.

Nadei até o lugar onde vi o ônibus submergir e mergulhei sem perder o ônibus de vista.

Eu podia, mesmo com a pressão da água em meus ouvidos, ouvi-los dentro do ônibus que já estava tomado completamente pela água. Eles estão lutando para segurar o oxigênio dentro de seus corpos e lutando para não deixar a água do rio invadir seus pulmões.

A água do rio é turva, mas não para os meus potentes olhos.

Quando cheguei mais perto do ônibus, que estava praticamente no fundo do rio, nadei mais rápido até ficar embaixo dele e o empurrei para a superfície.

Quando o veículo chegou à superfície do rio, com somente sua parte inferior na água, a água que estava dentro dele saiu – sei disso, porque todos dentro do ônibus começaram a respirar novamente e a falar coisas.

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